quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A fertilidade pode - e deve - ser preservada


Muitas pessoas desrespeitam as qualidades que a vida de hoje proporciona e mantêm alguns comportamentos e hábitos inadequados que comprometem a própria fertilidade


Recentes avanços da ciência vêm aumentando o tempo de vida das pessoas. O ser humano a cada ano vive mais, é mais saudável, tem melhor qualidade de vida e é capaz de executar atividades físicas, intelectuais e profissionais que, até então, com a mesma idade, não conseguia executar. Isso é muito bom!
Entretanto, a capacidade reprodutiva das mulheres praticamente nada evoluiu, impedindo que possam ter filhos numa idade mais avançada. Em contrapartida, os homens, mesmo perdendo parte de sua fertilidade após os cinquenta anos, continuam tendo a possibilidade de gerar filhos em idades bastante avançadas.
Muitas pessoas desrespeitam as qualidades que a vida de hoje proporciona e mantêm alguns comportamentos e hábitos inadequados que comprometem a própria fertilidade. Por outro lado, alguns adultos não tiveram na adolescência a observação e atenção adequada dos próprios pais ou daqueles que deles cuidavam para algumas situações de relevância (obesidade, cólicas importantes, tabagismo etc.,) que comprometeriam a fertilidade em situações futuras.
Prejudicando a si mesmo
Embora quase todas as formas de dificuldade para engravidar possam ser tratadas, é inconcebível que, com tantas informações disponíveis nos meios de comunicação, algumas pessoas insistam em prejudicar a fertilidade de si próprias. E até mesmo quando adultas, já como pais, deixem de chamar a atenção dos seus filhos para alguns males como as DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), o uso de drogas recreativas, fumo, álcool e peso a mais ou a menos.
Alguns exemplos de DSTs que podem prejudicar a fertilidade: clamídia, gonorréia, HPV (Human Papiloma Vírus), Hepatite B, Herpes Genital, sífilis, cancro mole ou cancróide, donovanose (infecção causada pela bactéria Klebsiella granulomatis, que afeta a pele e mucosas das regiões da genitália, da virilha e do ânus), linfogranuloma venéreo e tricomoníase além do HIV (AIDS).
Entre elas, as que comprometem mais diretamente o sistema reprodutivo estão a clamídia e a gonorréia que, principalmente nas mulheres, podem passar despercebidas. As outras como o HPV, hepatite B, herpes e sífilis, não causam diretamente a infertilidade, mas podem prejudicá-la pelos efeitos colaterais indesejáveis dos tratamentos. É importante frisar que a maioria dessas doenças podem ser evitadas desde que se use sempre preservativos nas relações sexuais.
Drogas
Entre os mais detestáveis produtos que afetam a fertilidade do homem e da mulher, estão as drogas ilícitas, também chamadas por alguns de “drogas recreativas”. Calcula-se que até 37% da população com idade adulta tenha experimentado, alguma vez na vida, uma destas drogas.
Atualmente, chama a atenção uma nova modalidade de viciados usuários de drogas lícitas. Estas drogas são receitadas normalmente por médicos como remédios específicos para tratamento de determinadas doenças, mas, ao serem utilizadas de forma inadequada ou combinadas com bebidas alcoólicas, produzem efeitos alucinantes e estimulantes. Este grupo de pessoas tem sido chamado de “Geração Prescrição”.
As pessoas costumam utilizar a combinação de solventes (éter e clorofórmio), benzodiazepínicos (ansiolíticos) e orexígenos (remédios para estimular o apetite), além de xaropes a base de codeína (xarope antitússico e alguns analgésicos), opiáceos, esteróides, barbitúricos (analgésicos potentes) e anticolinérgicos (Haldol, Haloperidol, Akineton, Bentyl e outros). Muitos destes produtos são usados como fonte de divertimento em festas noturnas.
Álcool
Em qualquer idade, o álcool em excesso é prejudicial. Pode destruir o indivíduo, desequilibrar suas relações pessoais e familiares, além de poder causar um custo imenso a sociedade. Calcula-se que, ao longo da vida, cerca de 15% da população mundial terá algum problema com álcool.
