quinta-feira, 15 de agosto de 2013

15 de agosto: Dia da gestante



Acabei de descobrir casualmente 
que hoje, 15 de agosto, é 
comemorado o dia da gestante. 
Fiz uma breve pesquisa e não 
encontrei nenhum histórico sobre 
a data. De qualquer forma, eu desejo 
a todas que querem engravidar 
que mantenham acesa a sua fé. 
Precisamos dessa perspectiva de 
resultados positivos para continuarmos 
em busca do nosso objetivo. 
E para as que já estão grávidas, 
parabéns pelo dia e que esses 
meses de gestação sejam tranquilos 
e repletos de boas recordações. 
Aproveito para publicar uma entrevista 
com o ginecologista, Dr. José Bento, 
sobre as principais dúvidas das gestantes, principalmente as de primeira viagem. 




Alimentação, beleza e sexualidade são motivos das principais dúvidas entre as gestantes



O período da gravidez é um momento muito importante para as 
futuras mamães. Nessa fase, a mulher pode ter que mudar completamente 
seu estilo de vida, pois é preciso tomar alguns cuidados para uma gestação
tranquila e o nascimento de um bebê saudável. Para falar sobre algumas 
curiosidades desse momento tão especial, o Dr. José Bento de Souza, 
ginecologista e obstetra pós-graduado pela Universidade de São Paulo (USP)
e autor de diversos livros – entre eles “Engravidar! Sim, é possível” –, 
responde a algumas das perguntas mais comuns sobre alimentação, 
cuidados com a beleza e sexualidade da gestante. 



Alimentação

É necessário que a mulher mude os hábitos alimentares durante a gravidez?

Dr. José Bento – É fundamental que a mãe mantenha uma boa alimentação 
para garantir ao bebê todos os nutrientes essenciais, e assim ajudar 
no seu desenvolvimento e formação. A partir de uma nutrição adequada 
é que a mulher garante uma gestação mais tranquila, sem a 
ocorrência de anemias, hemorragias e diabetes gestacional. 
Desta forma, é importante que as mulheres 
acrescentem cerca de 300 calorias a sua dieta diária para nutrir o feto 
em desenvolvimento, preferencialmente distribuídas em cinco refeições
(desjejum, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar), preparadas 
com ingredientes que são fontes de proteínas, ferro, cálcio e ácido fólico, 
preferencialmente com um baixo teor de gordura.


Além de uma boa alimentação, suplementos de vitaminas podem trazer 
benefícios à saúde da mulher grávida?
Dr. José Bento – O estado nutricional materno é fator determinante 
no desenvolvimento do feto, assim como no bem-estar da grávida. 
Mesmo em gestantes saudáveis, que se alimentam adequadamente, 
é possível que haja deficiência de micronutrientes (vitaminas e sais minerais). 
Desta forma, acrescentar suplementação de vitaminas passa a ser uma 
alternativa eficaz na redução significativa da incidência de malformações 
neurológicas, cardíacas, faciais, urinárias ou defeitos em membros. 
Além do mais, há evidências de que, a partir do uso de suplementos 
vitamínicos especiais para a gestante, pode haver diminuição da 
incidência de abortamentos, pré-eclâmpsia (pressão arterial elevada, 
retenção de líquidos e presença de proteína na urina, com sintomas 
que podem evoluir para convulsão e coma), diabetes gestacional, trombose 
e nascimentos prematuros.

Qual é o peso ideal de uma grávida ao final de uma gestação?
Dr. José Bento - O peso corporal de uma gestante pode variar entre 
nove e doze quilos a mais, comparado ao seu peso normal, isso para 
todo período da gestação. Esse aumento de peso pode ser de 1,5 a 2 quilos 
por mês após a 16ª semana. Sendo assim, é importante que haja 
restrição ao consumo de alimentos calóricos, como refrigerantes, 
balas e doces industrializados.

Cuidados com a saúde e a beleza
Quais são os principais efeitos que a gravidez gera no corpo 
da mulher do ponto de vista fisiológico e estético?
Dr. José Bento – Nos três primeiros meses é comum que a mulher 
sinta mal-estar, como náuseas e vômitos. Além disso, prisão de ventre e
inchaço nas pernas são outros sintomas que ocorrem neste período. 
O volume de sangue armazenado no corpo da mulher pode aumentar 
em até 50%. Outras mudanças são o aumento das glândulas mamárias, 
o aumento do útero que pode chegar a 40 cm (7 cm é o normal), 
e o aumento dos hormônios femininos (estrogênio e progesterona) 
em até dez vezes.

