terça-feira, 25 de junho de 2013

Estudo brasileiro traça perfil dos doadores de gametas e embriões



A reprodução assistida tem contribuído para minimizar questões decorrentes de fatores que comprometem os ideais de constituição de famílias compostas por filhos gerados em seus núcleos.

As descobertas e alternativas para o tratamento da infertilidade foram se ampliando e proporcionando aos pacientes, que por algum motivo não mais possuíam seus próprios gametas, a possibilidade de contar com um banco de sêmen, com a doação de óvulos e de embriões. No entanto, em meio aos progressos, não raro surgem os questionamentos em relação ao que leva uma pessoa a optar por gametas doados, como também porque alguns pacientes optam em doar.

O Fertility – Centro de Fertilização Assistida desenvolveu um estudo para traçar o perfil das pacientes que se submetem a ciclos de reprodução assistida e são doadoras de óvulos e embriões. Foram analisados 229 termos de consentimento informado, entre os anos de 2010 e 2011. Neste documento, o casal determina o destino dos gametas e embriões excedentes ao tratamento. Os resultados mostraram que 34,5% das pacientes doariam seus óvulos e 24,9% doariam os embriões.

Em se tratando da doação de óvulos, as pacientes são mulheres jovens que também estão se submetendo às técnicas de Reprodução Assistida, em que o principal fator da infertilidade é masculino. Entre as doadoras, 42,1% têm até 35 anos; 20,7% entre 36 e 39 anos e 33,3% estão com 40 anos ou mais. O levantamento também avaliou o grupo a partir da escolaridade e religião, conforme registrado nas tabelas 1 e 2.





A partir dos dados apresentados notamos que pacientes mais jovens são mais propensas a doarem seus óvulos excedentes. Entretanto, a religião parece não influenciar a ovodoação. Nós, enquanto profissionais da área de reprodução assistida, devemos buscar recursos para manter a ovodoação como tratamento viável para pacientes que dela necessitem.

Um pouco mais polêmica, mas também totalmente possível, a doação de embriões possui algumas questões mais específicas, que dizem respeito em grande parte a noção de que a carga genética define a parentalidade, decorrendo culpa ao delegar o seu próprio, sem controle face ao destino de um potencial filho.

A doação de gametas e embriões tem como norma reguladora a Resolução n. 1.358/92 do Conselho Federal de Medicina, que estabelece duas premissas básicas: não ter caráter comercial e preservar o anonimato dos doadores.

Numa pesquisa anterior, realizada há dois anos, foi identificado que 86% das mulheres com embriões congelados não pretendiam doá-los para outras pacientes, uma vez que entendiam que seria como entregar um filho para doação. Segundo a psicóloga da clínica, responsável por conduzir o estudo, neste caso, a doação geraria culpa, medo e angústia. Já para 14% das pacientes que doariam seus embriões, a ação girava em torno de um mesmo propósito: o reconhecimento da dor do casal que deseja passar pela experiência de gestar e dar a luz, mas não consegue devido a algum problema de infertilidade.

Fonte: Clínica Fertility / SP

Nenhum comentário:

Postar um comentário