segunda-feira, 18 de março de 2013

Custo emocional da FIV (entrevista)


Todos nós já sabemos, mas não custa repetir: os tratamentos para infertilidade geram um custo emocional igual ou até mesmo superior ao financeiro. E olha que as FIVs custam beeeemmmm caro!

Então pode-se imaginar o dano que essa situação pode causar. Infelizmente são poucas as clínicas que dispõe de uma equipe multidisciplinar que conta com um atendimento psicológico ao casal.

Confesso que ainda não me aprofundei bem nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, mas acho que isso ainda não é mandatório. Posso afirmar de antemão que o trabalho deles é muito sério e está em constante renovação, de acordo com as observações práticas dos médicos. Faço votos que a partir de comentários como esses nossos torne compulsório o acompanhamento psicológico de todos os pacientes em tratamento.

A psicóloga Claudia Rachewsky faz parte de uma dessas equipes. Ela trabalha no Centro de Reprodução Humana Nilo Frantz (Porto Alegre e Novo Hamburgo, RS). Ela conversou conosco sobre a importância de um acompanhamento especializado durante o tratamento da infertilidade e também como o casal pode se beneficiar desta situação.


Claudia Rachewsky (CRP 07/1402)
Psicóloga do Centro de Reprodução Humana Nilo Frantz (http://www.nilofrantz.com.br/)



Antes de iniciar o tratamento é comum que o casal crie muita expectativa. Afinal, junta-se o sonho de ter o bebê, todas as etapas do tratamento e o dinheiro investido. Como se preparar para começar de forma mais sensata, conhecendo a realidade da situação - considerando as chances de engravidar com a FIV?
É importante que o casal fique a par das reais possibilidades de engravidar. A melhor maneira de se preparar é escolher um especialista em quem confia. Durante as conversas iniciais com o médico, é preciso deixar bem claro as chances de tratamento e não desistir na primeira situação de frustração.  O paciente deve estar ciente de que o tratamento não é "mágico" e que o processo é longo.

Quais perguntas que o casal deve fazer ao médico no processo inicial sobre o tratamento como forma de construir uma boa relação médico-paciente e ajudar a minimizar a angústia do que está por vir - injeções, ultrassons, captação etc.?
O casal, em geral, ou chega na clínica depois de ter feito uma peregrinação por outras clínicas de reprodução e aí já estão a par de tudo e costumam ter bastante conhecimento, ou chegam pela primeira vez, e aí, estão assustados, conhecem pouco do assunto. O casal não deve ter vergonha de perguntar. Se não entendeu, diga ao médico que não está entendendo. Não saia da consulta com dúvidas. Ao se certificar de que escolheu um especialista correto, acredite nele. A relação médico-paciente, é uma via de duas mãos. Mostre seus anseios, suas dúvidas. Você não é a única a estar passando por este processo.

Neste tratamento temos diversas batalhas a serem vencidas: conseguir um número satisfatório de óvulos com qualidade, em seguida, embriões de qualidade, dois a três dias de angústia pelo desenvolvimento deles, e, por fim, as duas semanas até o beta. Muitas mulheres não fazem ideia de como realmente será esse processo, principalmente porque nem todas as clínicas possuem uma equipe multidisciplinar com psicólogos. Qual é a sua recomendação para o casal?
Minha recomendação, é que o casal passe degrau por degrau. O tratamento para infertilidade é composto por etapas, não tem como livrar a paciente de momentos de ansiedade, mas proporcionar para a um espaço em que possa trazer suas dúvidas, angustias e ansiedades. Os casais de infertilidade muitas vezes sentem-se sozinhos, não tendo com quem compartilhar o assunto. Sugiro que a clínica possa oferecer um serviço de apoio, ou, se necessário procure um especialista para ajudar a passar este processo de maneira menos ansiogênica.

A maioria das nossas leitoras fica naquele grande dilema: fazer ou não o exame de urina?! Algumas acabam fazendo, cedo demais, e ao verem o negativo, se desesperam. Qual é o seu conselho para elas?
Sugiro que faça exatamente o que seu médico recomendar, pois a frustraçāo é grande e muitas vezes a paciente acaba até deixando de usar um medicamento, quando ainda nāo está totalmente descartada a possibilidade de um resultado positivo. O fato deste processo ser tāo ansiogênico faz com que os casais acabem se precipitando.


