quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
O nascimento da minha filha
Nessa minha jornada pelos tratamentos para engravidar, ouvi de mais de um médico a seguinte frase: o sucesso desse tratamento não é resultado do beta positivo, mas sim, o bebê no colo da mãe.
Eu experimentei na pele o que essa frase quer dizer. Em agosto de 2012 recebi meu beta positivo. Em outubro do mesmo ano, recebi a notícia do aborto retido.
Em junho de 2013, dois dias antes do meu aniversário, fui presenteada com uma nova gravidez. Claro que a notícia chegou em meio a muita alegria, mas dessa vez, eu e meu marido resolvemos comemorar cada dia como uma nova vitória.
A minha gestação não foi fácil. Com 10 semanas, o primeiro susto. Um sangramento. Pânico. Desespero. Medo de já ter visto esse filme. Tive uma placenta com inserção baixa o que causou essa pequena hemorragia. Foram quase três meses de repouso. A cada ultrassom, nós ficávamos sem ar. Eu não dormia na véspera, chorava, orava, implorava a Deus.
E assim vencemos essa etapa. No fim do ano, já com 34 semanas, um novo susto: contrações e um pouco de dilatação. Foram dois dias internada tomando um medicamento que ajuda a inibir as contrações. Passei o reveillon na cama, ao lado do Vinicius, meu marido, dos nossos cachorros, o Sheik e a Garota, e a nossa bebê, firme e forte em meu ventre.
Foram mais quatro semanas de repouso. Novamente, fiquei na casa dos meus pais. Nem sei o que faria sem o apoio incondicional deles, do meu marido e de toda a família e amigos.
No fim da gestação o ultrassom mostrou que, além da minha filha ser bem grande, a placenta já estava no último grau de maturação e o líquido amniótico já não estava tão límpido.
Apesar do desejo de vivenciar um parto normal, a preocupação e a ansiedade falaram mais alto. Marcamos a minha cesárea para o dia 28 de janeiro de 2014.
Hoje faz vinte e dois dias que a Maria Luisa nasceu. Ainda me sinto anestesiada. Em tão pouco tempo a minha vida deu uma guinada de 360 graus. As vezes sinto que a gravidez foi um sonho. Talvez por eu ter passado por tantas intercorrências, não tenha tido aquela gestação de novelas, romântica, cheia de sonhos. Claro que procurei curtir tudo, planejei o quarto, comprei o enxoval, aproveitei e me emocionei com cada movimento dela (já sinto tanta saudade!!). Mas eu nunca conseguia ficar com o meu coração 100% em paz. Tudo me assustava.
Naquela terça-feira, 28/01, acordei cedo, tomei banho e me arrumei com capricho. Afinal, eu estava a caminho de um dos dias mais importantes da minha vida: o nascimento da Maria Luisa.
Fui para a maternidade com o Vinicus. Meus pais iriam a seguir. Chegamos lá no horário combinado e fizemos os papeis da internação. Ao entrar no quarto, a enfermeira já me esperava com a camisola em mãos para eu vestir. Fiquei apavorada, pois o médico havia dito que meu parto seria por volta das nove da manhã. Eram sete horas!
Segui as orientações dela para me trocar e para separar as roupinhas da neném. Eu nem havia escolhido qual ela usaria primeiro.
Fui para o centro cirúrgico acompanhada dela e do meu marido. Chegando lá, fui transferida para a maca de cirurgia. Meu medo era tamanho que eu não conseguia parar de tremer, meus dentes batiam como se eu estivesse com muito frio.
Logo comecei a ver rostos conhecidos. Meu pai, que também acompanhou o parto, chegou junto com os outros médicos. Fiquei super feliz em saber que o anestesista que me atenderia foi o mesmo que fez o parto da minha mãe quando nasci. Sou super apegada a esses detalhes e adorei.
O meu obstetra, Dr. Wilson Ottoboni, também é um profissional e ser humano sensasional. Ele me inspira total confiança e foi responsável por me ajudar a passar por cada semana da gestação.
Todos os outros membros da equipe foram super competentes e carinhosos. Minha gratidão a cada um deles, inclusive ao Dr. Wagner Marques, ultrassonografista. Ele nos transmitiu muita confiança, é super detalhista e nos acalmava a cada novo exame, felizmente sempre trazendo notícias boas e imagens deliciosas da nossa bebê (temos um trauma de ultrassom, pois foi realizando um que descobrimos o aborto retido na outra gestação).