Grávidas podem fazer exercício físico?
Dr. José Bento – Como uma forma de ficar mais preparada para o parto, 
sofrer menos com inchaço e dores lombares durante a gestação, 
a adesão aos exercícios físicos torna-se uma importante ferramenta. 
No entanto, é importante que o médico seja consultado antes de 
a grávida iniciar qualquer atividade física. Também é preciso saber 
que o correto é a prática de exercícios físicos de baixo impacto, 
como caminhadas moderadas, alongamentos e hidroginástica. 
A prática da atividade física certa irá beneficiar o equilíbrio emocional 
da gestante, pois é um momento em que ela fica em contato com o 
próprio corpo, sentindo como o bebê reage aos seus movimentos.

Quais cuidados que a mulher pode ter com a beleza durante 
a gestação?
Dr. José Bento – Ter cuidado com a beleza no período de gestação 
influencia de forma positiva no emocional da mulher. Entretanto, é 
preciso que a atenção aos tipos de produto utilizados seja redobrada, 
isso para que não haja qualquer risco para o desenvolvimento do bebê. 
O aparecimento de estrias, geralmente, é o que mais preocupa as 
mulheres nessa fase. A estria pode aparecer no abdômen, nas mamas, 
nas nádegas e nas coxas, pois a pele fica mais fina e esgarça ao 
ser esticada. Uma boa alimentação, o acompanhamento pré-natal 
e o uso diário de hidratantes e emolientes de boa qualidade são importantes. 
Produtos como LUCIARA® ajudam a prevenir o rompimento das 
fibras de colágeno da pele da gestante. Isso porque se trata de um 
hidratante para a prevenção de estrias, elaborado com os mais altos padrões 
de qualidade, em geral aplicados somente a produtos farmacêuticos, 
e é hipoalergênico, ou seja, apresenta uma formulação livre de corantes e 
perfumes. Como o produto é específico para a gestante, também não 
contém uréia, princípio ativo comum em hidratantes, mas que pode causar 
malformação do feto. O creme específico para a gestante forma uma 
elícula protetora e penetra nas camadas mais profundas da pele garantindo 
maior eficácia. Em geral, também não é indicado que as futuras mães 
utilizem produtos químicos como tinturas e descolorações, ou realizem 
procedimentos como permanentes ou alisamentos, principalmente nos 
quatro primeiros meses da gravidez, período em que ocorre o desenvolvimento 
da maioria dos órgãos do feto.

É comum que a grávida tenha queda e mudança no tipo de cabelo? 
Por quê?
Dr. José Bento – Devido ao aumento da taxa de hormônios femininos 
(estrogênio e progesterona) no corpo da gestante, que pode chegar a 
até dez vezes mais do que o normal fora da gravidez, o cabelo da mulher 
cresce em um ritmo diferente, ganha mais brilho e força. Em relação à 
queda de cabelo, ocorre geralmente após o parto, pois com o nascimento 
do bebê a mulher tem uma diminuição brusca dos níveis hormonais.

Qual é a recomendação para um sono mais tranquilo durante a gravidez? 
Existe uma posição ideal para dormir nessa fase?
Dr. José Bento – É recomendável que as gestantes passem a dormir 
de lado, preferencialmente do lado esquerdo. Isso porque, com o crescimento
do útero há uma pressão sobre a veia cava, que fica próxima ao lado direito 
do abdômen, o que impede o retorno correto do sangue dos membros inferiores. 
Dormindo para o lado esquerdo, a mulher facilita o fluxo sanguíneo e previne 
o inchaço.

Vida sexual
A rotina sexual da mulher deve ter alguma alteração?
 Dr. José Bento – A rotina sexual da mulher durante a gravidez não deve 
sofrer alterações. O que pode acontecer são alguns cuidados especiais 
devido à preocupação da mãe e do pai, sobretudo, no final da gestação. 
Porém, se houver alguma indicação obstétrica, como suspeita de parto 
prematuro, placenta baixa (placenta prévia) ou sangramento, é importante que 
a mulher siga as orientações de seu médico. 
Além disso, é fundamental que a gestante converse 
bastante com seu parceiro para deixá-lo mais tranquilo e ciente do que ela 
está sentindo.

