quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Atenção: Histeroscopia diagnóstica - exame gratuito em São Paulo

O IMSP (Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de São Paulo) é referência em Pós-Graduação em Medicina Reprodutiva e promove cursos de atualização e extensão. Assim, promove atendimento de qualidade exemplar a pacientes que necessitam de exames e tratamentos especializados (histeroscopia/fertilização in vitro).

Nos dias 04 a 06 de novembro próximos será realizado o curso de Vídeo-histeroscopiaoferecendo à comunidade a oportunidade de realizar exames gratuitamente, nesta data, os laudos deverão ser entregues no mesmo dia (exceto se houver alguma necessidade de entrega a posteriori). O procedimento será realizado por médicos renomados no Brasil e no exterior.

Para realizar o exame de Vídeo-histerocopia você deverá ligar e inscrever-se, as vagas são  limitadas.

Telefone: 011-32895209 / www.medicinareprodutiva.org. Endereço: Rua Peixoto Gomide, 515/15. São Paulo, SP-Brasil. CEP 01409-001.

O QUE É HISTEROSCOPIA?

É um procedimento cirúrgico realizado por dentro da vagina e do canal do colo uterino utilizando uma fina ótica que permite visualizar a cavidade uterina e identificar eventuais doenças existentes dentro do útero. A histeroscopia pode ser diagnóstica ou terapêutica.
A histeroscopia diagnóstica pode ser realizada em regime ambulatorial (no consultório) e tem por objetivo apenas a visualização interna do útero; caso sejam encontradas quaisquer alterações, há necessidade de programar uma histeroscopia cirúrgica para o tratamento dessa alteração. O exame é realizado com uma câmera fina que é introduzida por dentro da vagina e do colo do útero, com uma anestesia local no colo uterino. A maioria das mulheres tolera bem o exame, mas algumas podem sentir desconforto e até mesmo dor. Rotineiramente preferimos realizar o exame sob sedação no centro cirúrgico para evitar maiores desconfortos e aumentar a segurança do procedimento.
A histeroscopia cirúrgica é indicada nos casos em que existe alguma alteração comprovada dentro do útero para o tratamento de pólipos, miomas submucosos, espessamento endometrial, malformações da cavidade uterina, sinéquias (aderências intra-uterinas), etc. 

INDICAÇÕES PRINCIPAIS DE HISTEROSCOPIA
As principais indicações para a histeroscopia incluem o exame da cavidade uterina para desordens menstruais e de fertilidade, acesso direto para cirurgia intra-uterina, e acesso da parte inicial da trompa para a sua visualização ou para a realização de esterilização.
De um modo geral, os seguintes procedimentos podem ser realizados por histeroscopia:
•    Polipectomia - remoção de pólipos endometriais ou endocervicais;
•    Miomectomia - remoção de miomas submucosos (os miomas intramurais e subserosos não podem ser tratados por histeroscopia!);
•   Avaliação de sangramento uterino anormal - principalmente nas mulheres próximo à menopausa ou nas mulheres menopausadas, com o intuito principal de avaliar o endométrio e coletar biópsias para excluir casos de doenças malignas ou pré-malignas;
•    Lise de sinéquias intra-uterinas - consiste em desfazer aderências dentro do útero, que podem impedir a gravidez ou bloquear a saída da menstruação;
•    Esterilização - existe a possibilidade de se realizar um procedimento de esterilização por histeroscopia utilizando o dispositivo chamado de Essure.
•    Rotina pré-procedimento de fertilização in vitro - avaliar a cavidade endometrial antes de realizar procedimentos de FIV, para se ter certeza de que não há nenhuma alteração intra-uterina que possa atrapalhar a FIV;
•    Tratamento de malformações uterinas - principalmente alguns tipos de septo uterino que podem dificultar a gravidez e provocar abortamentos;
•    Outros.