Bem, apesar de me considerar corajosa, tinha pavor da cesárea! Uma coisa é ser operada após uma anestesia geral, em que não se vê nada. Outra é ficar deitada, imóvel, acordada, sabendo que sua barriga está sendo aberta. O fato de não ter controle da situação ao mesmo tempo de ter consciência plena de todo procedimento me deixava muito temerosa.
Não vou descrever todo o parto aqui para não virar um livro. Posso dizer que apesar de todo o meu medo, correu tudo bem. Foi tudo muito rápido, mais do que eu imaginava, e tranquilo. Vou disponibilizar um link abaixo que mostra esse momento.
Durante a gravidez eu fiz uma seleção de músicas significativas para mim e colocava sempre para a Maria Luisa ouvir. No dia do parto levei meu celular e fiquei ouvindo essas canções na sala de cirurgia. Infelizmente no momento em que ela nasceu eu estava tão grogue que não consegui colocar as músicas, conforme idealizei.
Esse foi o desfecho da minha trajetória. Foram quatro anos, sete FIVs, infinitas lágrimas - suficientes para acabar com o atual racionamento de água! -, raiva, revolta, angústia, e.... Uma imensurável felicidade!
Assim como vocês eu também passei por todo o processo da infertilidade. Fiz exames, ralei que nem uma doida pra juntar dinheiro com meu marido, abri mão de um monte de coisas pra economizar, senti vergonha de contar às pessoas, tive medo, me frustrei a cada negativo, achei que não fosse conseguir, pensei em desistir.
Mas.... A cada novo tratamento eu me sentia menos imatura, mais fortalecida e calejada. E, aos poucos, fui compreendendo que a coisa só aconteceria no tempo de Deus. Não é fácil esperar, especialmente quando a gente quer muito algo e também por eu ser tão imediatista. Foi uma prova dura a ser cumprida.
Eu e o Vinicius suportamos e vencemos todos os obstáculos que nos foram impostos. O que eu posso dizer disso tudo? VALEU A PENA!! Faríamos tudo de novo? SIM!!!
Hoje não sou mais dona do meu tempo e nem da minha vida. Eu já estava ensaiando escrever esse texto há dias, mas sempre que pensava em abrir o notebook, a Maria Luisa precisava de mim. Agora sou 100% dela. E estou realizada!
Nos primeiros dias não podia olhar para ela que eu começava a chorar - isso ainda acontece de vez em quando. Eu tenho uma mistura de sentimentos em meu coração, tudo o que se acumulou nesses anos. Ver a minha bebê é a certeza de que tudo deu certo. Peço muito a Deus para me ajudar a ser a melhor mãe possível e também para que me dê a oportunidade de retribuir a Ele essa graça maravilhosa.
Uma vez eu já postei aqui a frase de Chico Xavier: "A fé é a ausência da dúvida". Hoje eu a repito para confirmar que, apesar dos pesares, eu e o Vinicius nunca duvidamos que nossa filha chegaria. Não havia dúvidas, mesmo nos momentos de maior tristeza.
Espero que a minha história revigore o coração daqueles que estão ainda no meio do caminho, matando os vários leões por dia e suportando as provações. Não desistam! Vale a pena.
Esse é um pequeno vídeo que registra o momento mais sublime da minha vida, o nascimento da Maria Luisa.
http://youtu.be/akSzQUSWmB0
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Tratamento GRATUITO para engravidar - saiba mais
Meninas, tudo bem? Recebi hoje a seguinte informação:
Termina dia 31 de
janeiro o prazo para as inscrições de tratamento
gratuito na Associação
Instituto Sapientiae.
Podem participar casais e mulheres solteiras com renda
familiar
inferior a R$ 2.000. A inscrição pode ser feita
pelo site do instituto
(www.sapientiae.org.br),
sendo necessário o envio de um
comprovante de
renda via Correios até 1º de fevereiro.
Tratamento Gratuito Casais | O que é?
A Associação Instituto Sapientiae, em parceria com a Faculdade de Medicina de Jundiaí,
oferecemos um Programa de Tratamento Gratuito para Infertilidade Conjugal.
As inscrições para o Programa de Tratamento Gratuito para o ano de 2013 já foram encerradas.