No Brasil, jovens bebem cada vez mais e mais cedo. Nos últimos anos o consumo de álcool aumentou em 30% entre pessoas de 12 a 17 anos e em 25% entre 18 e 24 anos. Um estudo da UNESCO mostrou que 34,8% dos 50 mil estudantes brasileiros dos ensinos fundamental e médio são consumidores de bebida alcoólica.
Fumo
O cigarro é considerado o veneno reprodutivo mais potente do século vinte e um. Vários estudos científicos comprovam seu efeito deletério sobre a saúde reprodutiva. A fumaça do cigarro contém centenas de substâncias tóxicas, incluindo a nicotina, monóxido de carbono, polônio radioativo, alcatrão, fenol, ácido fórmico, ácido acético, chumbo, cádmio, zinco, níquel, benzopireno e substâncias radioativas, as quais afetam a função reprodutiva em vários níveis.
Exemplos: a produção dos espermatozóides, motilidade tubária (importante para a captação do óvulo que sai do ovário no momento da ovulação), a divisão das células do embrião, formação do blastocisto (embrião com mais de 64 células) e implantação. Mulheres fumantes também podem apresentar maior incidência de irregularidade menstrual e amenorréia (falta de menstruação).
A fertilidade é reduzida em 25% nas mulheres que fumam até 20 cigarros ao dia, e 43% naquelas que fumam mais de 20 cigarros, ou seja, o declínio da fertilidade tem relação direta com a dose de nicotina. Durante a gestação, o fumo pode aumentar a incidência de placenta prévia (placenta baixa), descolamento prematuro da placenta e parto prematuro.
Peso a mais ou a menos
Tanto a obesidade quanto a magreza podem ser prejudiciais à fertilidade. As estatísticas demonstram que até 12% das causas de infertilidade são resultados do excesso ou baixo peso. O ideal, como quase tudo na vida é o equilíbrio.
Cada indivíduo tem um peso ideal indicado para sua estatura e constituição física, que deverá proporcionar um melhor potencial reprodutivo, tanto para o homem como para a mulher. Os detalhes deste assunto estão sendo explicados de forma mais clara no capitulo 2 deste livro (“Como a alimentação pode interferir na fertilidade”).
Outras situações
Entretanto, existem outras situações evitáveis de perda da fertilidade como a falta de atenção e diagnóstico de algumas doenças comuns, ainda na adolescência, como a varicocele no homem e ovários policísticos e endometriose na mulher que quando tratadas precocemente não causariam à dificuldade em ter filhos.
E ainda, existem situações que, alguns médicos, nos casos dos tratamentos do câncer (quimioterapia, radioterapia ou cirurgias mutiladoras), esquecem de recomendar às suas pacientes que preservem a fertilidade pelo congelando óvulos ou espermatozóides. Mesmo a perda da fertilidade com o avançar da idade da mulher, pode ser compensada com o congelamento antecipado dos óvulos.
A fertilidade deve ser protegida e preservada desde a infância, pois desta maneira, muitos casais poderão manter vivo sonho de engravidar naturalmente, mas, caso não consigam a ciência se incumbirá de dar apoio e resolver a questão. Devemos agir assim para evitar que no futuro um número cada vez maior de pessoas passe por esta frustração.
*Trechos do livro Fertilidade e Alimentação (Editora LaVidapress), do médico Arnaldo Schizzi Cambiaghi e da nutricionista Débora de Souza Rosa
Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi é diretor do Centro de reprodução humana do IPGO, ginecologista-obstetra especialista em medicina reprodutiva. Criou também os sites: www.ipgo.com.br;www.fertilidadedohomem.com.brwww.fertilidadenatural.com.br, onde esclarece dúvidas e passa informações sobre a saúde feminina, especialmente sobre infertilidade. 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Situação financeira é a principal preocupação de internautas que buscam por informações sobre as técnicas de fertilização in vitro