Como o estresse gerado pela situação pode ser grande, isso influencia a relação a dois?
Pode influenciar sim, porque muitas vezes, aparecerão as cobranças e como homens e mulheres reagem de forma diferente, acabam muitas vezes aparecendo os conflitos. Por outro lado, os casais também ficam mais unidos. Como o assunto infertilidade ainda é tabu, os casais muitas vezes nāo contam para os amigos e familiares sobre o que estāo vivendo e por conta disso, se unem mais, pois o sofrimento é grande e os casais se apoiam.


E como fica o coração até o dia do beta? O que você costuma dizer às suas pacientes nestes dias de espera? Afinal, muitas já sentem-se até grávidas, mas podem se deparar com um resultado negativo. Existe uma forma de preparar o coração?
 O coraçāo até o dia do beta fica apertado e dolorido. Costumo mostrar para as pacientes que este realmente é o período mais sofrido. A forma de preparar o coraçāo é vivenciando de forma única por cada um, nāo tem milagre! O tratamento de infertilidade é uma montanha russa de emoçōes, nāo tem medicaçāo para aliviar. É preciso mostrar para os pacientes, que a melhor maneira de enfrentar esta situaçāo é enfrentando-a: se está triste, chore! Se quer ficar em casa, sem ver ninguém, fique! Claro que o profissional deve estar atento e observar se este sofrimento está trazendo ou nāo prejuízo na vida do casal, ou se estāo em um quadro depressivo. Fora isso, os lutos fazem parte do nosso processo de vida.


Se o positivo chega, nem é preciso comentar, mas e se temos um negativo, o mundo parece ruir sobre os nossos pés. E agora, doutora?
Agora, teremos que ajudar o paciente a elaborar este luto. É um momento difícil, onde as expectativas, também serão frustradas. É preciso entender a dor do casal. O que mais o casal precisa é de um espaço para que possam ser
escutados. Seria muito bom se as clínicas de infertilidade pudessem contar com profissionais da psicologia. Este casal precisa ser acolhido.


Exposição à sauna por homens pode afetar a espermatogênese


Pesquisadores do Departamento de Medicina Molecular, Seção de Patologia Clínica e Unidade de Reprodução Humana e Patologia, Unidade de Padova, na Itália, investigaram quais seriam os efeitos da exposição contínua à sauna aos parâmetros seminais e a expressão dos genes envolvidos no estresse induzido pelo calor e na hipóxia (baixa concentração de oxigênio).

Para responder a essa questão, eles analisaram dados de dez indivíduos antes da exposição à sauna, após 3 e 6 meses de sessões de sauna.

Após o período de exposição às sessões de sauna, observou-se um forte comprometimento na contagem e na motilidade do esperma, mas não foi notada alteração nos hormônios sexuais.

Com este estudo foi possível demonstrar pela primeira vez que a exposição ao calor da  sauna induz a um dano significativo, porém reversível, da espermatogênese (processo de formação dos espermatozoides), incluindo alteração dos parâmetros do sêmen (como função mitocondrial e DNA).

O uso de saunas é um hábito comum em muitos países europeus e também no Brasil, por isso a importância de se divulgar esta informação, para que os homens considerem o impacto que este hábito pode ter em sua fertilidade.

Fontes:
Seminal and molecular evidence that sauna exposure affects human spermatogenesis. Hum. Reprod. (2013) 28 (4): 877-885.

Crédito da imagem: http://www.apexwineracks.com/Browse.aspx/2838/Sauna---Steam



sexta-feira, 15 de março de 2013

Já avó, mulher fica grávida 16 anos após laqueadura

Bom dia, meninas,

estava lendo notícias pela internet quando me deparei com a seguinte manchete: Já avó, mulher fica grávida 16 anos após laqueadura: 'Fiquei assustada'. Carmem Luci tem três filhos e o mais novo tem 17 anos. “Meu marido falou que o jeito é rir", disse a mulher.

Agora me fala, eu, com 33 anos, tentando engravidar há três, submetida a cinco procedimentos super complicados de fertilização in vitro e nada. Fora o tanto de tentativas naturais. E de repente, uma notícia dessas... Não parece que a vida nos testa, nos provoca? Porque diariamente a gente fica sabendo que histórias de pessoas que nem sequer sonhavam com a possibilidade de engravidar e, pumba, lá estavam, grávidas e belas. Vocês também não ficam passadas ao lerem uma notícia assim? Não pensam: "porque isso não acontece comigo??".


