domingo, 1 de fevereiro de 2015

Fatores maternos influem no potencial reprodutivo

Estudo publicado por pesquisadores do Hospital Universitário de Copenhaguen, na Dinamarca, comprova que o tempo de vida fértil da mulher está associado com a idade da mãe no momento da menopausa. Liderada pela médica Janne Bentzen, a pesquisa envolveu 527 mulheres com idade entre 20 e 40 anos.
A quantidade de óvulos com potencial reprodutivo foi avaliada por ultrassom transvaginal e pela medição dos níveis do hormônio AMH, antimulleriano. “Trabalhamos com a hipótese de que fatores maternos também podem ter um impacto sobre o potencial reprodutivo de uma mulher em termos de reserva ovariana. Nas pacientes com mães que entraram precocemente na menopausa, os níveis de AMH eram menores, assim como suas reservas ovarianas.” Na opinião de Assumpto Iaconelli Junior, especialista em Medicina Reprodutiva e diretor do Grupo Fertility, esse tipo de estudo é importante, principalmente, para melhor orientação das pacientes e para definir a melhor forma de tratamento, levando em conta a relevância das técnicas de reprodução assistida.
“No que se refere à aparência, hoje as mulheres parecem bem mais jovens do que a idade que consta em seus documentos. Entretanto, isso não acontece com seu aparelho reprodutivo. Ou seja, os óvulos envelhecem e sua reserva ovariana vai diminuindo rapidamente depois dos 30 ou 35 anos. Daí a importância de, além de não adiar muito os planos de gravidez, a paciente buscar ajuda especializada para avaliar bem sua reserva ovariana, principalmente quando fatores hereditários apontam para a menopausa precoce.”
O especialista diz que a identificação de pacientes com reserva ovariana reduzida permite a individualização e melhor escolha do protocolo de tratamento, a fim de evitar frustrações e impactos negativos tanto em nível financeiro quanto emocional no casal. “Atualmente, a dosagem do hormônio antimulleriano (AMH) tem se mostrado o melhor fator isolado para analisar a reserva ovariana. Mas, como a contagem de folículos antrais pode ser realizada durante um ultrassom pélvico de rotina na investigação da infertilidade, continua sendo útil.
Vale ressaltar que outros parâmetros devem ser levados em conta, como a idade da paciente e a dosagem do hormônio folículo estimulante (FSH), entre outros. E há fatores externos que também contribuem para esse declínio da fertilidade, como o fumo, o uso de drogas recreativas e álcool em excesso.”


Fonte: Jornal de Jundiai

Obesidade aumenta e compromete fertilidade feminina


Embora a maioria das pacientes obesas não seja infértil, pode-se dizer que esse grupo tem menos chances de conceber por ciclo. De acordo com Assumpto Iaconelli Junior, especialista em Medicina Reprodutiva e diretor do Grupo Fertility, elas normalmente enfrentam mais distúrbios no eixo hipotálamo-hipófise-ovário, no ciclo menstrual, e têm até três vezes mais chances de sofrer de anovulação.
O assunto é grave e é tema de inúmeros estudos e iniciativas que buscam compreender, prevenir e reverter esse quadro. As pacientes obesas e com sobrepeso têm um nível elevado de leptina – hormônio associado à dificuldade de engravidar. Mais: não só a obesidade dificulta a gravidez, como também o processo de implantação e resposta ao tratamento. Por isso, especialistas em Fertilização Assistida costumam oferecer todo um suporte para a paciente perder peso antes de dar início a um tratamento para engravidar. Em muitos casos, a perda de peso – depois de uma modificação radical no estilo de vida e de se alimentar, ou ainda depois de uma cirurgia bariátrica – pode contribuir muito para restaurar o ciclo menstrual e a ovulação, aumentando as chances de concepção.
Estudos desenvolvidos no Instituto Sapientiae, braço acadêmico do Grupo Fertility, revelam que pessoas que modificaram seus hábitos alimentares – reduzindo o consumo de fast food e bebidas alcoólicas – durante o tratamento de fertilização assistida, duplicaram suas chances de engravidar. “Infelizmente, o hábito de consumir os clássicos lanches com maionese e bacon, acompanhados de batatas fritas, refrigerante e sobremesa, já foi incorporado por muitos jovens, adultos e, inclusive, crianças. Esse costume faz muito mal à saúde como um todo e tem levado a um aumento sem precedentes dos casos de obesidade e diabetes, impactando também o potencial de um casal gerar um bebê”, diz Iaconelli.
Além das carnes que levam hormônios para ficarem mais tenras, os alimentos que levam gordura trans na composição representam um verdadeiro perigo para a saúde, podendo comprometer as futuras gerações. Iaconelli diz que o diabetes tipo 2 geralmente está associado à obesidade e resistência à insulina. Essas duas condições podem causar deficiência hormonal na mulher, assim como ciclo menstrual irregular e infertilidade. Já o diabetes tipo 1, que normalmente acomete pacientes jovens, ocorre quando as células no pâncreas que produzem insulina são destruídas por anticorpos. Esse processo também pode se estender a outros órgãos endócrinos – incluindo os ovários – e impossibilitar a gravidez.
O especialista faz um último alerta: “Gestantes que não mantêm o diabetes bem controlado nas primeiras semanas de gravidez têm entre duas e quatro vezes mais chances de gerar uma criança com defeitos genéticos, estão mais sujeitas a hemorragias, abortos e partos prematuros. Vale dizer que a fertilidade masculina também é impactada pela obesidade e o diabetes, que resultam em maior quantidade de material defeituoso e, consequentemente, podem levar à infertilidade, problemas de gestação e abortos espontâneos, principalmente quando o paciente não sabe que está diabético. Estudos apontam que a cada seis casais em que um dos cônjuges é portador do diabetes tipo 2, pelo menos um precisa recorrer a técnicas de fertilização assistida.”

