Neste dia não é preciso jejum, pois não é feita a sedação. Mas, por outro lado, é preciso estar com a bexiga bem cheia. Dessa forma é mais fácil para o médico enxergar o útero na hora do procedimento. A recomendação sobre perfumes, desodorantes e cremes é a mesma. Não pode passar nada.
Hoje estávamos mais tranquilos, pois já sabíamos do resultado do crescimento dos embriões. Nessa etapa o marido é convidado a entrar na sala para acompanhar o processo. É bem emocionante.
Primeiro, o médico faz uma higienização da vagina com soro morno. Imagine o desespero: sua bexiga lotada de xixi e você recebendo um soro quentinho, rsrsrs. Acho que é por isso que a gente nem lembra o que está por vir, pois fica concentrada em não liberar tudo ali na mesa!
Depois, o médico faz um teste com a cânula, instrumento inserido pela vagina até o útero, contendo os embriões. Uma vez que ele tem certeza o tipo certo, ela é levada ao laboratório, que fica em uma sala anexa, para que a bióloga a prepare com os embriões.
Eles ficam em um meio de cultivo, um líquido específico que garante a sua conservação fora do organismo.
Outro médico fica responsável pelo manuseio do ultrassom. O profissional que faz a transferência precisa visualizar o útero para chegar na melhor posição e inserir os embriões. Apesar de só enxergarmos um brilho na tela, é emocionante, pois aqueles pontinhos ali representam a nossa esperança. São eles que poderão se desenvolver como nossos filhos.
Quem nunca assistiu a um procedimento desses não faz ideia de como é lindo. A gente tem a oportunidade de presenciar a mágica da vida acontecendo, ali na nossa frente.
Correu tudo bem na minha transferência. Voltei ao quarto e pude fazer xixi: alívio total! Fiquei deitada por uns 30 minutos e logo fomos liberados.
Aprendi durante esses tratamentos todos que o repouso pós-transferência é algo muito mais para deixar a mulher psicologicamente tranquila do que um auxílio na implantação. Se for para acontecer, o processo é biológico, acontece no interior do útero. O fato da mulher estar deitada ou sentada não vai mudar isso. Prova disso é a gravidez que acontece naturalmente, com a mulher viajando, faxinando, pulando carnaval. Ela não faz nem ideia de que está com um embrião nidando em seu útero e está lá, a mil por hora em suas atividades.
É claro que eu não abuso. Não faço caminhadas com a minha cachorra, não pego peso, não fico abaixando e levantando etc. Por exemplo, a minha casa tem uma escada com 16 degraus. Eu desço de manhã e só subo à noite para dormir. Eu evito subir e descer desnecessariamente. Nos primeiros dias não dirijo, mas depois, vou ao salão de beleza, na quitanda, saio para almoçar com meu marido etc.
Eu já disse e repito: nossa mente domina tudo. Quanto mais tranquila estivermos, melhor. Por isso a importância de se manter ocupada, seja com o trabalho (se não envolver impacto) ou com atividades prazerosas. Teve uma vez que eu até comprei lápis de cor, giz de cera, canetinhas, e passava o dia pintando. Foi ótimo.
Podem acontecer cólicas leves, dor de cabeça e diversos outros sintomas. Mas nenhum dele pode ser interpretado como sinal de gravidez. Não podemos esquecer que estamos ainda sob forte influência dos hormônios. O Utrogestan e o Estradot continuam.
Tudo o que poderia ter sido feito, já foi. Agora, é aguardar pela vontade de Deus e torcer para que a Dele seja a mesma que a nossa!