terça-feira, 1 de outubro de 2013

Mulher com problema de fertilidade dá à luz após cirurgia nos ovários

Uma mulher de 30 anos com problemas de fertilidade conseguiu dar à luz após ter seus ovários removidos por cientistas, que trataram os tecidos em laboratório e os reimplantaram no organismo.


A técnica experimental só foi testada em um pequeno grupo de mulheres no Japão que tinham um tipo específico de problema de fertilidade, mas os pesquisadores esperam que ela também possa ajudar mulheres na faixa dos 40 anos que estejam tendo problemas para engravidar por conta da idade.

A nova mamãe deu à luz um menino em Tóquio em dezembro. Ela e a criança permanecem saudáveis até agora, afirmou Kazuhiro Kawamura, médico da Escola de Medicina da Universidade Santa Mariana, em Kawasaki, no Japão. Kawamura e colegas descrevem essa técnica na edição online da revista especializada PNAS.

O médico Kazuhiro Kawamura segura bebê que nasceu usando sua técnica
A mãe, que não é identificada no artigo, foi diagnosticada com uma 
insuficiência primária nos ovários, uma forma incomum de infertilidade que é chamada 
em alguns casos de menopausa prematura. O problema atinge cerca de 1% das 
mulheres em idade fértil.
A maioria dos casos tem origem desconhecida, mas o resultado é que os ovários acabam com problemas para produzir óvulos. Isso deixa a mulher com apenas de cinco a dez por cento de chances de ter um bebê sem tratamento. O procedimento padrão é usar óvulos doados.

Após o procedimento experimental, Kawamura e seus colegas conseguiram recuperar os óvulos de cinco de suas 27 pacientes. Uma delas sofreu um aborto espontâneo, uma não ficou grávida e outras duas ainda não tentaram engravidar, afirmou Kawamura via e-mail.

A abordagem difere daquilo que é feito para preservar a fertilidade em alguns pacientes de câncer. Nesses casos, tecidos normais de ovário são removidos e armazenados enquanto a pessoa passa por tratamento. Depois do término dos procedimentos, os tecidos são reimplantados.

O novo método é diferente, pois envolve ovários que já tinham problemas para funcionar normalmente.

No ovário, os óvulos amadurecem em estruturas chamadas folículos. Para mulheres com o problema de fertilidade testado no trabalho, os folículos ou não existem ou estão falhando na produção de óvulos. O tratamento experimental foi desenhado para estimular os folículos adormecidos.

Primeiro, os ovários das mulheres foram removidos e cortados em tiras, que foram então congeladas. Mais tarde, as tiras foram descongeladas e cortadas em pequenos cubos, uma etapa que tem a intenção de estimular a maturação dos folículos. Em seguida, os cubos foram tratados com medicamentos para estimular ainda mais o desenvolvimento dos folículos. Os cubos foram então transplantadas sob a superfície das tubas uterinas (anteriormente conhecidas como trompas de falópio) das mulheres.

Em seis meses, oito mulheres mostraram sinais de maturação folicular, e cinco delas produziram óvulos para serem usados em fertilizações in vitro com esperma de seus maridos. Os óvulos fertilizados foram desenvolvidos até embriões em estágios iniciais, que foram então preservados congelados.

Nas três tentativas de fertilização feitas, um ou dois embriões eram implantados nas mulheres.

Os pesquisadores viram que metade das 27 pacientes não tinham mesmo folículos, o que significou que o tratamento não podia mesmo ajudá-las, afirmou Aaron Hsueh, da Universidade Stanford e autor sênior do estudo. Ele também afirmou que os pesquisadores esperam encontrar uma forma de estimular os folículos sem precisar remover os ovários.

Sherman Silber, do Centro de Infertilidade de St Louis, criticou a abordagem, afirmando que ele conseguiu sucesso pelo uso de medicamentos ao invés de cirurgia Silber também discordou dos pesquisadores nas explicações para o sucesso do tratamento.

Alguns outros especialistas afirmaram que é comum que o tratamento com drogas não funcionem.

Os cientistas foram cautelosos com os novos resultados, que devem ser vistos como preliminares. "O tratamento é muito promissor, mas eu não acho que isso esteja nem perto de ser usado como rotina", disse Mark Sauer, do Centro Médico da Universidade Columbia, em Nova York. 

Amber Cooper, da Universidade Washington em St Louis, chamou a técnica de "um método bastante preliminar". "Um sucesso não significa que nós temos um novo tratamento.... Fiquem ligados", afirmou ele.

Cooper e outros também estão céticos com a sugestão dos pesquisadores de que o procedimento possa ajudar mulheres entre 40 e 45 anos de idade. Óvulos de mulheres dessa idade em geral mostram anormalidades genéticas, muitas que podem impedir que os bebês nasçam vivos, afirmou Marcelle Ceddars da Universidade da Califórnia em San Francisco Segundo ela, estimular a produção de óvulos não iria resolver essa questão da qualidade dos óvulos.

Kawamura, um dos responsáveis pelo tratamento, liberou uma foto dele mesmo segurando o recém-nascido pouco após o parto. Ele afirmou que a mãe espera ter uma outra criança a partir de seus outros embriões que estão congelados.

Fontes:
Texto: Folha de São Paulo / Associated Press
Foto: Kazuhiro Kawamura/Associated Press

2 comentários:

  1. DOAÇÃO COMPARTILHADA
    Oi futuras mamães, tenho interesse em fazer doação compartilhada(Custo total do procedimento por conta do casal receptor), sou branca, cabelos castanhos claros lisos, olhos verdes, 28 anos. para mais detalhes entre em contato pelo e-mail brasiliadfjk@gmail.com

    ResponderExcluir
  2. Boa noite! Gostaria de maiores informações a respeito desse método de Revitalização pós menopausa. E como está hoje. Obrigads

    ResponderExcluir