Fonte: http://www.universodamulher.com.br/m/60/10672/obesidade-aumenta-e-compromete-fertilidade-feminina

domingo, 11 de janeiro de 2015

Primeiro bebê de 2015 é fruto de uma fertilização

Boas novas!! O primeiro bebê nascido em 2015 foi fruto de um tratamento de fertilização!!



A comovente história do casal Lucimara Nogarine de Souza, 42 anos e Marco Aurélio Boracini de Souza, marcaram o inicio do ano no hospital. Além de terem sido os primeiros pais de 2015 o casal lutou durante 10 anos para ter um filho. E o sonho tornou-se realidade no dia 02 de janeiro, às 10h05, quando a mãe deu a luz ao Leonardo Nogarine de Souza, que nasceu pesando 2.925 quilos e medindo 47 cm, tornando-se o primeiro bebê do ano nascido na Santa Casa de Jales. 

O casal passou por vários exames para saber o motivo de não conseguirem ter um filho, e detectaram que eles tinham ISCA – Infertilidade Sem Causa Aparente, que apesar de pouco citado, é muito comum. Foram três inseminações sem sucesso e uma única fertilização que marcou a vida desta família, que lutou incansavelmente para realizar o desejo de se tornar pais. Eles que até pensaram em desistir das tentativas, entraram na fila de adoção e há dois anos esperam por alguma resposta. No entanto, após uma pesquisa sobre fertilização, Lucimara e Marco Aurélio descobriram que na cidade de Santo André/SP existe o Instituto Ideia Fértil, que tem como finalidade permitir que casais se beneficiem das modernas técnicas de reprodução assistida existentes. O Instituto fica junto com a Faculdade de Medicina do ABC, e por ser uma entidade sem fins lucrativos, o custo do tratamento é o mais baixo do país. Foi então que não mediram esforços para saber um pouco mais sobre o procedimento. Após a primeira consulta em janeiro, Lucimara já foi instruída a realizar diversos exames. No retorno, em março, todos foram avaliados, dando inicio a fertilização no dia 15 de abril. Foram dois embriões implantados e apenas um teve fecundação, o que originou a vinda de Leonardo. Quando souberam que seriam pais a família Souza ficou surpresa: “Quando soube que o resultado havia dado positivo eu não acreditava, foi um milagre de Deus. Sempre tivemos o apoio da família, e nestes nove meses a expectativa era grande para a vinda do nosso filho. Ele é um menino iluminado, e durante a minha gestação foi muito tranquilo, sem nenhum tipo de intercorrência”, relatou Lucimara. As comemorações de fim de ano para esta família foram diferentes, pois eles aguardavam a vinda do primeiro filho que estava previsto entre os dias 29 de dezembro e 03 de janeiro. “Nossa passagem de ano foi em casa e na expectativa, sem dúvida a partir de agora será diferente, temos muito que comemorar”, declarou Marco Aurélio.


