sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Café da manhã caprichado aumenta fertilidade, diz pesquisa





Um abundante café da manhã pode ser a chave para engravidar, pelo menos para as mulheres que sofrem com a síndrome de ovário policístico (SOP), segundo os resultados de uma pesquisa realizada pela Universidade Hebraica de Jerusalém, divulgados nesta terça-feira (01). 


O estudo, realizado durante 12 semanas no Hospital Wolfson, concluiu que o número de mulheres que ovulam depois de ingerir um café da manhã abundante cresceu consideravelmente, assim como seus níveis de fertilidade. O SOP, também conhecido pelo nome de síndrome de Stein-Leventhal e que afeta entre 6% e 10% das mulheres em idade reprodutiva, é um transtorno endócrino que provoca frequentes desequilíbrios hormonais, o que, como consequência, gera menstruação irregular e resistência à insulina.

Durante a pesquisa realizada pela edição eletrônica do jornal Yedioth Ahronoth, foram analisados dois grupos de mulheres com um índice de massa corporal saudável (BMI), às quais se administrou uma dieta de 1.800 calorias por dia. Metade delas ingeriram 980 do total das calorias no café da manhã, enquanto a outra metade fez a mesma ingestão no jantar.

Entre as primeiras, foi registrada uma diminuição de 8% nos níveis de glicose e na resistência à insulina, assim como uma queda de 50% nos níveis de testosterona. Nas segundas não foi registrada nenhuma alteração, nem química nem hormonal. Segundo a fonte, o primeiro grupo mostrou um aumento significativo no número de mulheres que ovularam e nos índices de fertilidade. "A pesquisa demonstra que é importante o número de calorias que ingerimos por dia, mas o momento que o fazemos também é", disse o professor Oren Froy, da Universidade Hebraica, que dirigiu o estudo.

Fonte: : Terra - Saúde 


18 de outubro: parabéns, doutores!

Parabéns a todos os médicos que se dedicam incansavelmente ao estudo e a prática de novos conhecimentos para tornarem nosso sonho uma realidade.

Que vocês tenham sempre condições de manter este empenho e sintam-se cada vez mais motivados a persistir na pesquisa das técnicas em reprodução assistida.

E que o resultado seja um infinito de betas positivos e mamães e papais felizes com a sua prole.

Saúde e felicidades a todos!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Como preservar a fertilidade e mantê-la no futuro?

O Centro de Reprodução Humana Nilo Frantz se preocupa em esclarecer dúvidas e orientar sobre os cuidados que devemos ter para manter a fertilidade no futuro e as novas técnicas para preservar a fertilidade, em casos de câncer, ou nas situações em que as mulheres precisam postergar a maternidade. “Se a mulher chegar aos 35 anos sem engravidar naturalmente, ela poderá contar, com diversas opções de tratamento que poderão auxiliá-la. Para cada caso há uma indicação terapêutica desde uma indução da ovulação à fertilização in vitro”, explica o especialista em reprodução assistida Nilo Frantz.
A decisão de ter filhos mais tarde, fenômeno global, no Brasil também é reflexo do aumento da expectativa de vida feminina, que passou de 65.7 há 30 anos para 76.7 nos dias atuais, de acordo com dados estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outra constatação, hoje o período em que a mulher não é fértil já ocupa mais de um terço da sua vida.


