Mulheres submetidas a
tratamentos para engravidar podem ficar tranquilas - eles não aumentam o risco
de câncer de mama
Você sabia que os
medicamentos que induzem a ovulação ou a punção dos ovários para aspirar os óvulos,
procedimento realizado no processo da fertilização in vitro (FIV), já foram
suspeitos de aumentarem o risco de câncer de mama?
Sim. Alguns estudos realizados
até há pouco tempo tentavam demonstrar uma ligação entre a FIV, quando
realizada por mulheres mais jovens, ao risco aumentado de câncer de mama e
tumores ovarianos. Mas, continue sua leitura antes de tirar conclusões
precipitadas!
Outros estudos foram
conduzidos e descobriram que a conexão entre os tratamentos contra a
infertilidade e o câncer é mínima. A Dra. Louise Brinton, que é Chefe da Seção
de Epidemiologia Hormonal e Reprodutiva no Instituto Nacional do Câncer em
Rockville, Maryland (EUA), e pesquisadora chefe do estudo, afirmou: "Os
resultados da nossa pesquisa foram muito tranquilizadores".
Os especialistas dizem
que a associação entre a FIV e o câncer de mama tem sido difícil de ser
desvendada, em parte porque é complicado saber se fatores imensuráveis e
desconhecidos na FIV podem afetar o risco de câncer em mulheres que têm
problemas para engravidar. Além disso, até agora não existe um grande número de
mulheres que desenvolveu câncer após o tratamento para infertilidade sendo
estudadas.
Dra. Louise e sua equipe
examinaram o histórico médico de 67.608 mulheres que foram submetidas a tratamentos
de fertilização in vitro no período de 1994 a 2011 e de 19.795 mulheres que
buscaram por tratamento mas nunca fizeram.
Os pesquisadores
cruzaram esses dados com os dados de um registro nacional de câncer e
descobriram que 1.509 destas mulheres haviam sido diagnosticadas com câncer até
o meio de 2011.
Não havia nenhum fator
que demonstrasse que as mulheres diagnosticadas com câncer de mama ou de
endométrio estivesse relacionado com a FIV.
Dra. Louise disse que o
seu estudo identificou poucos casos de mulheres que fizeram FIVs e tiveram
câncer. As incidências foram muito raras.
A única coisa que eles
observaram foi que nas mulheres submetidas a muitas induções de ovulação, a
incidência de câncer de ovário pode ser minimamente maior.
Em
contrapartida, em outro estudo, liderado por Bengt Kallen, na Suécia, ele
concluiu que o risco aumentado para câncer de ovário pode ocorrer em função de
uma disfunção dos próprios ovários, e não pelo uso dos medicamentos para
ovulação.
Minhas considerações
Eu
costumo ler muitos estudos médicos por causa da minha profissão. O que eu
aprendi é que o que era verdade ontem deixa de ser hoje e pode ser novamente
amanhã. A medicina não é linear. Os pesquisadores são ávidos por novas
descobertas - ainda bem! - e estão, dia após dia, buscando respostas para cada
moléstia que assola a humanidade. Os resultados dos estudos mudam.
Nós,
que passamos pelo infortúnio da infertilidade, temos o lado bom da pesquisa. É
graças a esses estudiosos que conseguimos os medicamentos que induzem a
ovulação, que interrompe o crescimento dos folículos no dia certo, que faz o
suporte da fase lútea, e assim por diante.
E
eles também fazem toda a pesquisa que torna possível a mágica da vida no
laboratório para engravidarmos. Mas eles não podem parar por aí. Precisam estudar
as consequências desse monte de hormônios em nosso organismo.
Os
cânceres, principalmente os do sistema ginecológico - mama, ovário - têm um
forte componente hormonal. E o nosso tratamento é baseado em que? Hormônios!
Estou escrevendo tudo isso, pois não quero causar pânico em ninguém!
Eu
ponderei muito antes de postar essa notícia. Mas além de paciente, como todos
vocês, eu também sou jornalista. Então acho bacana que vocês saibam que todo
tratamento tem seus efeitos, e eles estão sendo estudados.
Quando
eu estava na terceira FIV, perguntei: "doutor, com esse monte de
hormônios, eu tenho um risco aumentado para câncer?". Ele me disse que não.
Mas
eu gosto de me atualizar e estou feliz em saber que os pesquisadores em reprodução
assistida estão cuidando de nós, que estamos em busca dos nossos bebês.
Até!
D.A.
Fonte:
http://news.yahoo.com/study-says-ivf-does-not-increase-cancer-risk-000433328.html
Crédito da imagem: http://www.vocesabia.net/saude/cancer-de-mama-conscientizacao-e-prevencao/
Estou adorando os textos, parabens pelo trabalho.
ResponderExcluiroi Dani, adorei esse tópico!
ResponderExcluirEu sempre me perguntava se todos esses hormônios teriam alguma consequencia futura..
Bem falando em pesquisa, gostaria de sugerir alguns temas:
- A acupuntura ajuda a aumentar as chances de sucesso na FIV? já existem estudos que comprovam, mas alguns médicos ainda tratam o assunto com ceticismo, enquanto outras clínicas tem inclusive um profissional de acupuntura como parte do tratamento.
- Alguns alimentos (que não fazem milagre) mas que podem ajudar o organismo a estar mais receptivo aos embriões.
Bem, esses dois assuntos foram os que eu mais pesquisei quando decidi fazer a FIV (e há muitas opiniões controversas), afinal de contas colocamos nosso corpo, nossa mente (e nosso dinheiro) na mão dos médicos e ficamos totalmente dependentes das medicações e procedimentos. Então se pudermos fazer alguma coisa (qualquer coisinha) para aumentar as chances, mesmo que seja comer melão e gelatina, ou ficar deitada numa maca parecendo um cactus - a gente faz!!
bjs!