Enquete online aponta que mais de 80% dos internautas se preocupam com a questão financeira no que se refere ao tratamento da infertilidade. O levantamento foi realizado com 5.582 pessoas que acessaram o site do Fertility – Centro de Fertilização Assistida, no período de abril de 2010 a agosto do ano passado. O trabalho “Principais preocupações com relação às técnicas de fertilização in vitro: resultados de uma enquete online” foi conduzido para investigar as preocupações ética, física, psicológica e econômica de pacientes com problemas de fertilidade. Ao acessar o site, os internautas eram convidados a participar de uma enquete baseada em uma pergunta de múltipla escolha simples: Qual é a sua principal preocupação em relação a submeter-se a um tratamento de fertilização in vitro?. Seis respostas estavam disponíveis: financeira; gestação múltipla; malformação na prole; preconceito social; religião e embriões supranumerários.

O grupo formado por 4.588 mulheres e 994 homens, com idade média de 34 anos, assinalou a questão financeira em 82,6% das respostas. A malformação na prole apareceu com 7%, seguida pela gestação múltipla com 4,8%, embriões supranumerários com 3,3%, religião com 1,3% e preconceito social com 1%. Com esta ferramenta a clínica levantou complexas questões éticas, legais e sociais.

A pesquisa será apresentada no 69o Encontro Anual da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva.

Fonte: Fertility Press

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Café da manhã caprichado aumenta fertilidade, diz pesquisa





Um abundante café da manhã pode ser a chave para engravidar, pelo menos para as mulheres que sofrem com a síndrome de ovário policístico (SOP), segundo os resultados de uma pesquisa realizada pela Universidade Hebraica de Jerusalém, divulgados nesta terça-feira (01). 


O estudo, realizado durante 12 semanas no Hospital Wolfson, concluiu que o número de mulheres que ovulam depois de ingerir um café da manhã abundante cresceu consideravelmente, assim como seus níveis de fertilidade. O SOP, também conhecido pelo nome de síndrome de Stein-Leventhal e que afeta entre 6% e 10% das mulheres em idade reprodutiva, é um transtorno endócrino que provoca frequentes desequilíbrios hormonais, o que, como consequência, gera menstruação irregular e resistência à insulina.

Durante a pesquisa realizada pela edição eletrônica do jornal Yedioth Ahronoth, foram analisados dois grupos de mulheres com um índice de massa corporal saudável (BMI), às quais se administrou uma dieta de 1.800 calorias por dia. Metade delas ingeriram 980 do total das calorias no café da manhã, enquanto a outra metade fez a mesma ingestão no jantar.

Entre as primeiras, foi registrada uma diminuição de 8% nos níveis de glicose e na resistência à insulina, assim como uma queda de 50% nos níveis de testosterona. Nas segundas não foi registrada nenhuma alteração, nem química nem hormonal. Segundo a fonte, o primeiro grupo mostrou um aumento significativo no número de mulheres que ovularam e nos índices de fertilidade. "A pesquisa demonstra que é importante o número de calorias que ingerimos por dia, mas o momento que o fazemos também é", disse o professor Oren Froy, da Universidade Hebraica, que dirigiu o estudo.

Fonte: : Terra - Saúde 


18 de outubro: parabéns, doutores!

Parabéns a todos os médicos que se dedicam incansavelmente ao estudo e a prática de novos conhecimentos para tornarem nosso sonho uma realidade.

Que vocês tenham sempre condições de manter este empenho e sintam-se cada vez mais motivados a persistir na pesquisa das técnicas em reprodução assistida.

E que o resultado seja um infinito de betas positivos e mamães e papais felizes com a sua prole.

Saúde e felicidades a todos!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Como preservar a fertilidade e mantê-la no futuro?