Com a gestação, a mulher perde a libido?
Dr. José Bento – Tanto o aumento quanto a diminuição da libido podem ocorrer. 
Com o aumento de até dez vezes dos hormônios femininos 
(estrogênio e progesterona), a mulher pode ficar mais sensível e ter mais 
vontade de manter relações com seu parceiro. Após o parto, a tendência 
é que a sua sensibilidade volte ao normal. Mais existe também a possibilidade 
tanto da mulher como do homem sentir a queda na libido com a notícia da gestação. 
Para a mulher, esse fato pode ocorrer devido a uma influência 
hormonal que afeta seu lado emocional. No caso do homem, essa diminuição 
de libido passa apenas por uma questão psicológica, pois ele pode começar 
a ver sua parceria com imagem de mãe, além de se preocupar, em muitos casos, 
em machucar o bebê.

Deve haver cuidados especiais na hora do sexo?
Dr. José Bento – Nos primeiros meses não há necessidade de mudanças 
nas relações sexuais, mas é importante que o casal se sinta confortável 
em manter a mesma intimidade e praticar as posições que desejam. 
No entanto, após o sexto mês é comum que haja alguns cuidados especiais. 
Neste caso, as posições mais indicadas acabam sendo quando a mulher fica 
de lado para o parceiro ou por cima. Porém, se houver algum incômodo ou dor, 
é importante que a gestante comunique seu parceiro e seu médico.


Fonte: 
http://www.maxpressnet.com.br/Conteudo/1,433806,15_de_Agosto_-_Dia_da_Gestante,433806,6.htm

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Gravidez da Ana Hickmann - para ela, também não foi tão simples assim

Durante a semana passada muito se especulou sobre uma possível gravidez da apresentadora da Rede Record, Ana Hickmann.

Lembro-me que há alguns meses surgiu uma polêmica entre ela e Adriane Galisteu, quando esta segunda disse publicamente que quando a Ana se tornasse mãe, seria uma pessoa diferente (foi algo do gênero).

Eu não conheço a história da Ana Hickmann. Mas, naquele momento, eu me doí por ela. Já havia ouvido rumores de que ela e o marido enfrentavam problemas para engravidar, mas como jornalista, sei que a mídia também "cria" assuntos que são bons para repercutir. 

Desde então, passei a prestar mais atenção nela e ficava imaginando o quanto deveria ser difícil esse bombardeio da mídia frente a uma questão delicada. Eu, que não sou figura pública, sempre preservei tanto os problemas para engravidar e tudo o que enfrentei com meu marido: exames, tratamentos frustrados, abortos... Imagina como isso tudo seria para ela!

Ontem, finalmente, veio a confirmação: Ana Hickmann está grávida! Infelizmente não pude assistir ao vivo o programa em que ela divulgou, mas hoje tive acesso ao vídeo - link abaixo.

Eu fiquei admirada com a honestidade dela em contar que buscou pela ajuda de um especialista, o Dr. Lister Salgueiro, de Sorocaba (cidade em que moro). A maioria dos famosos que se submetem a tratamentos para engravidar geralmente escondem e quando questionados, negam.

Com essa atitude a Ana ganhou a minha admiração. Ela não deu muitos detalhes sobre o tipo de problema que sofrem. Disse apenas que estavam tentando engravidar há dois anos sem sucesso quando decidiram buscar por auxílio médico. 

Ao afirmar publicamente que foi submetida a um procedimento de reprodução assistida, a apresentadora mostrou que esse tipo de problema não é "exclusividade" de ninguém. Existe muito mais pessoas sofrendo com a infertilidade do que podemos imaginar. Inclusive, os famosos. E demonstrou também que não é vergonha alguma apelar para a ajuda médica com o intuito de realizar esse sonho de engravidar.

A alegria dela e do esposo é contagiante. Espero que eles tenham aberto um precedente para que essa discussão sobre tratamentos, e, inclusive, um maior acesso a eles por meio do SUS e dos planos de saúde, seja iniciada e perpetuada.

Parabéns ao casal e que essa alegria que eles estão sentindo chegue na casa de todos nós!


