quinta-feira, 23 de maio de 2013

Pesquisa identifica medicamento que pode causar infertilidade nos tratamentos de câncer


Um dos principais efeitos colaterais de tratamentos de câncer em mulheres jovens é a falência prematura dos ovários e a infertilidade. Agora,  um estudo feito por pesquisadores israelenses e publicado na revista científica Science Translational Medicine avaliou o mecanismo de ação de um quimioterápico conhecido como ciclofosfamida, uma droga de uma geração mais antiga e que compõe coquetéis de tratamento principalmente para casos de câncer de mama
Foi descoberto que a ciclofosfamida acelera esse processo, ao mesmo tempo em que impede a proliferação de células cancerígenas, acaba promovendo o crescimento de folículos presentes no ovário, fazendo com que todos os folículos comecem a crescer. Esses folículos são aglomerados de células que contêm, cada um, um óvulo. Ao longo da vida de uma mulher, a cada mês um pequeno número desses folículos começa a crescer até atingir a maturidade, quando ocorre a ovulação. Com o envelhecimento, esse número de folículos vai diminuindo, uma vez que se inicia o amadurecimento, o caminho é sem volta, por isso acontece a infertilidade.
“Cada vez mais temos que diagnosticar, ou melhor, reconhecer situações de risco para a qualidade dos óvulos ou espermatozoides. Estas situações de risco são várias, como cirurgias, tratamentos para câncer como quimioterapia, radioterapia, histórico familiar ou indícios de menopausa precoce, ou simplesmente o envelhecimento“, disse Dr. Alfonso Massaguer.
Uma boa notícia é  que descobriram outra substância, ainda em teste, que pode proteger os ovários durante os tratamentos de câncer.
Dr. Alfonso alerta: “Antes que pensemos em medicações ainda experimentais, devemos ver as opções para preservar a fertilidade que já existem, que são o congelamento de embriões ou óvulos”.
 O processo de congelamento de óvulos possui grande segurança e tentará preservar as chances de gravidez quando a mulher já estiver restabelecida. Ao descobrir a doença, essa é uma opção que deve ser discutida com o médico ginecologista ou oncologista.
São congelados os óvulos que morreriam naquele mês, portanto não há perda para a reserva reprodutiva (ovariana) da mulher. Se no futuro não for possível uma gravidez natural, estes óvulos poderão ser descongelados, fertilizados e transferidos para o útero. A técnica existe há muitos anos, com o nascimento de milhares de bebês. A taxa de sucesso depende da qualidade e número de óvulos congelados.
 Dr. Alfonso é Médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Ginecologista e Obstetra pelo Hospital das Clínicas e Especialista em Reprodução Humana pelo Instituto Universitário Dexeus – Barcelona. Professor responsável pelo curso de reprodução humana da FMU, Dr. Alfonso fundou a MAE (Medicina de Acompanhamento  a  Mulher) especializada em reprodução assistida. O médico é membro da Federação Brasileira da Associação de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), das Sociedades Catalã de Ginecologia e Obstetrícia e Americana de Reprodução Assistida (ASRM). Também é diretor técnico da Clínica Engravida e autor de vários capítulos de ginecologia, obstetrícia e reprodução humana em livros de medicina.

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