O Centro de Reprodução Humana Nilo Frantz se preocupa em esclarecer dúvidas e orientar sobre os cuidados que devemos ter para manter a fertilidade no futuro e as novas técnicas para preservar a fertilidade, em casos de câncer, ou nas situações em que as mulheres precisam postergar a maternidade. “Se a mulher chegar aos 35 anos sem engravidar naturalmente, ela poderá contar, com diversas opções de tratamento que poderão auxiliá-la. Para cada caso há uma indicação terapêutica desde uma indução da ovulação à fertilização in vitro”, explica o especialista em reprodução assistida Nilo Frantz.
A decisão de ter filhos mais tarde, fenômeno global, no Brasil também é reflexo do aumento da expectativa de vida feminina, que passou de 65.7 há 30 anos para 76.7 nos dias atuais, de acordo com dados estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outra constatação, hoje o período em que a mulher não é fértil já ocupa mais de um terço da sua vida.


Adiando o sonho
Poucas mulheres com câncer em idade fértil se preocupam com a capacidade reprodutiva e buscm preservá-la. O que reflete a desinformação sobre o assunto nos consultórios médicos. A Infertilidade é uma das principais sequelas da quimioterapia e pode se tornar um desconforto considerável para a paciente, embora elas possam adquirir a maternidade com a adoção de embriões e ovócitos (óvulo ainda não fecundado), muitas desejam ter filhos biológicos.
O congelamento de óvulos apresenta uma média de 90% de taxa de sobrevivência, podendo oferecer bons resultados de gravidez no futuro. Uma das vantagens da técnica é que em relação ao congelamento de embriões, existem menos implicações éticas e jurídicas.
O primeiro passo consiste na estimulação ovariana realizada através do uso de medicamentos a base de hormônios gonadotróficos ocasionando o crescimento dos folículos ovarianos. Este crescimento é acompanhado através da ultrassonografia e quando os folículos alcançam o tamanho adequado, é agendada a coleta dos óvulos. Estes óvulos são levados ao laboratório onde será escolhida a técnica de criopreservação adequada. O procedimento final mantém os gametas à temperatura de -196 ºC, em nitrogênio liquido por tempo indeterminado.

Fonte: Nilo Frantz

Atenção: Histeroscopia diagnóstica - exame gratuito em São Paulo

O IMSP (Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de São Paulo) é referência em Pós-Graduação em Medicina Reprodutiva e promove cursos de atualização e extensão. Assim, promove atendimento de qualidade exemplar a pacientes que necessitam de exames e tratamentos especializados (histeroscopia/fertilização in vitro).

Nos dias 04 a 06 de novembro próximos será realizado o curso de Vídeo-histeroscopiaoferecendo à comunidade a oportunidade de realizar exames gratuitamente, nesta data, os laudos deverão ser entregues no mesmo dia (exceto se houver alguma necessidade de entrega a posteriori). O procedimento será realizado por médicos renomados no Brasil e no exterior.

Para realizar o exame de Vídeo-histerocopia você deverá ligar e inscrever-se, as vagas são  limitadas.

Telefone: 011-32895209 / www.medicinareprodutiva.org. Endereço: Rua Peixoto Gomide, 515/15. São Paulo, SP-Brasil. CEP 01409-001.

O QUE É HISTEROSCOPIA?

É um procedimento cirúrgico realizado por dentro da vagina e do canal do colo uterino utilizando uma fina ótica que permite visualizar a cavidade uterina e identificar eventuais doenças existentes dentro do útero. A histeroscopia pode ser diagnóstica ou terapêutica.
A histeroscopia diagnóstica pode ser realizada em regime ambulatorial (no consultório) e tem por objetivo apenas a visualização interna do útero; caso sejam encontradas quaisquer alterações, há necessidade de programar uma histeroscopia cirúrgica para o tratamento dessa alteração. O exame é realizado com uma câmera fina que é introduzida por dentro da vagina e do colo do útero, com uma anestesia local no colo uterino. A maioria das mulheres tolera bem o exame, mas algumas podem sentir desconforto e até mesmo dor. Rotineiramente preferimos realizar o exame sob sedação no centro cirúrgico para evitar maiores desconfortos e aumentar a segurança do procedimento.
A histeroscopia cirúrgica é indicada nos casos em que existe alguma alteração comprovada dentro do útero para o tratamento de pólipos, miomas submucosos, espessamento endometrial, malformações da cavidade uterina, sinéquias (aderências intra-uterinas), etc. 

