Pesquisa
comprova que origem do espermatozoide não é determinante para implantação do
embrião em estágio de blastocisto
A transferência de embriões em estágio de blastocisto,
após o cultivo estendido, resulta em taxas de implantação significantemente
mais altas, quando comparada à transferência de embriões em estágios mais
precoces de desenvolvimento.
Prolongar o período de cultura permite uma melhor seleção
de embriões com maior potencial de implantação e uma melhor sincronização
entre o útero e o estágio de vida do embrião. Além disso, por conta da
elevada taxa de implantação, transferências de um único blastocisto são
capazes de aumentar a chance de gravidez e reduzir o risco de gestações
múltiplas.
Embora vários estudos tenham mostrado um melhor resultado
da transferência de blastocisto, quando comparada à transferência de
embriões em estágios mais precoces, nem todos os pacientes se beneficiam do
adiamento da transferência de embriões. Vários fatores clínicos têm sido
associados com o desenvolvimento de blastocistos de baixa qualidade, como:
idade materna avançada, o método de inseminação, qualidade do sêmen, causa
de infertilidade, entre outros. Porém, pouco se sabia a respeito do efeito da
origem do espermatozoide no potencial de desenvolvimento do blastocisto.
Em um recente estudo, a equipe científica do Fertility -
Centro de Fertilização Assistida, investigou se o impacto da origem do
espermatozoide no potencial de formação de blastocistos. Espermatozoides não
ejaculados, ou seja, retirados cirurgicamente dos testículos e epidídimos,
têm sido usados para técnicas de reprodução assistida há quase duas
décadas, porém estudos recentes sugerem que espermatozoides testiculares e
epididimários resultam em taxas de gestação mais baixas, quando comparados a
espermatozoides recuperados do ejaculado.
A pesquisa do Fertility provou que a origem do
espermatozoide não é determinante para o sucesso de implantação do blastocisto.
Surpreendentemente, um aumento de quase três vezes na probabilidade de
formação de blastocistos foi observado quando foram utilizados espermatozoides
testiculares ou epididimários. Segundo Daniela Braga, pesquisadora científica
da clínica e autora do estudo, esse achado pode ser explicado pela menor
exposição destes espermatozoides às espécies reativas de oxigênio, quando
comparados a espermatozoides ejaculados. “De qualquer maneira, mais estudos
devem ser realizados para confirmar nossas descobertas”, ressalta a
pesquisadora.
Fonte: Fertility Press / Informativo trimestral do
Fertility, Centro de Fertilização Assistida. http://www.embriofert.com.br/
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