De acordo com informações do Serviço de Prontuário da Santa Casa, até o fechamento desta matéria foi constatado que em apenas oito dias nasceram 14 crianças no hospital. No ano de 2014 foram 1.109 bebês de toda região, sendo 203 partos normais e 906 cesáreas.



Fonte / Créditos: *Informações Santa Casa de Jales

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Ano novo, vidinhas novas

Eu sei muitíssimo bem que quem passa pela FIV vive com o coração sensível e abalado, e especialmente nesta época de festas parece que fica um buraco. Eu posso escrever isso com propriedade, pois foram anos assim. Este é o primeiro que passei com o meu coração completo. Mas já enfrentei tantos outros vazia, amargurada, sem ânimo nem motivo pra celebrar. Só que de alguma forma eu era tocada pela esperança que me movia a continuar. E foi graças a ela que segui em frente e após 7 FIVS, um aborto retido, e uma gravidez de muito risco e preocupações que a minha Maria Luisa chegou.

Sei que não é fácil. Mas, dentro do possível, deixem o espírito da renovação do ano novo entrar em seus corações restaurando a sua fé (=ausência de dúvidas!) e deixando a certeza de que seu bebê está se preparando pra vir até você, e que a cada dia que passa essa distância só diminui.

Não se esqueçam: Ano novo. Promessas, metas traçadas, energia renovada, ciclos que se iniciam ou que são retomados. Fôlego novo. São outros 365 dias novinhos para escrevermos outras histórias. A sua história rumo a concretização do seu sonho. 

Faça as coisas dentro das suas possibilidades. Seja o que for, mas faça. Sei que não é fácil, tudo requer dinheiro, há filas, há esperas, há negativos, há vontade de jogar tudo pro alto. Mas, lembre-se do produto final: seu filho. Isso vale e isso basta.

Para inaugurarmos 2015 bem e com um banho de esperança, fica a história de uma mulher que após quatro abortos espontâneos engravidou de quadrigêmeos. Prova de que para Deus nada é impossível. No tempo Dele, as coisas acontecem.

Um beijo carinhoso e muitas vibrações de amor e de esperança.

Dani

Leia:
http://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2014/12/1564276-apos-perder-quatro-bebes-mulher-desiste-de-engravidar-e-acaba-tendo-quadrigemeos.shtml



domingo, 7 de setembro de 2014

Quando dá certo e nos tornamos mães: o outro lado da moeda


Hoje gostaria de falar aqui no blog algo pouco comentado entre nós tentantes. Engravidei, deu tudo certo, nasceu. E agora?
Sempre quis ser mãe, sofri muito pra atingir esse objetivo emocionalnente, fisicamente e financeiramente, blá, blá, blá. Isso não é novidade pra ninguém. Agora, o que é uma afronta pra mim e certamente para muitas outras por aí são comentários do tipo: vc não lutou tanto pra ter, agora agüenta!!!
Explicando: a Maria Luisa parou de tirar sonecas de dia com um mês e meio. Ela tb tem muita dificuldade pra dormir a noite. Já tentei inúmeros métodos, todos que alguém possa mencionar aqui, possivelmente experimentei. Além disso ela ama colo. Não pode me ver ou estar ao meu lado que só quer ficar grudada em mim. Detalhe: tem sete meses e pesa dez quilos. Minha coluna e meu joelho estão arrebentados.

Quando estava conseguindo fazê-la dormir a noite inteira, aos sete meses, precisei desmamar. Antes que alguém me critique isso não foi uma decisão minha, mas necessária por questões pessoais. Se já era difícil estabelecer uma rotina na vida da Maria Luisa sem os sonos diurnos, agora, então... Passo a noite tentando acalma-la. Ela não entende o motivo da insônia e do estresse e fica mais nervosa.

Felizmente ela não percebeu que tirei o peito pq os enfaixei para que não sentisse o cheiro do leite e ela aceita muito bem a mamadeira, apesar de detestar a chupeta. Estamos assim há uma semana. Some-se a isso o fato de eu ter que lidar com os efeitos colaterais do Dostinex, remédio que tomei pra secar o leite, os peitos empedrados, vazando, minha tristeza imensa em abandonar esse ato que tanto amei em desempenhar que é a amamentação (sem falar no tanto que acalma a minha filha) e as noites sem dormir.