INDICAÇÕES PRINCIPAIS DE HISTEROSCOPIA
As principais indicações para a histeroscopia incluem o exame da cavidade uterina para desordens menstruais e de fertilidade, acesso direto para cirurgia intra-uterina, e acesso da parte inicial da trompa para a sua visualização ou para a realização de esterilização.
De um modo geral, os seguintes procedimentos podem ser realizados por histeroscopia:
•    Polipectomia - remoção de pólipos endometriais ou endocervicais;
•    Miomectomia - remoção de miomas submucosos (os miomas intramurais e subserosos não podem ser tratados por histeroscopia!);
•   Avaliação de sangramento uterino anormal - principalmente nas mulheres próximo à menopausa ou nas mulheres menopausadas, com o intuito principal de avaliar o endométrio e coletar biópsias para excluir casos de doenças malignas ou pré-malignas;
•    Lise de sinéquias intra-uterinas - consiste em desfazer aderências dentro do útero, que podem impedir a gravidez ou bloquear a saída da menstruação;
•    Esterilização - existe a possibilidade de se realizar um procedimento de esterilização por histeroscopia utilizando o dispositivo chamado de Essure.
•    Rotina pré-procedimento de fertilização in vitro - avaliar a cavidade endometrial antes de realizar procedimentos de FIV, para se ter certeza de que não há nenhuma alteração intra-uterina que possa atrapalhar a FIV;
•    Tratamento de malformações uterinas - principalmente alguns tipos de septo uterino que podem dificultar a gravidez e provocar abortamentos;
•    Outros.

COMO É FEITO O PROCEDIMENTO? 
O procedimento cirúrgico terapêutico necessita de anestesia, podendo ser uma sedação (anestesia geral) ou um bloqueio (raquidiana). A escolha pelo tipo de anestesia depende do tipo de cirurgia a ser realizada e da experiência do cirurgião com cirurgias por histeroscopia. 
A mulher é colocada em posição ginecológica. O colo uterino é dilatado com um instrumento chamado de vela de Hegar para permitir a passagem do histeroscópio para dentro do útero. O procedimento cirúrgico proposto é realizado (normalmente retirada de pólipo OU endometrectomia OU miomectomia OU lise de sinéquias OU correção de malformações da cavidade uterina OU biópsia endometrial). 
Como o procedimento tem por objetivo visualizar e tratar alterações intra-uterinas, ele não pode ser realizado no período menstrual, pois a cavidade uterina está com sangue em seu interior, impossibilitando a realização do exame. 
Após o procedimento cirúrgico, a paciente acorda da anestesia geral em curto período de tempo e fica em observação por cerca de 30 a 60 minutos. Assim que estiver bem acordada e sem sentir qualquer desconforto, pode ir para a casa. 

QUAIS SÃO AS COMPLICAÇÕES QUE PODEM OCORRER?
• Sangramento no intra-operatório;
• Perfuração uterina, podendo haver sangramento e, em algumas ocasiões, necessidade de cirurgia abdominal para a hemostasia (parar o sangramento) do útero;
• Lesão de órgãos adjacentes como a bexiga ou as alças intestinais, sendo necessária a realização de cirurgia abdominal para reparo das lesões e eventualmente a presença de algum cirurgião especializado; 
• Falso trajeto no colo uterino ou no útero, havendo necessidade de interromper o procedimento e o reagendar para outra data; 
• Dificuldade para dilatação do colo uterino (principalmente em pacientes na pós-menopausa), impossibilitando a realização do procedimento pois não há como passar o aparelho por dentro do colo quando não se consegue dilatá-lo; 
• Síndrome de overload (intoxicação hídrica) – para evitar esta grave complicação é utilizado um sistema para se quantificar o volume de líquido absorvido pelo organismo da pessoa submetida ao procedimento. Quando este volume é superior a 750ml a 1 litro, invariavelmente deve-se suspender o procedimento e terminá-lo em um segundo tempo; 
• Reações alérgicas de menor ou maior intensidade (choque anafilático);
• Necessidade de complementação do tratamento em um segundo procedimento histeroscópico.