Adiando o sonho
Poucas mulheres com câncer em idade fértil se preocupam com a capacidade reprodutiva e buscm preservá-la. O que reflete a desinformação sobre o assunto nos consultórios médicos. A Infertilidade é uma das principais sequelas da quimioterapia e pode se tornar um desconforto considerável para a paciente, embora elas possam adquirir a maternidade com a adoção de embriões e ovócitos (óvulo ainda não fecundado), muitas desejam ter filhos biológicos.
O congelamento de óvulos apresenta uma média de 90% de taxa de sobrevivência, podendo oferecer bons resultados de gravidez no futuro. Uma das vantagens da técnica é que em relação ao congelamento de embriões, existem menos implicações éticas e jurídicas.
O primeiro passo consiste na estimulação ovariana realizada através do uso de medicamentos a base de hormônios gonadotróficos ocasionando o crescimento dos folículos ovarianos. Este crescimento é acompanhado através da ultrassonografia e quando os folículos alcançam o tamanho adequado, é agendada a coleta dos óvulos. Estes óvulos são levados ao laboratório onde será escolhida a técnica de criopreservação adequada. O procedimento final mantém os gametas à temperatura de -196 ºC, em nitrogênio liquido por tempo indeterminado.

Fonte: Nilo Frantz

Atenção: Histeroscopia diagnóstica - exame gratuito em São Paulo

O IMSP (Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de São Paulo) é referência em Pós-Graduação em Medicina Reprodutiva e promove cursos de atualização e extensão. Assim, promove atendimento de qualidade exemplar a pacientes que necessitam de exames e tratamentos especializados (histeroscopia/fertilização in vitro).

Nos dias 04 a 06 de novembro próximos será realizado o curso de Vídeo-histeroscopiaoferecendo à comunidade a oportunidade de realizar exames gratuitamente, nesta data, os laudos deverão ser entregues no mesmo dia (exceto se houver alguma necessidade de entrega a posteriori). O procedimento será realizado por médicos renomados no Brasil e no exterior.

Para realizar o exame de Vídeo-histerocopia você deverá ligar e inscrever-se, as vagas são  limitadas.

Telefone: 011-32895209 / www.medicinareprodutiva.org. Endereço: Rua Peixoto Gomide, 515/15. São Paulo, SP-Brasil. CEP 01409-001.

O QUE É HISTEROSCOPIA?

É um procedimento cirúrgico realizado por dentro da vagina e do canal do colo uterino utilizando uma fina ótica que permite visualizar a cavidade uterina e identificar eventuais doenças existentes dentro do útero. A histeroscopia pode ser diagnóstica ou terapêutica.
A histeroscopia diagnóstica pode ser realizada em regime ambulatorial (no consultório) e tem por objetivo apenas a visualização interna do útero; caso sejam encontradas quaisquer alterações, há necessidade de programar uma histeroscopia cirúrgica para o tratamento dessa alteração. O exame é realizado com uma câmera fina que é introduzida por dentro da vagina e do colo do útero, com uma anestesia local no colo uterino. A maioria das mulheres tolera bem o exame, mas algumas podem sentir desconforto e até mesmo dor. Rotineiramente preferimos realizar o exame sob sedação no centro cirúrgico para evitar maiores desconfortos e aumentar a segurança do procedimento.
A histeroscopia cirúrgica é indicada nos casos em que existe alguma alteração comprovada dentro do útero para o tratamento de pólipos, miomas submucosos, espessamento endometrial, malformações da cavidade uterina, sinéquias (aderências intra-uterinas), etc. 

INDICAÇÕES PRINCIPAIS DE HISTEROSCOPIA
As principais indicações para a histeroscopia incluem o exame da cavidade uterina para desordens menstruais e de fertilidade, acesso direto para cirurgia intra-uterina, e acesso da parte inicial da trompa para a sua visualização ou para a realização de esterilização.
De um modo geral, os seguintes procedimentos podem ser realizados por histeroscopia:
•    Polipectomia - remoção de pólipos endometriais ou endocervicais;
•    Miomectomia - remoção de miomas submucosos (os miomas intramurais e subserosos não podem ser tratados por histeroscopia!);
•   Avaliação de sangramento uterino anormal - principalmente nas mulheres próximo à menopausa ou nas mulheres menopausadas, com o intuito principal de avaliar o endométrio e coletar biópsias para excluir casos de doenças malignas ou pré-malignas;
•    Lise de sinéquias intra-uterinas - consiste em desfazer aderências dentro do útero, que podem impedir a gravidez ou bloquear a saída da menstruação;
•    Esterilização - existe a possibilidade de se realizar um procedimento de esterilização por histeroscopia utilizando o dispositivo chamado de Essure.
•    Rotina pré-procedimento de fertilização in vitro - avaliar a cavidade endometrial antes de realizar procedimentos de FIV, para se ter certeza de que não há nenhuma alteração intra-uterina que possa atrapalhar a FIV;
•    Tratamento de malformações uterinas - principalmente alguns tipos de septo uterino que podem dificultar a gravidez e provocar abortamentos;
•    Outros.