Assista a entrevista com Ana Hickmann: http://rederecord.r7.com/video/exclusivo-gravida-ana-hickmann-conversa-com-o-domingo-espetacular-52084afb0cf2c9f75e6ea65f/
Foto: Entretenimento / R7.com

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Trabalho em horários irregulares prejudica fertilidade da mulher




Trabalhar em horários irregulares, ou seja, em turnos que alternem tarde e noite, pode ser prejudicial à saúde das mulheres. Estudo britânico apresentado nesta quarta-feira no encontro anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE, sigla em inglês) relaciona o trabalho em turnos a prejuízos ao ciclo menstrual e à fertilidade feminina. De acordo com a pesquisa, as mulheres que trabalham em turnos mistos têm um risco 80% maior de problemas de fertilidade e 33% maior de ter interrupção menstrual. 

O trabalho em turnos já foi associado a uma série de riscos à saúde. Isso acontece porque a troca de horário tem impacto na qualidade do sono e no relógio biológico. Pouco se sabia, no entanto, sobre as consequências que o trabalho em turnos tinha para a fertilidade de uma mulher. 

Levantamento - Pesquisadores da Universidade de Southampton, na Grã-Bretanha, analisaram uma série de trabalhos publicados entre 1969 e janeiro de 2013. Ao todo, 199.345 mulheres participaram do levantamento. Segundo os resultados, mulheres que trabalham em turnos mistos - um dia de madrugada, outro dia durante a noite ou o dia -, em comparação com aquelas que trabalham em horários comuns, têm um risco 33% maior de sofrer com interrupção da menstruação. Elas também apresentam uma chance 80% maior de sofrer com subfertilidade - não são inférteis, mas têm capacidade de fertilização menor do que a média. 

Os autores não encontraram, no entanto, um aumento nos riscos menstruais e de subfertilidade em mulheres que trabalhavam somente em turnos noturnos. Descobriu-se, porém, que elas são mais propensas a sofrerem um aborto. 

Segundo os pesquisadores, embora o estudo tenha encontrado uma relação entre trabalhos de turnos e impactos na fertilidade da mulher, ele não definiu as causas para que isso ocorra. Os autores acreditam que se esses achados forem os mesmos em outros estudos, as descobertas podem ter importantes implicações para o tratamento de mulheres que estão tentando engravidar.
Fonte: Veja 

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Teste de urina: complemento ao outro post

Achei por bem postar essa foto que ilustra como os testes de urina podem ser confusos e nos deixar ainda mais piradinhas quando estamos tentando engravidar.

Esse teste foi realizado no 12o dia pós transferência de dois blastocistos, quando já se tinha um resultado positivo de beta HCG no valor de 280 ui.

Teste realizado no 12o dia após transferência de 2 blastocistos. Beta HCG de sangue positivo no valor de 280ui

Quem está envolvida com o processo de tentar engravidar ou já engravidou sabe que um beta de 280ui é alto. Se o exame de urina é capaz de detectar o hormônio beta HCG no organismo a partir de 25ui, essa linha não deveria estar mais escura?

Portanto, eu repito: paciência! Por pior que seja a angústia da espera, o exame de sangue é definitivo e não deixa dúvidas como na foto acima.

Na semana do Dia dos Pais vale lembrar que eles também sofrem com a infertilidade


O site Fertilidade do Homem é ideal para quem quer tirar dúvidas sobre o tema


Quando o assunto é fertilidade, ou a falta dela, quase sempre as pessoas pensam nas mulheres. Qualquer pesquisa, seja em livros ou na web, trará muito mais material sobre elas. Assim, aproveitando a semana na qual se comemora o Dia dos Pais no Brasil, é bom lembrar que os homens também ficam infelizes quando não conseguem realizar seus sonhos de paternidade.

Pensando nisso, Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi, diretor do IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia), criou um site apenas para eles fertilidadedohomem.com.br. “É surpreendente que, mesmo considerando que praticamente 50% das causas responsáveis pela dificuldade em engravidar de um casal sejam decorrentes de problemas na fertilidade masculina, existem pouquíssimas orientações a esse respeito”, afirma o médico.

No site é possível encontrar textos elucidativos que tratam das principais causas da infertilidade masculina como azoospermia, oligospermia, astenospermia, criptorquidia, caxumba, varicocele e diabetes entre outros.

O estilo de vida, que também pode prejudicar e muito a fertilidade, não foi esquecido. Afinal, cigarro, drogas e álcool costumam atrapalhar a performance dos espermatozoides, por exemplo. Estar acima ou abaixo do peso, abusar das práticas esportivas ou exagerar nos exercícios físicos também. 