AUTORES: Dr. William Kondo e Dra. Monica Tessmann Zomer KondoPara ver as imagens, acesse: http://www.endoscopiaginecologica.med.br/index.php?option=com_k2&view=item&id=3:histeroscopia&Itemid=150 

ERRATA:

Caros leitores, após a publicação desse tópico recebemos um esclarecimento importante sobre o Essure. A seguir, compartilho com vocês e agradeço a assessoria de comunicação do produto.


"É equivocado associar o Essure aos métodos contraceptivos definitivos cirúrgicos, pois o Essure, diferente da laqueadura tradicional, não necessita de cirurgia e pode ser realizado em ambulatório de forma rápida.
O método consiste em um microimplante macio e flexível de apenas quatro centímetros em titânio e níquel (materiais que apresentam excelente compatibilidade com o organismo) que, introduzido pela vagina através de um equipamento extremamente fino (histeroscópio), é colocado em cada uma das tubas uterinas, sem cortes, sem internação e sem a liberação de hormônios. Como a colocação é rápida, a paciente pode retomar suas atividades cotidianas no mesmo dia da aplicação.
O Essure é uma excelente opção para as mulheres que apresentam alguma patologia que aumente os riscos cirúrgicos como, por exemplo, hipertensão, cardiopatia, diabetes, obesidade, entre outras.
Nas semanas que se seguem ao procedimento, o corpo e os microimplantes trabalham juntos para formar uma barreira natural que impede que o espermatozoide alcance o óvulo. Por esse motivo, durante os três primeiros meses, a paciente deve continuar a usar outra forma de contracepção. Após este período, é realizada uma radiografia simples da pelve e, confirmada a oclusão, não é mais necessário o uso de outro método contraceptivo.
Além disso, o Essure também é especialmente indicado para mulheres que apresentam efeitos adversos a outros métodos contraceptivos e que não desejam mais ter filhos.
Você pode ter mais informações sobre o método em www.essure.com.br.




terça-feira, 1 de outubro de 2013

Mulher com problema de fertilidade dá à luz após cirurgia nos ovários

Uma mulher de 30 anos com problemas de fertilidade conseguiu dar à luz após ter seus ovários removidos por cientistas, que trataram os tecidos em laboratório e os reimplantaram no organismo.


A técnica experimental só foi testada em um pequeno grupo de mulheres no Japão que tinham um tipo específico de problema de fertilidade, mas os pesquisadores esperam que ela também possa ajudar mulheres na faixa dos 40 anos que estejam tendo problemas para engravidar por conta da idade.

A nova mamãe deu à luz um menino em Tóquio em dezembro. Ela e a criança permanecem saudáveis até agora, afirmou Kazuhiro Kawamura, médico da Escola de Medicina da Universidade Santa Mariana, em Kawasaki, no Japão. Kawamura e colegas descrevem essa técnica na edição online da revista especializada PNAS.

O médico Kazuhiro Kawamura segura bebê que nasceu usando sua técnica
A mãe, que não é identificada no artigo, foi diagnosticada com uma 
insuficiência primária nos ovários, uma forma incomum de infertilidade que é chamada 
em alguns casos de menopausa prematura. O problema atinge cerca de 1% das 
mulheres em idade fértil.
A maioria dos casos tem origem desconhecida, mas o resultado é que os ovários acabam com problemas para produzir óvulos. Isso deixa a mulher com apenas de cinco a dez por cento de chances de ter um bebê sem tratamento. O procedimento padrão é usar óvulos doados.

