Primeiramente, desejo a todos os leitores um excelente início de ano.
Essas datas festivas nos deixam reflexivos, levando-nos ao famoso "balanço" dos últimos meses.
Quando se tem um desejo / objetivo voltado à gravidez, ele torna-se ainda mais latente neste período.
Digo isso por experiência própria, de quem já "comemorou" diversos reveillons com o coração apertado, triste, inconformado e vazio pela ausência do esperado bebê.
Hoje encontro-me em uma situação diferente, pois finalmente fomos agraciados com a vinda da Maria Luisa. Mas não me esqueço da dor e da frustração que foram os anos precedentes a ela.
E não deixo de pensar em minhas companheiras/os de luta, que ainda estão aguardando.
Eu não tenho uma fórmula mágica - adoraria... - que alivie os sentimentos que incomodam o coração.
Infelizmente temos que enfrenta-los, matando um monstro ou mais por dia.
Mas eu sei que alimentar a esperança, a paciência e a fé são elementos fundamentais nesse processo.
Claro que já chorei, me desesperei, pensei em desistir, mudar de planeta se essa fosse uma opção, tudo para não lidar mais com os tratamentos.
Só que depois de um tempinho em sofrimento, meu coração serenava. E então, eu e meu marido reuníamos forças e captávamos os recursos necessários para recomeçar.
Não foi fácil! A gente chega até a se revoltar por trabalhar tanto e ver o dinheiro indo embora a cada injeção. E a raiva só piora com o resultado negativo.
Mas, uma coisa posso garantir: uma vez que esse cenário muda com o positivo, a gente esquece tudo. O coração se cicatriza e fica repleto de sangue novo para aguentar as novas emoções, a do nosso filho.
Esse meu fim de ano não poderia ter sido mais emocionante. Grávida de 34 semanas, no dia 29/12 passei o dia com dores estranhas na parte inferior do abdômen. Até que elas foram se intensificando, eu não encontrava posição que melhorasse. A noite finalmente fui ao médico e descobri que estava iniciando um trabalho de parto prematuro!
Foi um susto, fiquei totalmente confusa, sentindo-me despreparada para o momento. Nem terminei de comprar as coisas do enxoval! Pra piorar, estava na cidade da família do meu marido. Resolvemos arriscar e viajamos na madrugada 100 quilômetros até a cidade dos meus pais, onde o hospital possui mais recursos.
Fiquei internada por dois dias tomando um medicamento para inibir as contrações e o corticoide para auxiliar o amadurecimento mais rápido dos pulmões da bebê. Saímos no fim do dia 31/12.
Tudo o que havíamos planejado para o reveillon foi desfeito. Passei de camisola, com as pernas elevadas na cama. Claro que senti uma peninha, afinal, desejei tanto comemorar esse ano! Mas, ao mesmo tempo, quando os fogos da virada começaram, foi uma sensação indescritível de alívio por ter virado não somente esse ano, mas essa página em nossas vidas.
Continuo de repouso, fazendo todo o possível para que nossa bebê se aquiete e venha ao mundo no momento certo.
E daqui, elevo meus pensamentos a cada um de vocês, que iniciam 2014 com a fé renovada e com muita garra para lutar. Vale a pena!! Que seus sonhos estejam mais fortalecidos do que antes. Apegue-se a tudo o que te dá forças e siga em frente. Na hora certa, Ele nos surpreende com o mais incrível presente: uma nova vida.
Um abraço carinhoso cheio de vibrações positivas.
D.A.
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