COMO É FEITO O PROCEDIMENTO? 
O procedimento cirúrgico terapêutico necessita de anestesia, podendo ser uma sedação (anestesia geral) ou um bloqueio (raquidiana). A escolha pelo tipo de anestesia depende do tipo de cirurgia a ser realizada e da experiência do cirurgião com cirurgias por histeroscopia. 
A mulher é colocada em posição ginecológica. O colo uterino é dilatado com um instrumento chamado de vela de Hegar para permitir a passagem do histeroscópio para dentro do útero. O procedimento cirúrgico proposto é realizado (normalmente retirada de pólipo OU endometrectomia OU miomectomia OU lise de sinéquias OU correção de malformações da cavidade uterina OU biópsia endometrial). 
Como o procedimento tem por objetivo visualizar e tratar alterações intra-uterinas, ele não pode ser realizado no período menstrual, pois a cavidade uterina está com sangue em seu interior, impossibilitando a realização do exame. 
Após o procedimento cirúrgico, a paciente acorda da anestesia geral em curto período de tempo e fica em observação por cerca de 30 a 60 minutos. Assim que estiver bem acordada e sem sentir qualquer desconforto, pode ir para a casa. 

QUAIS SÃO AS COMPLICAÇÕES QUE PODEM OCORRER?
• Sangramento no intra-operatório;
• Perfuração uterina, podendo haver sangramento e, em algumas ocasiões, necessidade de cirurgia abdominal para a hemostasia (parar o sangramento) do útero;
• Lesão de órgãos adjacentes como a bexiga ou as alças intestinais, sendo necessária a realização de cirurgia abdominal para reparo das lesões e eventualmente a presença de algum cirurgião especializado; 
• Falso trajeto no colo uterino ou no útero, havendo necessidade de interromper o procedimento e o reagendar para outra data; 
• Dificuldade para dilatação do colo uterino (principalmente em pacientes na pós-menopausa), impossibilitando a realização do procedimento pois não há como passar o aparelho por dentro do colo quando não se consegue dilatá-lo; 
• Síndrome de overload (intoxicação hídrica) – para evitar esta grave complicação é utilizado um sistema para se quantificar o volume de líquido absorvido pelo organismo da pessoa submetida ao procedimento. Quando este volume é superior a 750ml a 1 litro, invariavelmente deve-se suspender o procedimento e terminá-lo em um segundo tempo; 
• Reações alérgicas de menor ou maior intensidade (choque anafilático);
• Necessidade de complementação do tratamento em um segundo procedimento histeroscópico.


AUTORES: Dr. William Kondo e Dra. Monica Tessmann Zomer KondoPara ver as imagens, acesse: http://www.endoscopiaginecologica.med.br/index.php?option=com_k2&view=item&id=3:histeroscopia&Itemid=150 

ERRATA:

Caros leitores, após a publicação desse tópico recebemos um esclarecimento importante sobre o Essure. A seguir, compartilho com vocês e agradeço a assessoria de comunicação do produto.