Então, voltando ao tema original, antes de criticar uma mãe ou fazer uma Brincadeirinha irônica dizendo que ela quis o filho, lembre-se dessa rotina de uma mãe de bebê novinho ou de um bebê mais "demading" (exigente, como no meu caso):

Acordar, não escovar os dentes e, com sorte, fazer um xixi
Preparar mamadeira com tudo que já deixei organizado no quarto na noite anterior enquanto ela berra de fome
Por pra arrotar e trocar fralda
Por pra tomar sol
Levar pra sala e fazer malabarismos pra distrai-la enquanto lavo e esterelizo as mamadeiras sujas
Trocar de roupa, escovar dentes/ cabelo
Tentar tomar meu café enquanto dou fruta pra ela
Passear de carrinho
Responder emails, trocar fraldas, brincar
Dar almoço, trocar fralda
Almoçar
Mamadeira
Brincar
Trocar fralda
Dar fruta
Lavar e esterelizar mamadeiras
Tentar trabalhar um pouquinho
Trocar fralda
Dar o jantar

Preparar as mamadeiras da noite
Preparar o banho
Dar o banho
Mamadeira
Por pra dormir
Eu janto
Arrumo a bagunça do dia que deixei pra trás
Escrevo meus artigos (afinal, tenho que "trabalhar"!!! - pq preciso da grana, me manter no mercado e tb pq adoro demais a minha profissão e a satisfação que ela me traz. Escrever me revigora).
Coloco as roupinhas dela de molho no vanish
Faço carinho na Garota, minha cachorrinha
As vezes converso com meu marido, quando ele está em casa e não narrando jogo
Por fim, durmo até a hora em que ela chorar
Nos fins de semana faço as papinhas da semana e congelo

Mesmo assim: amo a minha filha e a minha vida. MAS: isso não me tira o direito de ficar cansada, esgotada, e de reclamar e desabafar, independentemente se eu engravidei de primeira ou se levei anos e muitos tratamentos para tal. Não é o fato do tanto que desejei a minha filha que agora precisa
aumentar o meu fardo e eu me tornar uma zumbi ambulante, aceitando tudo com normalidade.  Nós, mães de qualquer circunstância, merecemos respeito, AJUDA, e admiração.

Obs.: desculpem pelos erros de digitação, escrevi no bloco de notas do celular enquanto a Maria mamava no meu colo

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Quando o resultado da FIV é negativo

"Morre um capim, nasce outro".
Quando fiz a minha primeira fertilização completa (na anterior o ciclo foi precocemente cancelado) eu não fazia muita ideia do que estava por vir. O médico me animava dizendo que por eu ser jovem minhas chances eram ótimas.
Próximo ao dia marcado para fazer o beta um discreto sangramento começou a surgir. O médico me tranquilizou explicando que nem todo sangramento era ruim, afinal, poderia ser nidação.
Porém, rapidamente ele foi aumentando. Colhi o exame de sangue aos prantos, pois minutos antes eu já tinha constatado o aumento do fluxo.
A tarde, do trabalho mesmo, deparei-me com o detestável negativo. Não conseguia mais trabalhar, pois as lágrimas me venciam.
Fui pra casa. Ainda tinha pela frente outra missão doloridíssima: dar a notícia ao meu marido. Além da tristeza que eu sabia que o abateria eu me sentia culpada, envergonhada e fracassada por não ter engravidado. Todos aqueles castelos de areia que construí sobre as formas que daria a feliz notícia do positivo a ele ruíram, zombando da minha tristeza.
Após muito chorar, resolvi ler um pouco pra relaxar. Peguei a biografia do meu amado Chico Xavier que comprara há pouco.
Eis que na primeira página, leio: "morre um capim, nasce outro". Nem preciso dizer o quanto mais chorei ao ler aquilo. Mas foi justamente o que me renovou as forças pra prosseguir.
Depois ainda enfrentei outros quatro negativos e um aborto. E a cada um deles me apeguei ao recado do grande Chico.
Hoje escrevo esse post com minha filha Maria Luisa, de seis meses, no meu colo. Ou seja: meu capinzinho nasceu!! Foram muitos lutos pra chegar até aqui. Pensei em desistir. Mas meu sonho maior de ter isso que tenho hoje apagava as mágoas e me renovava a fé.
Dedico esse texto a uma queridíssima amiga. Ela me concedeu a honra de acompanhar seu primeiro tratamento que, infelizmente hoje teve um desfecho negativo.
Nessas últimas duas semanas eu vi partes da minha história através da dela. E hoje o choro dela e do esposo dela também foi meu.
Amiga, não desista! As vezes a raiz do capim é mais funda do que imaginamos, por isso demora pra atingir a superfície. Mas a persistência, aliada a resignação, ao foco, a força e a fé nos levam ao que antes parecia ser impossível.
Creia: seu bebezonho virá. Basta esperar que, na hora de Deus, Ele irá enviar.
Se você que me lê também está passando por situação parecida, receba meu carinho.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Minhas desculpas e artigo novo: Estresse no trabalho pode comprometer fertilidade do casal