Assim, é importante frisar que quanto mais saudável o perfil da pessoa, mais chances de obter sucesso na concepção. Quem se preocupa com esse lado, encontrará no site dicas de como melhorar a fertilidade por meio da alimentação ou da prática saudável de exercícios.

Na página também há indicações de tratamentos seja para os problemas de saúde mais simples indo até os mais complexos, contando inclusive com dicas para aqueles que irão passar por tratamentos de quimioterapia. Muitos não sabem, mas podem congelar seu sêmen, por exemplo.

Tudo isso sem esquecer o aspecto psicológico do homem infértil. O comum é que as mulheres, quando descobrem que o problema da infertilidade do casal é delas, costumam ser mais corajosas e já buscam ajuda e tratamento. Os homens costumam sucumbir e se isolar.

 “Isso porque a infertilidade masculina é, em princípio, muito mais ‘sofrida’ do que a feminina, pois alguns homens associam esse fato à masculinidade e virilidade”, conta Cambiaghi. 

Por fim, para ajudar mais ainda no caso de dúvidas, há várias perguntas e respostas, englobando vários tópicos referentes ao tema infertilidade masculina, para que o homem possa pesquisar à vontade e de forma íntima e discreta algo que possa porventura o estar incomodando.

O mais importante é saber que graças à medicina e à tecnologia atuais, novidades chegam a toda hora, em tratamentos de saúde ou de reprodução humana, o que torna o sonho de ter um filho, seja naturalmente ou com o uso da ciência, cada dia mais acessível a todos.


*Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi é diretor do Centro de reprodução humana do IPGO, ginecologista-obstetra especialista em medicina reprodutiva.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Gravidez em pacientes de fertilização in vitro com idade superior a 50, não traz mais riscos do que em mulheres mais jovens


É o que mostra estudo feito nos Estados Unidos com mulheres na pós-menopausa


O CFM (Conselho Federal de Medicina) divulgou no dia 16 de abril deste ano novas regras de reprodução assistida. Uma delas diz respeito à “idade máxima das candidatas à gestação de reprodução assistida é de 50 anos”. Limitando, assim, muitas mulheres do sonho de ser mãe. 

Porém, uma p
esquisa publicada no início de fevereiro de 2012, nos Estados Unidos, sobre gravidez em mulheres mais velhas, já lançava dúvidas sobre a crença de que quanto maior a idade da futura mãe, maior a probabilidade de riscos.

estudo  da Columbia University Medical Center, publicado no Jornal Americano de Perinatologia,  é o maior até agora sobre gravidez em mulheres desta idade e foi realizado com 101 pacientes na pós-menopausa que receberam  tratamento de fertilização in vitro e usaram  óvulos doados.  O resultado mostrou que a gravidez nesta faixa etária não apresentava mais riscos do que a de mulheres mais jovens, que conceberam com o mesmo método.

Foi constatado que mulheres com mais de 50 anos tinham a mesma probabilidade de desenvolver complicações como diabetes gestacional ou parto prematuro, como pacientes submetidas ao mesmo tratamento com idade inferior a 42 anos.  A única diferença entre as duas faixas etárias era a de que as mais velhas possuíam uma chance ligeiramente superior de desenvolver pressão arterial elevada.

Afinal uma mulher saudável e em boa forma física, grávida aos 50 e poucos anos, deve apresentar menos complicações e riscos que, por exemplo, uma gestação em pacientes mais jovens portadoras deHipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabete Mellitus (DMentre outros; assim como adolescentes de menos de 15 anos que não apresentam desenvolvimento físico, intelectual e emocional para ser mãe.

Um dos autores do estudo afirmou que mulheres mais velhas se saem muito bem no tratamento se estiverem saudáveis. Ele explicou que, enquanto a produção de óvulos, de fato, diminui com a idade, a capacidade de carregar uma criança concebida com óvulos doados mudará menos ao longo do tempo. Para ele, “o útero é um órgão muito diferente do que os ovários".