"É equivocado associar o Essure aos métodos contraceptivos definitivos cirúrgicos, pois o Essure, diferente da laqueadura tradicional, não necessita de cirurgia e pode ser realizado em ambulatório de forma rápida.
O método consiste em um microimplante macio e flexível de apenas quatro centímetros em titânio e níquel (materiais que apresentam excelente compatibilidade com o organismo) que, introduzido pela vagina através de um equipamento extremamente fino (histeroscópio), é colocado em cada uma das tubas uterinas, sem cortes, sem internação e sem a liberação de hormônios. Como a colocação é rápida, a paciente pode retomar suas atividades cotidianas no mesmo dia da aplicação.
O Essure é uma excelente opção para as mulheres que apresentam alguma patologia que aumente os riscos cirúrgicos como, por exemplo, hipertensão, cardiopatia, diabetes, obesidade, entre outras.
Nas semanas que se seguem ao procedimento, o corpo e os microimplantes trabalham juntos para formar uma barreira natural que impede que o espermatozoide alcance o óvulo. Por esse motivo, durante os três primeiros meses, a paciente deve continuar a usar outra forma de contracepção. Após este período, é realizada uma radiografia simples da pelve e, confirmada a oclusão, não é mais necessário o uso de outro método contraceptivo.
Além disso, o Essure também é especialmente indicado para mulheres que apresentam efeitos adversos a outros métodos contraceptivos e que não desejam mais ter filhos.
Você pode ter mais informações sobre o método em www.essure.com.br.




terça-feira, 1 de outubro de 2013

Mulher com problema de fertilidade dá à luz após cirurgia nos ovários

Uma mulher de 30 anos com problemas de fertilidade conseguiu dar à luz após ter seus ovários removidos por cientistas, que trataram os tecidos em laboratório e os reimplantaram no organismo.


A técnica experimental só foi testada em um pequeno grupo de mulheres no Japão que tinham um tipo específico de problema de fertilidade, mas os pesquisadores esperam que ela também possa ajudar mulheres na faixa dos 40 anos que estejam tendo problemas para engravidar por conta da idade.

A nova mamãe deu à luz um menino em Tóquio em dezembro. Ela e a criança permanecem saudáveis até agora, afirmou Kazuhiro Kawamura, médico da Escola de Medicina da Universidade Santa Mariana, em Kawasaki, no Japão. Kawamura e colegas descrevem essa técnica na edição online da revista especializada PNAS.

O médico Kazuhiro Kawamura segura bebê que nasceu usando sua técnica
A mãe, que não é identificada no artigo, foi diagnosticada com uma 
insuficiência primária nos ovários, uma forma incomum de infertilidade que é chamada 
em alguns casos de menopausa prematura. O problema atinge cerca de 1% das 
mulheres em idade fértil.
A maioria dos casos tem origem desconhecida, mas o resultado é que os ovários acabam com problemas para produzir óvulos. Isso deixa a mulher com apenas de cinco a dez por cento de chances de ter um bebê sem tratamento. O procedimento padrão é usar óvulos doados.

Após o procedimento experimental, Kawamura e seus colegas conseguiram recuperar os óvulos de cinco de suas 27 pacientes. Uma delas sofreu um aborto espontâneo, uma não ficou grávida e outras duas ainda não tentaram engravidar, afirmou Kawamura via e-mail.

A abordagem difere daquilo que é feito para preservar a fertilidade em alguns pacientes de câncer. Nesses casos, tecidos normais de ovário são removidos e armazenados enquanto a pessoa passa por tratamento. Depois do término dos procedimentos, os tecidos são reimplantados.

O novo método é diferente, pois envolve ovários que já tinham problemas para funcionar normalmente.

No ovário, os óvulos amadurecem em estruturas chamadas folículos. Para mulheres com o problema de fertilidade testado no trabalho, os folículos ou não existem ou estão falhando na produção de óvulos. O tratamento experimental foi desenhado para estimular os folículos adormecidos.

Primeiro, os ovários das mulheres foram removidos e cortados em tiras, que foram então congeladas. Mais tarde, as tiras foram descongeladas e cortadas em pequenos cubos, uma etapa que tem a intenção de estimular a maturação dos folículos. Em seguida, os cubos foram tratados com medicamentos para estimular ainda mais o desenvolvimento dos folículos. Os cubos foram então transplantadas sob a superfície das tubas uterinas (anteriormente conhecidas como trompas de falópio) das mulheres.