COMO É FEITO O PROCEDIMENTO? 
O procedimento cirúrgico terapêutico necessita de anestesia, podendo ser uma sedação (anestesia geral) ou um bloqueio (raquidiana). A escolha pelo tipo de anestesia depende do tipo de cirurgia a ser realizada e da experiência do cirurgião com cirurgias por histeroscopia. 
A mulher é colocada em posição ginecológica. O colo uterino é dilatado com um instrumento chamado de vela de Hegar para permitir a passagem do histeroscópio para dentro do útero. O procedimento cirúrgico proposto é realizado (normalmente retirada de pólipo OU endometrectomia OU miomectomia OU lise de sinéquias OU correção de malformações da cavidade uterina OU biópsia endometrial). 
Como o procedimento tem por objetivo visualizar e tratar alterações intra-uterinas, ele não pode ser realizado no período menstrual, pois a cavidade uterina está com sangue em seu interior, impossibilitando a realização do exame. 
Após o procedimento cirúrgico, a paciente acorda da anestesia geral em curto período de tempo e fica em observação por cerca de 30 a 60 minutos. Assim que estiver bem acordada e sem sentir qualquer desconforto, pode ir para a casa. 

QUAIS SÃO AS COMPLICAÇÕES QUE PODEM OCORRER?
• Sangramento no intra-operatório;
• Perfuração uterina, podendo haver sangramento e, em algumas ocasiões, necessidade de cirurgia abdominal para a hemostasia (parar o sangramento) do útero;
• Lesão de órgãos adjacentes como a bexiga ou as alças intestinais, sendo necessária a realização de cirurgia abdominal para reparo das lesões e eventualmente a presença de algum cirurgião especializado; 
• Falso trajeto no colo uterino ou no útero, havendo necessidade de interromper o procedimento e o reagendar para outra data; 
• Dificuldade para dilatação do colo uterino (principalmente em pacientes na pós-menopausa), impossibilitando a realização do procedimento pois não há como passar o aparelho por dentro do colo quando não se consegue dilatá-lo; 
• Síndrome de overload (intoxicação hídrica) – para evitar esta grave complicação é utilizado um sistema para se quantificar o volume de líquido absorvido pelo organismo da pessoa submetida ao procedimento. Quando este volume é superior a 750ml a 1 litro, invariavelmente deve-se suspender o procedimento e terminá-lo em um segundo tempo; 
• Reações alérgicas de menor ou maior intensidade (choque anafilático);
• Necessidade de complementação do tratamento em um segundo procedimento histeroscópico.


AUTORES: Dr. William Kondo e Dra. Monica Tessmann Zomer KondoPara ver as imagens, acesse: http://www.endoscopiaginecologica.med.br/index.php?option=com_k2&view=item&id=3:histeroscopia&Itemid=150 

ERRATA:

Caros leitores, após a publicação desse tópico recebemos um esclarecimento importante sobre o Essure. A seguir, compartilho com vocês e agradeço a assessoria de comunicação do produto.


"É equivocado associar o Essure aos métodos contraceptivos definitivos cirúrgicos, pois o Essure, diferente da laqueadura tradicional, não necessita de cirurgia e pode ser realizado em ambulatório de forma rápida.
O método consiste em um microimplante macio e flexível de apenas quatro centímetros em titânio e níquel (materiais que apresentam excelente compatibilidade com o organismo) que, introduzido pela vagina através de um equipamento extremamente fino (histeroscópio), é colocado em cada uma das tubas uterinas, sem cortes, sem internação e sem a liberação de hormônios. Como a colocação é rápida, a paciente pode retomar suas atividades cotidianas no mesmo dia da aplicação.
O Essure é uma excelente opção para as mulheres que apresentam alguma patologia que aumente os riscos cirúrgicos como, por exemplo, hipertensão, cardiopatia, diabetes, obesidade, entre outras.
Nas semanas que se seguem ao procedimento, o corpo e os microimplantes trabalham juntos para formar uma barreira natural que impede que o espermatozoide alcance o óvulo. Por esse motivo, durante os três primeiros meses, a paciente deve continuar a usar outra forma de contracepção. Após este período, é realizada uma radiografia simples da pelve e, confirmada a oclusão, não é mais necessário o uso de outro método contraceptivo.
Além disso, o Essure também é especialmente indicado para mulheres que apresentam efeitos adversos a outros métodos contraceptivos e que não desejam mais ter filhos.
Você pode ter mais informações sobre o método em www.essure.com.br.




terça-feira, 1 de outubro de 2013

Mulher com problema de fertilidade dá à luz após cirurgia nos ovários

Uma mulher de 30 anos com problemas de fertilidade conseguiu dar à luz após ter seus ovários removidos por cientistas, que trataram os tecidos em laboratório e os reimplantaram no organismo.