Como o Programa de Tratamento Gratuito é anual, vocês poderão inscrever-se para o Programa 2014.
As inscrições são feitas diretamente aqui no nosso site, sendo obrigatório com
o preenchimento da ficha de inscrição que estará disponível a partir da metade
do mês de outubro de 2013. Nós não enviamos ficha de inscrição por email.
A seleção não é por ordem de inscrição, portanto, a ficha pode
ser preenchida em qualquer data entre outubro de 2013 e janeiro de 2014.
Se vocês tiverem mais dúvidas, consultem o link Perguntas Frequentes.
http://www.sapientiae.org.br/tratamento.htm
Se você se encaixa neste perfil, não perca tempo! Este Instituto é reconhecido por
sua dedicação ao estudo e pesquisa. Boa sorte!
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
Ausência temporária do blog
Pessoal,
a partir de hoje ficarei um pouco distante das atividades do blog.
Começo a me preparar para a chegada da minha filha, que está na iminência de acontecer.
Agradeço por todas as visitas e comentários. Espero que mesmo sem atualização constante, o blog permaneça ajudando a muitas pessoas e promovendo encontros, discussões saudáveis e mantendo a esperança e a fé acesas.
Por mais que surjam obstáculos e decepções no caminho, eu garanto: vale a pena prosseguir!
A vida nos leva por caminhos às vezes tortuosos e escuros, mas o destino final é aquele que tanto desejamos. Por isso, precisamos enfrentar os buracos, pneus furados e motores fundidos pra completar essa viagem. A paisagem final é fenomenal!
Contem sempre com as minhas vibrações positivas e com a minha torcida.
Assim que possível, estarei de volta.
Um abraço carinhoso,
Dani
a partir de hoje ficarei um pouco distante das atividades do blog.
Começo a me preparar para a chegada da minha filha, que está na iminência de acontecer.
Agradeço por todas as visitas e comentários. Espero que mesmo sem atualização constante, o blog permaneça ajudando a muitas pessoas e promovendo encontros, discussões saudáveis e mantendo a esperança e a fé acesas.
Por mais que surjam obstáculos e decepções no caminho, eu garanto: vale a pena prosseguir!
A vida nos leva por caminhos às vezes tortuosos e escuros, mas o destino final é aquele que tanto desejamos. Por isso, precisamos enfrentar os buracos, pneus furados e motores fundidos pra completar essa viagem. A paisagem final é fenomenal!
Contem sempre com as minhas vibrações positivas e com a minha torcida.
Assim que possível, estarei de volta.
Um abraço carinhoso,
Dani
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
Ano novo, sonhos renovados
Primeiramente, desejo a todos os leitores um excelente início de ano.
Essas datas festivas nos deixam reflexivos, levando-nos ao famoso "balanço" dos últimos meses.
Quando se tem um desejo / objetivo voltado à gravidez, ele torna-se ainda mais latente neste período.
Digo isso por experiência própria, de quem já "comemorou" diversos reveillons com o coração apertado, triste, inconformado e vazio pela ausência do esperado bebê.
Hoje encontro-me em uma situação diferente, pois finalmente fomos agraciados com a vinda da Maria Luisa. Mas não me esqueço da dor e da frustração que foram os anos precedentes a ela.
E não deixo de pensar em minhas companheiras/os de luta, que ainda estão aguardando.
Eu não tenho uma fórmula mágica - adoraria... - que alivie os sentimentos que incomodam o coração.
Infelizmente temos que enfrenta-los, matando um monstro ou mais por dia.
Mas eu sei que alimentar a esperança, a paciência e a fé são elementos fundamentais nesse processo.
Claro que já chorei, me desesperei, pensei em desistir, mudar de planeta se essa fosse uma opção, tudo para não lidar mais com os tratamentos.
Só que depois de um tempinho em sofrimento, meu coração serenava. E então, eu e meu marido reuníamos forças e captávamos os recursos necessários para recomeçar.
Não foi fácil! A gente chega até a se revoltar por trabalhar tanto e ver o dinheiro indo embora a cada injeção. E a raiva só piora com o resultado negativo.
Mas, uma coisa posso garantir: uma vez que esse cenário muda com o positivo, a gente esquece tudo. O coração se cicatriza e fica repleto de sangue novo para aguentar as novas emoções, a do nosso filho.