Em seis meses, oito mulheres mostraram sinais de maturação folicular, e cinco delas produziram óvulos para serem usados em fertilizações in vitro com esperma de seus maridos. Os óvulos fertilizados foram desenvolvidos até embriões em estágios iniciais, que foram então preservados congelados.

Nas três tentativas de fertilização feitas, um ou dois embriões eram implantados nas mulheres.

Os pesquisadores viram que metade das 27 pacientes não tinham mesmo folículos, o que significou que o tratamento não podia mesmo ajudá-las, afirmou Aaron Hsueh, da Universidade Stanford e autor sênior do estudo. Ele também afirmou que os pesquisadores esperam encontrar uma forma de estimular os folículos sem precisar remover os ovários.

Sherman Silber, do Centro de Infertilidade de St Louis, criticou a abordagem, afirmando que ele conseguiu sucesso pelo uso de medicamentos ao invés de cirurgia Silber também discordou dos pesquisadores nas explicações para o sucesso do tratamento.

Alguns outros especialistas afirmaram que é comum que o tratamento com drogas não funcionem.

Os cientistas foram cautelosos com os novos resultados, que devem ser vistos como preliminares. "O tratamento é muito promissor, mas eu não acho que isso esteja nem perto de ser usado como rotina", disse Mark Sauer, do Centro Médico da Universidade Columbia, em Nova York. 

Amber Cooper, da Universidade Washington em St Louis, chamou a técnica de "um método bastante preliminar". "Um sucesso não significa que nós temos um novo tratamento.... Fiquem ligados", afirmou ele.

Cooper e outros também estão céticos com a sugestão dos pesquisadores de que o procedimento possa ajudar mulheres entre 40 e 45 anos de idade. Óvulos de mulheres dessa idade em geral mostram anormalidades genéticas, muitas que podem impedir que os bebês nasçam vivos, afirmou Marcelle Ceddars da Universidade da Califórnia em San Francisco Segundo ela, estimular a produção de óvulos não iria resolver essa questão da qualidade dos óvulos.

Kawamura, um dos responsáveis pelo tratamento, liberou uma foto dele mesmo segurando o recém-nascido pouco após o parto. Ele afirmou que a mãe espera ter uma outra criança a partir de seus outros embriões que estão congelados.

Fontes:
Texto: Folha de São Paulo / Associated Press
Foto: Kazuhiro Kawamura/Associated Press

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Doação de óvulos: semelhança com a mãe ou com a doadora?


Muito interessante, recomendo a leitura!

Filhos de mulheres que receberam óvulos doados são fisicamente semelhantes a elas ou à doadora?

Uma das maiores preocupações das mulheres que vão receber óvulos doados é se o filho que será gerado por elas terá sua semelhança física e comportamental, uma vez que temem que, no futuro, as pessoas possam duvidar ou desconfiar da origem dos óvulos. É claro que, de início, o IPGO informa a estas mulheres que toma todos os cuidados para que os critérios de semelhança com a futura mãe receptora sejam considerados.

Como, por exemplo, a própria compatibilidade do tipo de sangue para que nunca haja dúvida da criança que o óvulo foi originado de outra mulher, a não ser que esta receptora deseje no futuro contar a verdade. Isto será uma opção dela. É sempre bom lembrar que em uma família de vários irmãos não significa que todos serão sósias um do outro e que também serão idênticos ao pai ou à mãe.

Do ponto de vista genético, é interessante que todas as pessoas saibam que 99,9% dos nossos genes são idênticos. Isto significa que as diferenças que vemos ao nascimento entre uma criança e outra não dependem só de ela ter genes específicos herdados da mãe ou do pai; mas da influência importante dos efeitos do ambiente que determinam como será expresso o código genético.

