Embora a maioria das pacientes obesas não seja infértil,
pode-se dizer que esse grupo tem menos chances de conceber por ciclo. De acordo
com Assumpto Iaconelli Junior, especialista em Medicina Reprodutiva e diretor
do Grupo Fertility, elas normalmente enfrentam mais distúrbios no eixo
hipotálamo-hipófise-ovário, no ciclo menstrual, e têm até três vezes mais
chances de sofrer de anovulação.
O assunto é grave e é tema de inúmeros estudos e iniciativas
que buscam compreender, prevenir e reverter esse quadro. As pacientes obesas e
com sobrepeso têm um nível elevado de leptina – hormônio associado à
dificuldade de engravidar. Mais: não só a obesidade dificulta a gravidez, como
também o processo de implantação e resposta ao tratamento. Por isso,
especialistas em Fertilização Assistida costumam oferecer todo um suporte para
a paciente perder peso antes de dar início a um tratamento para engravidar. Em
muitos casos, a perda de peso – depois de uma modificação radical no estilo de
vida e de se alimentar, ou ainda depois de uma cirurgia bariátrica – pode
contribuir muito para restaurar o ciclo menstrual e a ovulação, aumentando as
chances de concepção.
Estudos desenvolvidos no Instituto Sapientiae, braço
acadêmico do Grupo Fertility, revelam que pessoas que modificaram seus hábitos
alimentares – reduzindo o consumo de fast food e bebidas alcoólicas – durante o
tratamento de fertilização assistida, duplicaram suas chances de engravidar.
“Infelizmente, o hábito de consumir os clássicos lanches com maionese e bacon,
acompanhados de batatas fritas, refrigerante e sobremesa, já foi incorporado
por muitos jovens, adultos e, inclusive, crianças. Esse costume faz muito mal à
saúde como um todo e tem levado a um aumento sem precedentes dos casos de
obesidade e diabetes, impactando também o potencial de um casal gerar um bebê”,
diz Iaconelli.
Além das carnes que levam hormônios para ficarem mais
tenras, os alimentos que levam gordura trans na composição representam um
verdadeiro perigo para a saúde, podendo comprometer as futuras gerações.
Iaconelli diz que o diabetes tipo 2 geralmente está associado à obesidade e
resistência à insulina. Essas duas condições podem causar deficiência hormonal
na mulher, assim como ciclo menstrual irregular e infertilidade. Já o diabetes
tipo 1, que normalmente acomete pacientes jovens, ocorre quando as células no
pâncreas que produzem insulina são destruídas por anticorpos. Esse processo
também pode se estender a outros órgãos endócrinos – incluindo os ovários – e
impossibilitar a gravidez.
O especialista faz um último alerta: “Gestantes que não
mantêm o diabetes bem controlado nas primeiras semanas de gravidez têm entre
duas e quatro vezes mais chances de gerar uma criança com defeitos genéticos,
estão mais sujeitas a hemorragias, abortos e partos prematuros. Vale dizer que
a fertilidade masculina também é impactada pela obesidade e o diabetes, que
resultam em maior quantidade de material defeituoso e, consequentemente, podem
levar à infertilidade, problemas de gestação e abortos espontâneos,
principalmente quando o paciente não sabe que está diabético. Estudos apontam
que a cada seis casais em que um dos cônjuges é portador do diabetes tipo 2,
pelo menos um precisa recorrer a técnicas de fertilização assistida.”
Fonte: http://www.universodamulher.com.br/m/60/10672/obesidade-aumenta-e-compromete-fertilidade-feminina
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