A técnica experimental só foi testada em um pequeno grupo de mulheres no Japão que tinham um tipo específico de problema de fertilidade, mas os pesquisadores esperam que ela também possa ajudar mulheres na faixa dos 40 anos que estejam tendo problemas para engravidar por conta da idade.

A nova mamãe deu à luz um menino em Tóquio em dezembro. Ela e a criança permanecem saudáveis até agora, afirmou Kazuhiro Kawamura, médico da Escola de Medicina da Universidade Santa Mariana, em Kawasaki, no Japão. Kawamura e colegas descrevem essa técnica na edição online da revista especializada PNAS.

O médico Kazuhiro Kawamura segura bebê que nasceu usando sua técnica
A mãe, que não é identificada no artigo, foi diagnosticada com uma 
insuficiência primária nos ovários, uma forma incomum de infertilidade que é chamada 
em alguns casos de menopausa prematura. O problema atinge cerca de 1% das 
mulheres em idade fértil.
A maioria dos casos tem origem desconhecida, mas o resultado é que os ovários acabam com problemas para produzir óvulos. Isso deixa a mulher com apenas de cinco a dez por cento de chances de ter um bebê sem tratamento. O procedimento padrão é usar óvulos doados.

Após o procedimento experimental, Kawamura e seus colegas conseguiram recuperar os óvulos de cinco de suas 27 pacientes. Uma delas sofreu um aborto espontâneo, uma não ficou grávida e outras duas ainda não tentaram engravidar, afirmou Kawamura via e-mail.

A abordagem difere daquilo que é feito para preservar a fertilidade em alguns pacientes de câncer. Nesses casos, tecidos normais de ovário são removidos e armazenados enquanto a pessoa passa por tratamento. Depois do término dos procedimentos, os tecidos são reimplantados.

O novo método é diferente, pois envolve ovários que já tinham problemas para funcionar normalmente.

No ovário, os óvulos amadurecem em estruturas chamadas folículos. Para mulheres com o problema de fertilidade testado no trabalho, os folículos ou não existem ou estão falhando na produção de óvulos. O tratamento experimental foi desenhado para estimular os folículos adormecidos.

Primeiro, os ovários das mulheres foram removidos e cortados em tiras, que foram então congeladas. Mais tarde, as tiras foram descongeladas e cortadas em pequenos cubos, uma etapa que tem a intenção de estimular a maturação dos folículos. Em seguida, os cubos foram tratados com medicamentos para estimular ainda mais o desenvolvimento dos folículos. Os cubos foram então transplantadas sob a superfície das tubas uterinas (anteriormente conhecidas como trompas de falópio) das mulheres.

Em seis meses, oito mulheres mostraram sinais de maturação folicular, e cinco delas produziram óvulos para serem usados em fertilizações in vitro com esperma de seus maridos. Os óvulos fertilizados foram desenvolvidos até embriões em estágios iniciais, que foram então preservados congelados.

Nas três tentativas de fertilização feitas, um ou dois embriões eram implantados nas mulheres.

Os pesquisadores viram que metade das 27 pacientes não tinham mesmo folículos, o que significou que o tratamento não podia mesmo ajudá-las, afirmou Aaron Hsueh, da Universidade Stanford e autor sênior do estudo. Ele também afirmou que os pesquisadores esperam encontrar uma forma de estimular os folículos sem precisar remover os ovários.

Sherman Silber, do Centro de Infertilidade de St Louis, criticou a abordagem, afirmando que ele conseguiu sucesso pelo uso de medicamentos ao invés de cirurgia Silber também discordou dos pesquisadores nas explicações para o sucesso do tratamento.

Alguns outros especialistas afirmaram que é comum que o tratamento com drogas não funcionem.

Os cientistas foram cautelosos com os novos resultados, que devem ser vistos como preliminares. "O tratamento é muito promissor, mas eu não acho que isso esteja nem perto de ser usado como rotina", disse Mark Sauer, do Centro Médico da Universidade Columbia, em Nova York. 