Esse meu fim de ano não poderia ter sido mais emocionante. Grávida de 34 semanas, no dia 29/12 passei o dia com dores estranhas na parte inferior do abdômen. Até que elas foram se intensificando, eu não encontrava posição que melhorasse. A noite finalmente fui ao médico e descobri que estava iniciando um trabalho de parto prematuro!
Foi um susto, fiquei totalmente confusa, sentindo-me despreparada para o momento. Nem terminei de comprar as coisas do enxoval! Pra piorar, estava na cidade da família do meu marido. Resolvemos arriscar e viajamos na madrugada 100 quilômetros até a cidade dos meus pais, onde o hospital possui mais recursos.
Fiquei internada por dois dias tomando um medicamento para inibir as contrações e o corticoide para auxiliar o amadurecimento mais rápido dos pulmões da bebê. Saímos no fim do dia 31/12.
Tudo o que havíamos planejado para o reveillon foi desfeito. Passei de camisola, com as pernas elevadas na cama. Claro que senti uma peninha, afinal, desejei tanto comemorar esse ano! Mas, ao mesmo tempo, quando os fogos da virada começaram, foi uma sensação indescritível de alívio por ter virado não somente esse ano, mas essa página em nossas vidas.
Continuo de repouso, fazendo todo o possível para que nossa bebê se aquiete e venha ao mundo no momento certo.
E daqui, elevo meus pensamentos a cada um de vocês, que iniciam 2014 com a fé renovada e com muita garra para lutar. Vale a pena!! Que seus sonhos estejam mais fortalecidos do que antes. Apegue-se a tudo o que te dá forças e siga em frente. Na hora certa, Ele nos surpreende com o mais incrível presente: uma nova vida.
Um abraço carinhoso cheio de vibrações positivas.
D.A.
Essas datas festivas nos deixam reflexivos, levando-nos ao famoso "balanço" dos últimos meses.
Quando se tem um desejo / objetivo voltado à gravidez, ele torna-se ainda mais latente neste período.
Digo isso por experiência própria, de quem já "comemorou" diversos reveillons com o coração apertado, triste, inconformado e vazio pela ausência do esperado bebê.
Hoje encontro-me em uma situação diferente, pois finalmente fomos agraciados com a vinda da Maria Luisa. Mas não me esqueço da dor e da frustração que foram os anos precedentes a ela.
E não deixo de pensar em minhas companheiras/os de luta, que ainda estão aguardando.
Eu não tenho uma fórmula mágica - adoraria... - que alivie os sentimentos que incomodam o coração.
Infelizmente temos que enfrenta-los, matando um monstro ou mais por dia.
Mas eu sei que alimentar a esperança, a paciência e a fé são elementos fundamentais nesse processo.
Claro que já chorei, me desesperei, pensei em desistir, mudar de planeta se essa fosse uma opção, tudo para não lidar mais com os tratamentos.
Só que depois de um tempinho em sofrimento, meu coração serenava. E então, eu e meu marido reuníamos forças e captávamos os recursos necessários para recomeçar.
Não foi fácil! A gente chega até a se revoltar por trabalhar tanto e ver o dinheiro indo embora a cada injeção. E a raiva só piora com o resultado negativo.
Mas, uma coisa posso garantir: uma vez que esse cenário muda com o positivo, a gente esquece tudo. O coração se cicatriza e fica repleto de sangue novo para aguentar as novas emoções, a do nosso filho.
Esse meu fim de ano não poderia ter sido mais emocionante. Grávida de 34 semanas, no dia 29/12 passei o dia com dores estranhas na parte inferior do abdômen. Até que elas foram se intensificando, eu não encontrava posição que melhorasse. A noite finalmente fui ao médico e descobri que estava iniciando um trabalho de parto prematuro!
Foi um susto, fiquei totalmente confusa, sentindo-me despreparada para o momento. Nem terminei de comprar as coisas do enxoval! Pra piorar, estava na cidade da família do meu marido. Resolvemos arriscar e viajamos na madrugada 100 quilômetros até a cidade dos meus pais, onde o hospital possui mais recursos.
Fiquei internada por dois dias tomando um medicamento para inibir as contrações e o corticoide para auxiliar o amadurecimento mais rápido dos pulmões da bebê. Saímos no fim do dia 31/12.