Em outras palavras, o DNA (ácido desoxirribonucleico) não é o único responsável pelas características do ser humano e, independente da origem do óvulo, são fundamentais para formação e desenvolvimento do novo ser, os efeitos do ambiente como o útero, a irrigação sanguínea, a nutrição e até mesmo o modo "como a futura mãe pensa". Tudo isso pode afetar a expressão dos genes do embrião.

Os genes podem se expressar ou permanecer adormecidos, dependendo de sinais provenientes do exterior da célula. Nosso código genético possui verdadeiras "chaves de liga/desliga", que ativam ou inativam a ação dos genes. Quem determina quais genes serão ativados ou não é o ambiente, ou o que chamamos de fatores epigenéticos.

A expressão dos genes começa no útero. A mulher grávida, com seu útero representando o meio ambiente, é responsável pela forma como os genes do bebê serão expressos. Esta fase inicial da vida, as primeiras 40 semanas ou mais, começam a moldar as características da criança ao nascer.

Mas, o que é epigenética?
Do grego epi = além de + genética. Os genes são  as unidades fundamentais  da hereditariedade e são  formados por uma sequência específica de DNA que  contém as instruções  genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos. A sequência de DNA é como letras de um texto complexo e as etiquetas epigenéticas são como os espaços, pontuação e parágrafos que fazem a sequência do texto adquirir um significado.

Tais etiquetas epigenéticas são como chaves de liga/desliga que ativam ou inativam a ação dos genes. A expressão destes genes que chamamos de “imprinting genômico” ocorre já na fase de formação dos gametas masculino e feminino, e prossegue durante a fertilização e o desenvolvimento embrionário.  Evidências científicas têm demonstrado que os genes e o DNA não são responsáveis pela especificidade final dos seres humanos e sim os imprintings genéticos que fazem com que genes sejam expressos ou permaneçam adormecidos, dependendo sinais provenientes do exterior da célula.

O ambiente, no caso de uma gestação, é o útero da mulher. Assim, tudo o que ocorrer durante a gestação pode influenciar na ativação ou inativação de genes do futuro bebê. Dessa forma, uma criança nascida do útero de uma receptora será emocionalmente, fisicamente e psicologicamente diferente do que se a mesma criança fosse concebida no útero da doadora do óvulo. Um bebê concebido de um óvulo doado recebe as "instruções" sobre a expressão dos seus genes da mulher que o carrega. Em outras palavras a mãe que gesta influencia na epignética do seu filho.

O útero assume muito mais do que o papel de uma incubadora e o desenvolvimento do feto dependerá em tudo do corpo da mulher que o carrega: o oxigênio, os nutrientes, a excreção de fluidos, o estilo de vida, o uso de hormônios, exposição a agentes, a alimentação e a forma como tudo isso é ofertado irá influenciar diretamente a ativação e expressão gênica do embrião. Assim, a receptora determina, sim, como será seu filho até em nível genético!  A criança que nasce será física e emocionalmente diferente da mulher que o doou. Em outras palavras, a mãe que gesta influencia quem a criança será e assim, em nível genético, é seu filho.

Talvez o maior mito que envolve a gravidez diz respeito ao fato de que o útero seria simplesmente uma incubadora. Nada poderia estar mais longe da verdade. O aspecto mais importante de todas as gestações - incluindo a decorrente de doação de óvulos - é que o crescimento de cada célula do corpo do feto em desenvolvimento é construído a partir do corpo da mãe grávida. O tecido de revestimento do seu útero (o endométrio) irá contribuir para a formação da placenta. O feto usará proteínas de seu corpo: seu cálcio, seus açúcares, nitratos e fluídos. Assim, você não é passiva neste processo.

Portanto: a receptora determina como será seu filho.