Amber Cooper, da Universidade Washington em St Louis, chamou a técnica de "um método bastante preliminar". "Um sucesso não significa que nós temos um novo tratamento.... Fiquem ligados", afirmou ele.

Cooper e outros também estão céticos com a sugestão dos pesquisadores de que o procedimento possa ajudar mulheres entre 40 e 45 anos de idade. Óvulos de mulheres dessa idade em geral mostram anormalidades genéticas, muitas que podem impedir que os bebês nasçam vivos, afirmou Marcelle Ceddars da Universidade da Califórnia em San Francisco Segundo ela, estimular a produção de óvulos não iria resolver essa questão da qualidade dos óvulos.

Kawamura, um dos responsáveis pelo tratamento, liberou uma foto dele mesmo segurando o recém-nascido pouco após o parto. Ele afirmou que a mãe espera ter uma outra criança a partir de seus outros embriões que estão congelados.

Fontes:
Texto: Folha de São Paulo / Associated Press
Foto: Kazuhiro Kawamura/Associated Press

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Doação de óvulos: semelhança com a mãe ou com a doadora?


Muito interessante, recomendo a leitura!

Filhos de mulheres que receberam óvulos doados são fisicamente semelhantes a elas ou à doadora?

Uma das maiores preocupações das mulheres que vão receber óvulos doados é se o filho que será gerado por elas terá sua semelhança física e comportamental, uma vez que temem que, no futuro, as pessoas possam duvidar ou desconfiar da origem dos óvulos. É claro que, de início, o IPGO informa a estas mulheres que toma todos os cuidados para que os critérios de semelhança com a futura mãe receptora sejam considerados.

Como, por exemplo, a própria compatibilidade do tipo de sangue para que nunca haja dúvida da criança que o óvulo foi originado de outra mulher, a não ser que esta receptora deseje no futuro contar a verdade. Isto será uma opção dela. É sempre bom lembrar que em uma família de vários irmãos não significa que todos serão sósias um do outro e que também serão idênticos ao pai ou à mãe.

Do ponto de vista genético, é interessante que todas as pessoas saibam que 99,9% dos nossos genes são idênticos. Isto significa que as diferenças que vemos ao nascimento entre uma criança e outra não dependem só de ela ter genes específicos herdados da mãe ou do pai; mas da influência importante dos efeitos do ambiente que determinam como será expresso o código genético.

Em outras palavras, o DNA (ácido desoxirribonucleico) não é o único responsável pelas características do ser humano e, independente da origem do óvulo, são fundamentais para formação e desenvolvimento do novo ser, os efeitos do ambiente como o útero, a irrigação sanguínea, a nutrição e até mesmo o modo "como a futura mãe pensa". Tudo isso pode afetar a expressão dos genes do embrião.

Os genes podem se expressar ou permanecer adormecidos, dependendo de sinais provenientes do exterior da célula. Nosso código genético possui verdadeiras "chaves de liga/desliga", que ativam ou inativam a ação dos genes. Quem determina quais genes serão ativados ou não é o ambiente, ou o que chamamos de fatores epigenéticos.

A expressão dos genes começa no útero. A mulher grávida, com seu útero representando o meio ambiente, é responsável pela forma como os genes do bebê serão expressos. Esta fase inicial da vida, as primeiras 40 semanas ou mais, começam a moldar as características da criança ao nascer.

Mas, o que é epigenética?
Do grego epi = além de + genética. Os genes são  as unidades fundamentais  da hereditariedade e são  formados por uma sequência específica de DNA que  contém as instruções  genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos. A sequência de DNA é como letras de um texto complexo e as etiquetas epigenéticas são como os espaços, pontuação e parágrafos que fazem a sequência do texto adquirir um significado.

Tais etiquetas epigenéticas são como chaves de liga/desliga que ativam ou inativam a ação dos genes. A expressão destes genes que chamamos de “imprinting genômico” ocorre já na fase de formação dos gametas masculino e feminino, e prossegue durante a fertilização e o desenvolvimento embrionário.  Evidências científicas têm demonstrado que os genes e o DNA não são responsáveis pela especificidade final dos seres humanos e sim os imprintings genéticos que fazem com que genes sejam expressos ou permaneçam adormecidos, dependendo sinais provenientes do exterior da célula.