Após o procedimento experimental, Kawamura e seus colegas conseguiram recuperar os óvulos de cinco de suas 27 pacientes. Uma delas sofreu um aborto espontâneo, uma não ficou grávida e outras duas ainda não tentaram engravidar, afirmou Kawamura via e-mail.

A abordagem difere daquilo que é feito para preservar a fertilidade em alguns pacientes de câncer. Nesses casos, tecidos normais de ovário são removidos e armazenados enquanto a pessoa passa por tratamento. Depois do término dos procedimentos, os tecidos são reimplantados.

O novo método é diferente, pois envolve ovários que já tinham problemas para funcionar normalmente.

No ovário, os óvulos amadurecem em estruturas chamadas folículos. Para mulheres com o problema de fertilidade testado no trabalho, os folículos ou não existem ou estão falhando na produção de óvulos. O tratamento experimental foi desenhado para estimular os folículos adormecidos.

Primeiro, os ovários das mulheres foram removidos e cortados em tiras, que foram então congeladas. Mais tarde, as tiras foram descongeladas e cortadas em pequenos cubos, uma etapa que tem a intenção de estimular a maturação dos folículos. Em seguida, os cubos foram tratados com medicamentos para estimular ainda mais o desenvolvimento dos folículos. Os cubos foram então transplantadas sob a superfície das tubas uterinas (anteriormente conhecidas como trompas de falópio) das mulheres.

Em seis meses, oito mulheres mostraram sinais de maturação folicular, e cinco delas produziram óvulos para serem usados em fertilizações in vitro com esperma de seus maridos. Os óvulos fertilizados foram desenvolvidos até embriões em estágios iniciais, que foram então preservados congelados.

Nas três tentativas de fertilização feitas, um ou dois embriões eram implantados nas mulheres.

Os pesquisadores viram que metade das 27 pacientes não tinham mesmo folículos, o que significou que o tratamento não podia mesmo ajudá-las, afirmou Aaron Hsueh, da Universidade Stanford e autor sênior do estudo. Ele também afirmou que os pesquisadores esperam encontrar uma forma de estimular os folículos sem precisar remover os ovários.

Sherman Silber, do Centro de Infertilidade de St Louis, criticou a abordagem, afirmando que ele conseguiu sucesso pelo uso de medicamentos ao invés de cirurgia Silber também discordou dos pesquisadores nas explicações para o sucesso do tratamento.

Alguns outros especialistas afirmaram que é comum que o tratamento com drogas não funcionem.

Os cientistas foram cautelosos com os novos resultados, que devem ser vistos como preliminares. "O tratamento é muito promissor, mas eu não acho que isso esteja nem perto de ser usado como rotina", disse Mark Sauer, do Centro Médico da Universidade Columbia, em Nova York. 

Amber Cooper, da Universidade Washington em St Louis, chamou a técnica de "um método bastante preliminar". "Um sucesso não significa que nós temos um novo tratamento.... Fiquem ligados", afirmou ele.

Cooper e outros também estão céticos com a sugestão dos pesquisadores de que o procedimento possa ajudar mulheres entre 40 e 45 anos de idade. Óvulos de mulheres dessa idade em geral mostram anormalidades genéticas, muitas que podem impedir que os bebês nasçam vivos, afirmou Marcelle Ceddars da Universidade da Califórnia em San Francisco Segundo ela, estimular a produção de óvulos não iria resolver essa questão da qualidade dos óvulos.

Kawamura, um dos responsáveis pelo tratamento, liberou uma foto dele mesmo segurando o recém-nascido pouco após o parto. Ele afirmou que a mãe espera ter uma outra criança a partir de seus outros embriões que estão congelados.

Fontes:
Texto: Folha de São Paulo / Associated Press
Foto: Kazuhiro Kawamura/Associated Press