Tudo o que havíamos planejado para o reveillon foi desfeito. Passei de camisola, com as pernas elevadas na cama. Claro que senti uma peninha, afinal, desejei tanto comemorar esse ano! Mas, ao mesmo tempo, quando os fogos da virada começaram, foi uma sensação indescritível de alívio por ter virado não somente esse ano, mas essa página em nossas vidas.
Continuo de repouso, fazendo todo o possível para que nossa bebê se aquiete e venha ao mundo no momento certo.
E daqui, elevo meus pensamentos a cada um de vocês, que iniciam 2014 com a fé renovada e com muita garra para lutar. Vale a pena!! Que seus sonhos estejam mais fortalecidos do que antes. Apegue-se a tudo o que te dá forças e siga em frente. Na hora certa, Ele nos surpreende com o mais incrível presente: uma nova vida.
Um abraço carinhoso cheio de vibrações positivas.
D.A.
Respostas aos comentários
Pessoal, peço desculpas por não ter respondido aos comentários no mês de dezembro.
Foi um período extremamente conturbado, pois tive que me dedicar ainda mais ao trabalho para poder desfrutar da minha licença-maternidade em breve.
Aos poucos, vou tentar organizar tudo por aqui.
Obrigada pela compreensão,
D.A.
Foi um período extremamente conturbado, pois tive que me dedicar ainda mais ao trabalho para poder desfrutar da minha licença-maternidade em breve.
Aos poucos, vou tentar organizar tudo por aqui.
Obrigada pela compreensão,
D.A.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Embriões congelados aumentam chance de gravidez saudável, diz estudo
Cientistas afirmam que o uso de embriões previamente conservados na fertilização diminui risco de hemorragias e partos prematuros
Um novo estudo sugere que congelar óvulos pode ser a melhor opção para os tratamentos de fertilização in vitro.
Os resultados da pesquisa, que foram apresentados no Festival Britânico de Ciência, sugerem que o processo de congelamento pode ser melhor para a saúde da mãe e da criança.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Aberdeen, na Escócia, analisou 37 mil gestações de bebês de proveta documentadas em 11 estudos internacionais sobre o tema.
Eles afirmam que o procedimento oferece menos chances de hemorragia e de partos prematuros e menor risco de morte durante as primeiras semanas após o nascimento.
Na Grã-Bretanha, a maior parte dos óvulos utilizados no procedimento são "frescos". Eles são retirados da mãe e fertilizados e o embrião resultante é implantado de volta no útero.
No entanto, cerca de um em cada cinco ciclos de fertilização in vitro no país usa embriões congelados - que "sobraram" de tentativas anteriores.
Os cientistas escoceses defendem que o congelamento de óvulos pode vir a ser a opção mais utilizada no futuro, mas outros especialistas em fertilidade argumentam que o número de gestações seria menor se isso acontecesse.
Debate
"Nossos resultados levantam a questão sobre se a pessoa deve congelar todos os seus embriões para transferí-los em outro momento, ao invés de transferir embriões frescos", disse a pesquisadora Abha Maheshwari, que conduziu o estudo, à BBC.
"É um debate que nós deveríamos estar realizando agora. Precisamos de mais estudos sobre o que faremos no futuro."
A razão de os embriões congelados possibilitarem melhores resultados ainda é desconhecida e os pesquisadores admitem que as conclusões "vão contra o esperado".
Uma das teorias levantadas é que o estímulo dos ovários para que eles liberem mais óvulos, parte do procedimento normal de fertilização, possa afetar a capacidade do útero de aceitar um embrião.
De acordo com esta hipótese, congelar o embrião para um momento posterior permitiria que ele fosse implantado em um útero mais "natural".
Menos nascimentos
No entanto, o órgão regulador de fertilização humana e embriologia da Grã-Bretanha diz que em 2010 o uso de embriões congelados resultou em menos gestações.
A taxa de sucesso do processo de fertilização in vitro com os embriões congelados foi de 23% e com embriões frescos, de 33%.
"É preocupante que tenha sido concluído, incorretamente, que deveríamos rotineiramente congelar todos os embriões e transferí-los em um ciclo menstrual futuro", disse o professor Alison Murdoch, chefe do centro de fertilidade da Universidade de Newcastle, à BBC.
"Há muitas evidências mostrando que isso resultaria em menos gestações, mesmo que os resultados destas gestações fossem melhores."
Abha Maheshwari diz, entretanto, que novas técnicas nos últimos anos aumentaram bastante a taxa de sucesso da fertilização com embriões congelados.