O ambiente, no caso de uma gestação, é o útero da mulher. Assim, tudo o que ocorrer durante a gestação pode influenciar na ativação ou inativação de genes do futuro bebê. Dessa forma, uma criança nascida do útero de uma receptora será emocionalmente, fisicamente e psicologicamente diferente do que se a mesma criança fosse concebida no útero da doadora do óvulo. Um bebê concebido de um óvulo doado recebe as "instruções" sobre a expressão dos seus genes da mulher que o carrega. Em outras palavras a mãe que gesta influencia na epignética do seu filho.

O útero assume muito mais do que o papel de uma incubadora e o desenvolvimento do feto dependerá em tudo do corpo da mulher que o carrega: o oxigênio, os nutrientes, a excreção de fluidos, o estilo de vida, o uso de hormônios, exposição a agentes, a alimentação e a forma como tudo isso é ofertado irá influenciar diretamente a ativação e expressão gênica do embrião. Assim, a receptora determina, sim, como será seu filho até em nível genético!  A criança que nasce será física e emocionalmente diferente da mulher que o doou. Em outras palavras, a mãe que gesta influencia quem a criança será e assim, em nível genético, é seu filho.

Talvez o maior mito que envolve a gravidez diz respeito ao fato de que o útero seria simplesmente uma incubadora. Nada poderia estar mais longe da verdade. O aspecto mais importante de todas as gestações - incluindo a decorrente de doação de óvulos - é que o crescimento de cada célula do corpo do feto em desenvolvimento é construído a partir do corpo da mãe grávida. O tecido de revestimento do seu útero (o endométrio) irá contribuir para a formação da placenta. O feto usará proteínas de seu corpo: seu cálcio, seus açúcares, nitratos e fluídos. Assim, você não é passiva neste processo.

Portanto: a receptora determina como será seu filho.

Autor: *Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi é diretor do Centro de reprodução humana do IPGO, ginecologista-obstetra especialista em medicina reprodutiva, trilha sua carreira auxiliando casais na busca por um filho e durante toda a gestação. Membro-titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica, da European Society of Human Reproductive Medicine. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa casa de São Paulo e pós-graduado pela AAGL, Ilinos, EUA em Advance Laparoscopic Surgery. O especialista além de autor de diversos livros na área médica como Fertilidade Natural, Grávida Feliz, Obstetra Feliz, Fertilização um ato de amor, e Os Tratamentos de Fertilização e As Religiões, Fertilidade e Alimentação, todos pela Editora LaVida Press e Manual da Gestante, pela Editora Madras. Criou também os sites: www.ipgo.com.brwww.fertilidadedohomem.com.br;www.fertilidadenatural.com.br, onde esclarece dúvidas e passa informações sobre a saúde feminina, especialmente sobre infertilidade. Apresenta seu trabalho em congressos no exterior, o que confere a ele um reconhecimento internacional.

Crédito da imagem: http://nayannesantana.blogspot.com.br/2011/04/ser-mae-ou-ter-um-filho.html

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Reprodução assistida no Brasil atinge padrão internacional


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), divulgou recentemente o 6º relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), que diz que os serviços de reprodução assistida no Brasil estão alcançando boas taxas de fertilização. A média nacional em 2012 foi de 73% de sucesso e estão dentro dos padrões de qualidade sugeridos na literatura internacional, que variam entre 65% a 75%.
De acordo com o Dr. João Pedro Junqueira, diretor da Pró-Criar Medicina Reprodutiva (Belo Horizonte, MG), os atuais índices são resultado do constante investimento em pesquisa, tecnologia, educação continuada dos profissionais e colaboração com médicos e universidades internacionais. Saiba mais.

Relatório da Anvisa revela que no ano passado o país alcançou 73% de sucesso nos procedimentos de fertilização
Com a ajuda da medicina, o sonho da paternidade e maternidade agora é realidade para milhares de casais brasileiros que possuem algum tipo de problema de fertilidade. De acordo com o 6º relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio) elaborado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os serviços de reprodução assistida no Brasil estão alcançando boas taxas de fertilização.