Os pesquisadores salientaram que as mulheres participantes da pesquisa tinham bom nível escolar e estavam bem financeiramente, o que lhes proporcionou condições de ter cuidados e, assim, manter a saúde física.
As mães de “primeira viagem” estão ficando mais velhas e isso é um fenômeno mundial.  Ao longo dos últimos dez anos, o número de mulheres acima de 45 anos a dar à luz, mais do que duplicou nos EUA. Aqui no Brasil o número também está em ascensão. Os obstetras argumentam que  muitas mulheres na casa dos 50, hoje, estão tão em forma e saudáveis quanto  mulheres dez ou 15 anos mais jovens. Assim, a taxa de sucesso para as mulheres engravidarem com idade superior a 40 usando óvulos doados é de cerca de 50%. 

Porém, é bom lembrar que não existe botox para o útero. Grande parte deste sucesso vem graças aos avanços da tecnologia e da medicina.  O congelamento de óvulos, por exemplo, permite às mulheres adiarem a maternidade por mais tempo.

Há muitos fatores que motivam uma mulher a buscar um filho nesta idade. Algumas, por já estarem tentando há alguns anos, outras pela vontade de atingir um status profissional, postergam o casamento ou a gravidez e, ainda, outras, mesmo já tendo filhos, mas com um novo relacionamento, desejam dessa união a chance de gerar um bebê. Soaria muito melhor se essa decisão fosse apenas um aconselhamento e não uma determinação, uma vez que uma mulher com boas condições físicas e emocionais mesmo com idade superior aos 50 anos tem o direito de conceber.
  
Assim, uma conduta médica “obrigada” pelo CFM, que não considera a peculiaridade de cada paciente ou casal, perde o sentido humanizado e individualizado dos tratamentos. Traz a idéia que são todos iguais como tubos de ensaio em laboratórios em que as reações químicas são previsíveis, idênticas, padronizadas, sem variações, detalhes ou nuances. O texto significa que não caberá ao médico escolher nada diferente do que está sendo proposto. E as pacientes?


*Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi é diretor do Centro de reprodução humana do IPGO, ginecologista-obstetra especialista em medicina reprodutiva, trilha sua carreira auxiliando casais na busca por um filho e durante toda a gestação. Membro-titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica, da European Society of Human Reproductive Medicine. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa casa de São Paulo e pós-graduado pela AAGL, Ilinos, EUA em Advance Laparoscopic Surgery. O especialista além de autor de diversos livros na área médica como Fertilidade Natural, Grávida Feliz, Obstetra Feliz, Fertilização um ato de amor, e Os Tratamentos de Fertilização e As Religiões, Fertilidade e Alimentação, todos pela Editora LaVida Press e Manual da Gestante, pela Editora Madras. Criou também os sites: www.ipgo.com.brwww.fertilidadedohomem.com.br;www.fertilidadenatural.com.br, onde esclarece dúvidas e passa informações sobre a saúde feminina, especialmente sobre infertilidade. Apresenta seu trabalho em congressos no exterior, o que confere a ele um reconhecimento internacional.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Estudo americano mostra que cortar carboidratos pode aumentar a chance de concepção e nascimento durante tratamento de FIV


Estudo apresentado dia 06 de maio deste ano, durante o 61º Encontro Clínico Anual do Congresso Americano de Obstetras e Ginecologistas, mostrou que mulheres que reduziram a ingestão de carboidratos e aumentaram a ingestão de proteína, durante tratamento de fertilização in vitro, aumentaram significativamente a chance de concepção e nascimento de uma menina.  

O pesquisador Jeffrey Russell, do Instituto de Medicina Reprodutiva Delaware em Newark foi quem apresentou os resultados. Segundo ele, dietas de carboidratos-carregados criam um ambiente oócito hostil mesmo antes da concepção ou implantação.

Ele comentou que óvulos e embriões não estarão bem em um ambiente de alta glicose. Ao reduzir carboidratos e aumentar proteínas, a mulher estaria banhando seu óvulo de forma saudável, com suplementos nutritivos.

O estudo surgiu após o médico perceber a má qualidade dos embriões de mulheres jovens e saudáveis que conheceu por meio de seu programa de fertilização in vitro. Ele admitiu que não sabia descobrir o porquê, já que elas não estavam acima do peso nem eram diabéticas.

O estudo contou 120 mulheres com 36 e 37 anos de idade e que completaram um registro alimentar de três dias. Para algumas, a dieta diária foi de 60% a 70% de hidratos de carbono. Elas comeram mingau de aveia no café da manhã, um pão no almoço e macarrão para o jantar, e nenhuma proteína.