Boa tarde, pessoal!

Eu gostaria de me desculpar pela imensa ausência. Parece que a minha bebê quer compensar o tempo todo que eu a aguardei, pois ela adora um colinho e é muito exigente, rsrs. Por isso que acabei me afastando dos artigos. A Maria Luisa ainda está em uma fase que demanda atenção integral e mama praticamente a cada duas horas. 

Quero agradecer a visita de todos, os comentários, e por compartilharem suas histórias conosco. Fico muito feliz em observar que o nosso blog tornou-se um espaço de ajuda mútua.

Aproveito a oportunidade para postar este artigo sobre estresse profissional e infertilidade. O médico em questão, Dr. Edson Borges, é o profissional que conduziu a minha FIV de sucesso.
Um grande abraço,
D.A

O fenômeno é mundial e vem impactando igualmente a vida de homens e mulheres. Os níveis de estresse no ambiente de trabalho estão aumentando assustadoramente e se tornando um problema desaúde pública. Competição, pressão e assédio moral são as queixas mais frequentes e que têm levado muita gente ao afastamento por depressão, doenças crônicas e pela síndrome do esgotamento profissional. Mas isso não é tudo. Altos níveis de estresse também estão relacionados à dificuldade para engravidar. 


O quanto o estresse impacta a fertilidade das pessoas e seus efeitos psicológicos é tema que vem sendo estudado faz tempo e tem demonstrado que é fundamental trabalhar o aspecto emocional de casais em tratamento de fertilização assistida. Estudo empreendido no Instituto Sapientiae, coordenado pelo especialista Edson Borges Junior, avaliou o impacto do estresse oxidativo em 332 casais inférteis em tratamento de fertilização assistida – analisando sêmen e fluído folicular. Ficou comprovado que o excesso de radicais livres tem impacto negativo sobre o DNA, lipídios e proteínas, dificultando a gravidez.

"O estresse emocional desencadeia uma série de desdobramentos no organismo humano, incluindo o aumento do estresse oxidativo, que tem grande influência na piora da qualidade dos oócitos e na qualidade do sêmen. Controlar os níveis de estresse, então, passa a integrar o conjunto de medidas que fazem parte do tratamento de fertilização assistida", diz o especialista Edson Borges Junior. "Fatores relacionados ao estilo de vida têm influência, inclusive, sobre o ciclo menstrual da mulher. Por isso é tão importante oferecer ao casal, principalmente à paciente, um suporte psicológico durante o período em que está em tratamento. A terapia cognitivo-comportamental pode ser de grande valia no período." 

Estudo publicado em 2013, envolvendo 31 países europeus, revelou que o estresse no ambiente de trabalho é encarado como algo comum por mais da metade dos funcionários – principalmente por aqueles que trabalham em escritórios e na prestação de serviços. A insegurança na manutenção do emprego, o excesso de trabalho e de cobrança por resultados – além de casos crescentes de assédio e bullying – são citados como as causas mais frequentes de depressão e dos altos níveis de estresse. No jornal Human Reproduction, médicos que compararam a taxa de gravidez entre casais estressados e casais calmos chegaram à conclusão de que nos meses em que os casais sentiam-se mais felizes e ‘de bem com a vida’, as taxas de fertilização eram de fato mais elevadas.


Fonte: http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--9-20140602