A média nacional em 2012 foi de 73% de sucesso e estão dentro dos padrões de qualidade sugeridos na literatura internacional, que variam entre 65% a 75%. No critério Taxa de Clivagem, que é a divisão que dá origem ao embrião, as clinicas brasileiras também estão bem posicionadas.  No ano passado, a taxa nacional ficou em 93%, bem acima dos 80% recomendados.

“Por meio da reprodução assistida, mais de cinco milhões de crianças vieram ao mundo, alegrando a vida de muitos casais. No Brasil não é diferente e as taxas de sucesso são cada vez maiores. Até hoje nasceram aproximadamente 300 mil bebês em todo país e, assim como as informações anunciadas pela Anvisa, o dado indica o bom momento que o segmento da fertilização no Brasil vem passando.” , revela Dr. João Pedro Junqueira, médico especialista em fertilidade e diretor da Pró-Criar Medicina Reprodutiva, clínica de reprodução assistida de Minas Gerais.

O médico ressalta a importância de manter os bons resultados e da população ter acesso às informações sobre os tratamentos. “A sociedade contemporânea está optando por ter filhos cada vez mais tarde, aumentando assim a demanda por tratamentos de reprodução. Para manter as boas taxas de fertilização, é necessário o constante investimento em pesquisa, tecnologia, educação continuada dos profissionais e colaboração com médicos e universidades internacionais.”, destaca o diretor da Pró-Criar Medicina Reprodutiva.

No relatório da Anvisa consta também que o número de embriões congelados no Brasil em 2012 foi de 32.181. O levantamento mostra ainda que a maior parte dos embriões congelados está no estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará. Em relação à doação para pesquisa de células tronco, em 2012 foram doados 315 embriões.

Fonte: Pró-Criar Medicina Reprodutiva




quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Diário do meu tratamento: resultados

Essa imagem é muito significativa pra mim.
Representa a esperança, a paciência e a persistência. 

Após a transferência eu continuei sentindo algumas cólicas intermitentes, que iam e vinham. Mas não me preocupei com isso, pois já havia sentido em outro tratamento e sabia que não significavam muita coisa. Continuei com a vida normal. Nos primeiros dias não dirigi, ficava mais quietinha. Como moro em um sobrado, eu descia as escadas pela manhã e subia à noite. Sem abusar. Na segunda semana já me permiti sair para tomar um café, ir a padaria, quitanda.  Não fiz repouso em momento algum, aquela coisa de mal levantar da cama para fazer xixi.

Assim como ocorrem nas novelas, vou dar um salto no tempo aqui: quatro meses depois....

Calma, vocês já vão entender! Eu fiz esse tratamento em maio. Meu beta foi dia 6 de junho. Resultado: 258,3 mUI/mL, positivaço! Fiz o exame no décimo dia após a transferência. Repeti dois dias depois (dia do meu aniversário, o mais feliz da minha vida!) e ele havia quase triplicado de valor.

Confesso que antes de felicidade, sentimos uma espécie de alívio. Foi muito tranquilizador ver que havia dado certo. Depois, comemoramos. Mas, com muita parcimônia. Decidimos que só ficaríamos mais sossegados após o terceiro mês. Tanto que só demos a notícia aos nossos parentes mais próximos, como pais e irmãos.

Passei a levar uma vida mais normal, porém, ainda sem excessos. Eu não tenho uma funcionária que vai diariamente, somente duas vezes por semana. Eu cozinhava todos os dias, lavava as louças, as roupas, limpava o espaço que minha cachorra faz as necessidades, coisas leves.Tudo estava correndo muito bem, até que.... 

Na décima semana, uma sexta-feira, almocei e fui fazer xixi. Quando me limpei, vi que saiu um tom rosado no papel. Eu fiquei tão passada, sem entender, que cheguei a imaginar que fosse do suco de morango que eu tinha tomado no almoço. Daí me deu um clique e vi que não seria possível, afinal, o rim filtra os líquidos e o xixi não sai com a cor do suco! Passei o papel de novo e, continuava rosado.

Fiquei atordoada. Com tontura, medo. Meu marido não estava na cidade. Por sorte, a Andreia, pessoa que me ajuda na limpeza, estava em casa. Nem ela sabia da gravidez. Contei a ela e pedi ajuda. Ela foi fantástica. Me ajudou a fechar a casa, chamar um táxi e foi ao hospital comigo.