Autor: *Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi é diretor do Centro de reprodução humana do IPGO, ginecologista-obstetra especialista em medicina reprodutiva, trilha sua carreira auxiliando casais na busca por um filho e durante toda a gestação. Membro-titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica, da European Society of Human Reproductive Medicine. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa casa de São Paulo e pós-graduado pela AAGL, Ilinos, EUA em Advance Laparoscopic Surgery. O especialista além de autor de diversos livros na área médica como Fertilidade Natural, Grávida Feliz, Obstetra Feliz, Fertilização um ato de amor, e Os Tratamentos de Fertilização e As Religiões, Fertilidade e Alimentação, todos pela Editora LaVida Press e Manual da Gestante, pela Editora Madras. Criou também os sites: www.ipgo.com.brwww.fertilidadedohomem.com.br;www.fertilidadenatural.com.br, onde esclarece dúvidas e passa informações sobre a saúde feminina, especialmente sobre infertilidade. Apresenta seu trabalho em congressos no exterior, o que confere a ele um reconhecimento internacional.

Crédito da imagem: http://nayannesantana.blogspot.com.br/2011/04/ser-mae-ou-ter-um-filho.html

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Reprodução assistida no Brasil atinge padrão internacional


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), divulgou recentemente o 6º relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), que diz que os serviços de reprodução assistida no Brasil estão alcançando boas taxas de fertilização. A média nacional em 2012 foi de 73% de sucesso e estão dentro dos padrões de qualidade sugeridos na literatura internacional, que variam entre 65% a 75%.
De acordo com o Dr. João Pedro Junqueira, diretor da Pró-Criar Medicina Reprodutiva (Belo Horizonte, MG), os atuais índices são resultado do constante investimento em pesquisa, tecnologia, educação continuada dos profissionais e colaboração com médicos e universidades internacionais. Saiba mais.

Relatório da Anvisa revela que no ano passado o país alcançou 73% de sucesso nos procedimentos de fertilização
Com a ajuda da medicina, o sonho da paternidade e maternidade agora é realidade para milhares de casais brasileiros que possuem algum tipo de problema de fertilidade. De acordo com o 6º relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio) elaborado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os serviços de reprodução assistida no Brasil estão alcançando boas taxas de fertilização.

A média nacional em 2012 foi de 73% de sucesso e estão dentro dos padrões de qualidade sugeridos na literatura internacional, que variam entre 65% a 75%. No critério Taxa de Clivagem, que é a divisão que dá origem ao embrião, as clinicas brasileiras também estão bem posicionadas.  No ano passado, a taxa nacional ficou em 93%, bem acima dos 80% recomendados.

“Por meio da reprodução assistida, mais de cinco milhões de crianças vieram ao mundo, alegrando a vida de muitos casais. No Brasil não é diferente e as taxas de sucesso são cada vez maiores. Até hoje nasceram aproximadamente 300 mil bebês em todo país e, assim como as informações anunciadas pela Anvisa, o dado indica o bom momento que o segmento da fertilização no Brasil vem passando.” , revela Dr. João Pedro Junqueira, médico especialista em fertilidade e diretor da Pró-Criar Medicina Reprodutiva, clínica de reprodução assistida de Minas Gerais.

O médico ressalta a importância de manter os bons resultados e da população ter acesso às informações sobre os tratamentos. “A sociedade contemporânea está optando por ter filhos cada vez mais tarde, aumentando assim a demanda por tratamentos de reprodução. Para manter as boas taxas de fertilização, é necessário o constante investimento em pesquisa, tecnologia, educação continuada dos profissionais e colaboração com médicos e universidades internacionais.”, destaca o diretor da Pró-Criar Medicina Reprodutiva.

No relatório da Anvisa consta também que o número de embriões congelados no Brasil em 2012 foi de 32.181. O levantamento mostra ainda que a maior parte dos embriões congelados está no estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará. Em relação à doação para pesquisa de células tronco, em 2012 foram doados 315 embriões.

Fonte: Pró-Criar Medicina Reprodutiva