As pacientes foram classificadas em dois grupos: aquelas cuja dieta média foi mais do que 25% de proteína e aquelas cuja dieta média era inferior a 25% de proteína. Não houve diferença no índice de massa corporal médio entre os dois grupos.

Houve diferenças significativas em resposta à fertilização in vitro entre os dois grupos. O desenvolvimento de blastocisto foi maior no grupo de alta proteína do que no grupo de baixa proteína (64% vs 33,8%), assim como as taxas de gravidez clínica (66,6% vs 31,9%) e taxas de nascidos vivos (58,3% vs 11,3%).

Quando a ingestão de proteína era superior a 25% da dieta e a de hidratos de carbono inferior a 40%, a taxa de gravidez clínica subia para 80%. Dr. Russell agora aconselha todas pacientes de fertilização in vitropara reduzir a ingestão de carboidratos e aumentar a ingestão de proteínas.

O médico, porém,  frisou que não há restrição calórica e que este não é um programa de perda de peso, é um programa nutricional, enfatizando que não é sobre perder peso para engravidar, mas sobre alimentação saudável para engravidar.

Já outro estudo, apresentado durante encontro de 2012 na Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), mostrou que pacientes de fertilização in vitro que mudaram para uma dieta de alta proteína e baixo carboidrato e depois passaram por outro ciclo, tiveram aumentadas suas taxas de formação de blastocisto de 19% para 45% e sua taxa de gravidez clínica de 17% para 83%.

Mesmo pacientes não-FIV com síndrome do ovário policístico têm melhorado as taxas de gravidez depois de fazer esta mudança de estilo de vida, observaram os pesquisadores.

Drª Amanda Alvarez, ginecologista que faz parte da equipe da área de Reprodução Humana do IPGO e que estece presente no 61º Encontro Clínico Anual do Congresso Americano de Obstetras e Ginecologistas comenta: “Os médicos concordaram que estudos como esses demonstram quão pouco se sabe sobre o efeito de micronutrientes nas dietas sobre diversos aspectos da reprodução. Eles afirmam que os resultados mostram um campo aberto para pesquisas futuras e criam perguntas como se, por exemplo, é o carboidrato em geral ou os efeitos inflamatórios de glúten em carboidratos em grão que são prejudiciais para os resultados de fertilização in vitro”.

Primeira Obra Nacional
Como mostra o estudo acima, a alimentação, aquilo que comemos todos os dias, pode ser um detalhe que, a princípio, tem pouca importância, mas pode estar diretamente relacionada ao sucesso de uma gestação.

“Fertilidade e Alimentação” (2012) pode ser considerado o primeiro livro brasileiro que trata deste tema e foi escrito com rigor científico e base na experiência clínica do Centro de Reprodução Humana do IPGO. Escrita por Dr. Arnaldo Cambiaghi, com a colaboração da nutricionista Débora de Sousa Rosa, a obra demonstra a influência dos alimentos não só na fertilidade, propriamente dita, mas também em sua ausência, além de doenças.
Por exemplo, nos capítulos são abordados temas como: a dieta mediterrânea; padrão alimentar ideal; alimentos que devem ser priorizados e evitados e comendo fora de casa, por exemplo. Além de dicas de alimentação durante a gravidez.
Também são demonstrados os exames fundamentais para se avaliar a fertilidade, assim como os principais tratamentos e orientações de como preservá-la e se preparar para uma gravidez sadia, além de receitas e dicas com os alimentos mais indicados. “Livros com temas similares geralmente são traduções que nem sempre se adaptam ao cardápio da nossa cultura, tão rica graças à miscigenação de vários povos”, afirma Arnaldo Cambiaghi.
 “E não é só isso. Mulheres que sofrem com algumas doenças também podem melhorar ou agravar a situação, dependendo do que colocarem em seus pratos”, alerta Drª Amanda Alvarez.
Aquelas com endometriose encontram no livro dicas com uma terapia nutricional e conhecem substâncias que estão presentes em alimentos que podem até agravar a dor que sentem. Já quem tem a SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos) também se informam sobre os aspectos nutricionais e conhecem quais alimentos não podem faltar em suas dietas.
“Outro assunto delicado é o abortamento. Em um dos capítulos do livro o tema é colocado em destaque e questões como obesidade e baixo peso são levantados. Além disso, um texto já apontava como a deficiência de micronutrientes está associada a resultados gestacionais negativos e como compensar esta falha”, encerra Cambiaghi.