Chegando lá, mais um desafio. Convencer o médico de que eu era emergência! Ele ouviu meu relato e disse somente: é comum abortar nessa fase que você está. Ele teve uma má vontade.... De tanto eu chorar, ele me mandou pro ultrassom. A enfermeira que deve te-lo convencido, pois ela foi um doce.

O médico lá do exame foi mais complacente. Eu não tinha coragem de olhar na tela do ultrassom, pois já considerava que tinha perdido meu bebê. De repente, quando ele me convenceu a olhar, lá estava meu bebê super agitado, se mexendo muito!! Mãos e pernas não paravam.

O médico diagnosticou que eu tinha um hematoma entre a parede do útero e a placenta, por isso sangrei. Voltei ao primeiro médico que me examinou. Ele disse que não era nada, e aconselhou vida normal. Ah, tá!

Liguei ao meu ginecologista, que mora na cidade dos meus pais, e ele recomendou repouso absoluto. Nada de subir as escadas e só levantar para ir ao banheiro. Cheguei em casa e obedeci. Meu marido chegou. Estávamos perdidos, pois a médica que fiz minha primeira consulta do pré-natal estava nos EUA e não deixou ninguém no lugar dela.

Resolvemos que o melhor seria eu ir a cidade dos meus pais. Além de não ter escada, teria sempre alguém por perto e eu poderia ser acompanhada por um médico da minha confiança.

Fiquei os primeiros dias em repouso total. Uma semana depois, repeti o ultrassom. O médico diagnosticou que eu estava com a placenta bem baixa, o que também causa sangramento. Eu não tive o tal do hematoma. O tratamento consiste em muito repouso e paciência, pois conforme o bebê cresce, a tendência é que a placenta vá para seu lugar correto.

E, cá estou eu, desde então! Hoje fiz um novo ultrassom. Estou com 18 semanas e esperando uma garotinha linda! A placenta já se normalizou. Continuo por aqui pela confiança nos médicos e, claro, por minha família. Todos estão sendo sensacionais e são também responsáveis por esse sucesso. A parte ruim é ficar longe do meu marido. Como ele trabalha, vem pra cá sempre que tem uma folguinha. Só que ele entende, sabe que é para um bem maior.

É por isso que só estou postando o desfecho dessa história agora. Nas primeiras semanas eu estava muito assustada, com medo. Resolvi fazer tudo diferente da outra vez e mantive a calma, inclusive para contar.

Estou apaixonada por cada momento dessa gestação. Os sustos que passei ficam até pequenos frente a uma imagem da minha filha, brincando com as mãozinhas, ou os movimentos que comecei a sentir no último sábado. Tive muito enjoo, diferentemente da outra gestação que não vingou. Eu achava lindo quando uma grávida contava que tinha enjoo. Agora, acho que minha opinião mudou. Não tem nada de glamour nisso, rsrsrs.

Em resumo, só tenho a dizer: nunca desistam desse sonho! Por piores e mais difíceis que sejam os obstáculos, respire fundo, se recupere das frustrações, e continue. Deus é maravilhoso e atende às nossas necessidades e desejos no momento Dele. Só podemos orar para que o tempo dele coincida com o nosso. 

Continuo vivendo cada dia de uma vez. Mas já me permito sonhar com o futuro, converso com a bebê, curto a barriga que começou a mudar. E assim seguimos, com fé em Deus e na vida. Sempre!

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Novidades apresentadas durante o Congresso Bras. de Reprod. Assistida


O XVII Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida aconteceu este ano na cidade de Bonito (MS), entre os dias 21 a 24 de agosto. Este evento é o maior congresso nacional da medicina reprodutiva no Brasil. 