Nina
Já li que os tratamentos para fiv não originam cancro de mama. Porque é que então, sendo o meu tumor recetivo a hormonas. (Até estou a fazer tratamento para indução de menopausa.) Eu o descobri quando estava grávida. Após 5 tratamentos para fiv. Esse ano em que as minhas filhas nasceram, não tenho boa recordação, pois fui sujeita a todo o tipo de exames e tratamentos para o cancro.
ResponderExcluirÉ verdade que a minhas filhas estão aí suáveis. Mas pergunto-me : será que valeu a pena? Não consigo ser plenamente mãe, embora elas não tenham culpa. Sinto-me mutilada. Sinto que já não sou eu. Será que valeu a pena tantos medicamentos?! Primeiro para a fiv, depois o cancro (não tenho antecedentes familares nem de infertilidade, nem de cancro). Se estamos a chegar ao fim, de que nos serviu termos os filhos?! Só se for para o pai e para os avós. Agora sofro eu e as crianças.
Pois a resposta à pergunta ser tem ou não relação, foi a seguinte e cito" embora não esteja provado, pode acontecer".
E e mais provável que aconteça se a mulheres tem o seu beta hcg positivo e passa a negativo. Ou seja aborto espontâneo, que na maioria dois casos, simplesmente foi o voltar outra, vez a menstruação. Neste caso o pseudoaborto, aumenta o risco de cancro de mama. Isto aconteceu comigo, 5 vezes, uma do com transferencia de embriões. Não sei se valeu a pena. As minhas filhas vão ficar órfãs e não sei, se calhar Deus , não ficou contente por não serem geradas de forma natural , e faz-nos passar por mais está provação.
Poxa, Carla, eu sinto muitíssimo pelo que ocorreu contigo. Infelizmente a medicina não é uma ciência exata como uma receita de bolo. O que serve para uma mulher não serve para outra. As pesquisas indicam as probabilidades, mas existem as exceções.
ExcluirSei que é fácil uma pessoa que está de fora opinar, mas procure curtir suas filhas o máximo possível. Vc lutou tanto para te-las, até mesmo desenvolvendo essa doença. Aproveite tudo o que puder ao lado delas, vcs merecem e elas precisam de vc.
Fica bem e que Deus permita que vc se livre do câncer e fique bem para curtir muitos anos com suas filhas.
Um abraço carinhoso
Quero contar que está acontecendo comigo!! Em 2014 fiz três estimulações ovarianas como sugestão de tratamento de fertilização com a finalidade de acumular óvulos já minha produção seria relativamente baixa por já ter quase 40 anos. Após estas três estimulações a fertilização foi feita e obtive 3 embriões. Em janeiro de 2015 a médica começou a preparar meu endométrio para a transferência de embriões, para isto passei a usar uma dose elevada de estrogênio diariamente. A transferência só ocorreu no dia 15 de fevereiro de 2015, quando comecei a usar também uma dose elevada de progesterona. Engravidei e teria que continuar com as medicações até às 12 semanas de gestação, mas infelizmente (ou felizmente – vocês entender porque), tive a notícia de óbito embrionário por volta da 7ª semana no começo do mês de abril/2015. No final de maio recente, completamente por acaso, percebi um nódulo em minha mama direita, algo realmente que me chamou atenção...fiquei relativamente tranqüila uma vez que tinha mamografia e USG normais feitos em outubro de 2014. Na segunda semana de junho procurei um mastologista para ver o que era, mas confesso que imaginava ser algo sem muita importância. Entre todos os exames, inclusive uma “core biopsy”que consegui fazer ultrarápido (tenho um irmão oncologista que agilizou tudo). No dia 20 de junho, para minha triste surpresa me deparo com o diagnóstico de CANCER DE MAMA.
ExcluirDiante deste relato pra mim, a FIV teve total relação com o fato. Não tenho antecedentes familiares e o tipo de tumor revelou 100% de positividade para receptores de estrogênio e 80% para progesterona.
Realmente não existem trabalhos científicos suficientes que provem a relação direta entre o câncer de mama e os tratamentos de fertilização, o que não quer dizer que o risco não exista!! Provar isto cientificamente pode não algo tão simples assim...até porque creio que não seja de interesse de muitos (clínicas e indústria farmacêutica) que algo assim seja provado e publicado...
Apesar disto, creio que nossos médicos deveriam conversar mais abertamente sobre este risco e o que ocorre é justamente o contrário, quando questionados eles chegam até a descartar que esta possibilidade exista.
Enfim, hoje me encontro em pleno tratamento quimioterápico, já perdi meus cabelos, passarei por radioterapia e mastectomia...apesar de tudo agradeço muito a Deus por tive a oportunidade de descobrir relativamente cedo, a tempo de poder tratar a doença e ter a chance de ficar curada com fé em Deus!!
Este meu relato não é para desencorajar nenhuma de vocês a correr atrás do sonho de ser mãe. Só quero alertá-las sobre esta possibilidade que as clínicas de fertilização omitem completamente de nós. Eu queria apenas ser mãe, mas não queria isto a qualquer preço!
Sei que entre muitas mulheres que fazem FIV, poucas passarão por isto...mas creiam acontece com algumas. E, confesso: é muito ruim quando acontece...muito ruim mesmo!
Hoje o que quero mesmo é ficar curada e viver minha vida de forma grata a Deus. O diagnóstico de câncer me mostrou o quanto amo viver e o fato de não ter filhos hoje não é mais algo tão drástico que era pra mim a uma tempinho atrás...tipo...há exatos 37 dias atrás...
bjs