Fonte: BBC Brasil
Brasileiras vendem óvulos e barrigas de aluguel a estrangeiros na internet
Jovens são bastante procuradas em mercado internacional em expansão, e cuja prática é proibida no Brasil
A compra e a venda de óvulos e sêmen e a prática de barriga de aluguel remunerada são ilegais no Brasil, mas isso não tem impedido que as brasileiras participem deste mercado que está em crescimento no mundo.
Muitas brasileiras têm oferecido seus serviços em sites internacionais e se dizem dispostas a viajar para países em que a prática é permitida, e algumas já moram no exterior.
Para se ter uma ideia de como funciona o movimentado - e polêmico - mercado internacional de barrigas de aluguel e doação de óvulos, basta visitar o site surrogatefinder.com (na tradução livre algo como "buscador de barriga de aluguel") e dar uma espiada nos perfis das centenas de mulheres, entre elas dezenas de brasileiras, que oferecem seus serviços por ali.
O site é uma mistura de Facebook com a página de compra e vendas Ebay. Mulheres com idades que variam de 20 a 45 anos montam seus perfis e colocam fotos de si mesmas, dos filhos e da família. O objetivo da apresentação, porém, obviamente não é fazer amigos, mas dar aos casais ou solteiros interessados nos serviços oferecidos ali uma amostra de seu fenótipo, perfil genético e, dependendo do caso, capacidade de gestação.
Algumas se oferecem para doar óvulos para mulheres inférteis ou casais homossexuais que querem realizar o sonho de ter um filho - prática que pode lhes render de US$ 8 mil (R$ 16,4 mil) a US$ 50 mil (R$ 102 mil). Outras estão dispostas a carregar bebês de outras mulheres - serviço pelo qual pode-se ganhar até US$ 100 mil nos EUA (R$ 204 mil).
Uma estudante brasileira da Universidade de Edimburgo, por exemplo, se diz disposta a doar óvulos para pagar o curso de pós-graduação que começará em setembro. Uma professora de inglês de Santa Catarina diz que precisa do dinheiro da doação para ajudar a sustentar a filha. E uma estudante de psicologia do Espírito Santo se oferece para carregar o filho de outra mulher porque o marido ficou desempregado.
Todas mencionam também uma razão altruísta para a oferta: a vontade de ajudar casais com problemas de fertilidade a realizar o sonho de ter filhos.
O mercado de gametas e barrigas de aluguel vem crescendo nos últimos anos em diversos países, impulsionado, do lado da demanda, por tendências sociais e demográficas - como o fenômeno da maternidade tardia e a oficialização de uniões civis homossexuais. Do lado da oferta, pelo desenvolvimento de novas técnicas de reprodução assistida.
Exemplo
O casal britânico formado pelos empresários milionários Barrie and Tony Drewitt-Barlow e seus cinco filhos são exemplo da "nova família" que essas novas tecnologias viabilizaram.
Em 1999, os dois viajaram para a Califórnia, onde a prática de barriga de aluguel e doação de óvulos remunerada é permitida e voltaram para casa, na Grã-Bretanha, com os gêmeos Saffron e Aspen. Depois disso, tiveram mais três filhos. E agora pensam em ter uma segunda menina (nos EUA é permitido escolher o sexo do bebê).
Barrie e Tony também têm uma clínica que ajuda outros casais a terem bebês com óvulos de estrangeiras e serviços de barriga de aluguel contratados no exterior - o British Surrogacy Centre.
Em entrevista à BBC Brasil, Barrie contou que as brasileiras são muito procuradas para as doações de gametas por terem "fama de bonitas" e porque, entre elas, é fácil encontrar um perfil procurado por casais inter-raciais estrangeiros. Por isso, segundo o empresário, sua agência teria "olheiros" que buscam doadoras no Brasil.
"Foi uma brasileira que doou o óvulo para que eu pudesse ter dois de meus filhos - o segundo casal de gêmeos", conta Barrie. "Nos últimos 12 meses, ajudamos 63 casais a terem filhos. Desses, 15 usaram doadoras brasileiras."
Para Artur Dzik, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, porém, a prática é preocupante. "Um esquema em que as brasileiras são aliciadas para prestar esse serviço em outros países poderia estar explorando a miséria e a necessidade dessas mulheres", acredita.
Fonte: BBC Brasil
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