A Dra. Suely Resende, presidente do congresso, resumiu as principais novidades apresentadas. Acompanhe:
"Neste ano, contamos com a participação de oito professores internacionais e aproximadamente 90 professores nacionais na apresentação das aulas, o que proporcionou uma excelente grade científica, trazendo novas tecnologias laboratoriais, como o Time Lapse. Esta técnica observa diuturnamente os embriões nas incubadoras equipadas com cãmeras  adequadas, favorecendo a escolha do melhor embrião, pois o desenvolvimento deste é observado em tempo real.Ele também proporciona o aprimoramento da escolha do embrião com melhor simetria, tempo de divisão e o cultivo estendido chegando a embrião de quinto dia de evolução (blastocisto), oferecendo maior taxa de implantação e viabilizando a concretização do sonho do bebê em casa.
Em relação à área clínica foram discutidos protocolos convencionais e alternativos com o intuito de se conseguir uma estimulação ovariana mais adequada, garantindo uma qualidade  melhor de óvulos e consequentemente, melhores embriões.
Cursos para a realização do diagnóstico genético pré-implantacional (PGD) e outros aspectos genéticos na pesquisa do melhor embrião, foram oferecidos. Além disso, houve um módulo específico sobre a avaliação e tratamento do homem infértil.
Várias áreas que atuam junto a medicina reprodutiva tiveram cursos de capacitação, como a enfermagem. Na psicologia foi lançado o I Consenso de Psicologia na Reprodução Assistida. Vários juízes, advogados entre outros profissionais, participaram de uma mesa onde foram discutidos os aspectos éticos, legais da reprodução humana assistida.
Foram oferecidos grandes oportunidades de estudo, atualização e de confraternização aos mais de quatrocentos participantes de todo o Brasil que vieram até o nosso querido estado do Mato Grosso do Sul".
Dra. Suely Rezende, presidente do XVII Congresso 
Brasileiro de Reprodução Assistida

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A excruciante espera pelo dia do beta

Apesar de as pessoas sempre me dizerem: "nossa, você é tão calminha", eu sempre fui muito ansiosa e nunca gostei de esperar. Quando quero uma coisa, procuro sempre ir em busca na hora, tentando vencer quaisquer obstáculos que possam estar em meu caminho.

Porém, algumas situações da vida impõem paciência. Não há nada que possa ser feito, a não ser, aguardar.
A FIV é uma delas. Impossível queimar etapas. É preciso fazer exames, estimular os ovários, fazer milhares de ultrassons (e não é que a gente se torna íntima daquele aparelho e já nem se incomoda mais com a vergonha?!), esperar para ver se teremos óvulos, esperar e torcer pelos embriões, e, finalmente, esperar pelo tão aguardado resultado do exame de betaHCG.

Com as tantas FIVs que fiz, fui aprendendo que não haveria atalhos. O negócio seria ocupar a mente e... Esperar! Muitas de vocês escrevem aqui ou por e-mail falando dessa mesma angústia. É uma fase em que, além da ansiedade, ficamos pesquisando cada sintoma em nosso corpo. Qualquer sinal diferente - e às vezes nem é tão diferente assim, nós que não percebíamos antes - já nos deixa malucas. E bora correr no Google pra ver se descobrimos alguma coisa.

Dr. Google, que maravilhoso e perigoso que o senhor é! A vida das pessoas mudou depois da sua existência. Mas, como é duro encontrar os sites certos, com informações confiáveis e factíveis. Por isso, cuidado! Pode ser uma faca de dois gumes. Informações médicas e científicas precisam de conhecimento para serem interpretadas. Por isso que a pessoa mais indicada para responder às nossas dúvidas ainda é e, possivelmente, sempre será, o médico.

E as idas ao banheiro, então? Meu Deus, que tortura chinesa!! A cada passada do papel vem um frio na barriga, um medo indescritível de nos depararmos com sangue. Ao ver o papel branquinho, ufa! Pra piorar, o uso da progesterona vaginal dá uma impressão constante de corrimento. Lá vamos nós dar aquela espiadinha básica na calcinha pra saber se está tudo limpinho por lá, sem sinal da menstruação.As vezes a gente está em um local público e bate aquela insegurança. A vontade é de dar uma olhada lá mesmo, tamanho o medo.  É, somente as fivetes compreenderão esse cenário. E as que fizerem, também vão saber.

Enquanto o dia do beta não chega, o negócio é relaxar e ocupar a mente. Vale tudo: leitura, música, artesanato, pintura, mergulhar no trabalho, passeios (nada pesado!), escrever no blog, qualquer coisa que "acelere" a passagem do tempo.

E assim vamos, mais alguns dias. No começo da próxima semana voltarei com o meu resultado.
Paciência e sucesso a todas que estão nessa mesma espera!