Tudo bem que essa história é um tanto bizarra considerando a situação da laqueadura, mas qual eram as chances dessa senhora engravidar??? 0,001%?? E não é que a cegonha mirou justamente em quem?? Nela! Eita GPS esquisito que essa cegonha tem, viu! Não que essa amiga não tenha esse direito. Eu não quero me expressar mal. Não a conheço, não sei do desejo dela em engravidar, mas acredito que todos devam ter comemorado, afinal um bebezinho é sempre sinônimo de muita alegria. Desejo a ela uma gestação saudável com muitas felicidades ao anjinho que está a caminho. 

Era só um desabafo, nesse dia cinzento, e porque aqui a gente pode! Contanto que não desrespeitemos ninguém, temos o direito de comentar assuntos que possivelmente seriam considerados tabus em outros lugares.

Bom fim de semana a todos.
Com carinho,
D.A.

Fontes:
http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2013/03/ja-avo-mulher-fica-gravida-16-anos-apos-laqueadura-fiquei-assustada.html
Crédito da imagem: http://resenhasdebaiano.blogspot.com.br/2009/02/cegonha-e-coisa-do-passado.html

quarta-feira, 13 de março de 2013

Afinal, quanto custa fazer uma FIV? (por Dr. Flávio Garcia de Oliveira)


Preço da fertilização in vitro está mais acessível hoje do que no passado
Dr. Flávio Garcia de Oliveira, Médico formado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (FMRP-USP) em 1981, Especialista em Reprodução Humana e Gestação de Alto Risco há 32 anos, e Diretor da Clínica de Fertilidade FGO.
Quando pensamos em tratamento de fertilidade, é natural que muitas dúvidas apareçam. Será que vai dar certo? Qual é a melhor clínica? Devo ouvir a recomendação dos meus amigos? Qual é o preço do tratamento? É este último item que vamos abordar neste artigo.
O que é caro e o que é barato para você? O que é caro para um pode ser barato para outro. E vice-versa. Em relação à fertilização in vitro (FIV), eu tenho a impressão que todo mundo acha caro, até mesmo as pessoas que têm muito dinheiro. Talvez pela ampla exposição na mídia que o segmento teve no passado na qual famosos e mais famosos se exibiam com seus filhos em revistas de celebridade e em programas de TV. Talvez por ser um tratamento médico relativamente novo. O fato é: a maioria das pessoas pensa que a FIV é privilégio de poucos.
O tratamento de FIV tem um custo que varia entre nove e vinte mil reais, dependendo da complexidade do caso e da clínica. A estes valores, somam-se entre quatro a seis mil reais de medicamentos. No total, o procedimento custa entre 13 e 26 mil reais e está mais acessível do que no passado. Caro ou barato? Depende de cada um. O fato é que existe uma faixa de preço no mercado.
A intenção deste artigo não é divulgar o preço do tratamento. Mesmo porque isso fere a ética médica e a relação médico paciente é muito mais complexa do que uma simples relação comercial em uma prestação de serviços. O propósito é quebrar o paradigma de que a fertilização in vitro sempre custa caro.
Com o perdão das comparações. Se você sonha com uma viagem ao exterior, um carro zero cheio de opcionais ou até mesmo um super tratamento estético, você não procura saber o preço? Pode ser caro ou barato, não é verdade? Depende do destino da viagem, do fabricante do carro, da clínica de estética e de vários outros fatores. Por que, ao sonhar com a FIV, ao sonhar em aumentar a família, muitos casais sequer buscam informações sobre o assunto? O tratamento é sim acessível a muitos casais.
Agora que você já sabe que os valores não são assim tão assustadores e se você tem desejo de ter mais informações a respeito, procure uma clínica que realiza um trabalho sério e ético. Busque referências com médicos que você já conhece, pergunte aos amigos e familiares, pesquise na internet e ouça mais de uma opinião.
O tratamento contra a infertilidade não precisa se tornar mais um problema na sua vida.



Atendimento nutricional gratuito para moradores de São Paulo e região


A taxa de obesidade no Brasil vem crescendo a cada dia. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que aproximadamente 50% dos brasileiros estão acima do peso, e destes, cerca de 15% são obesos

Sabemos que o sobrepeso e a obesidade são fatores que podem interferir de forma negativa no processo para quem deseja engravidar, seja por vias naturais ou com o auxílio de tratamentos. Em alguns casos, os médicos recomendam que a mulher emagreça primeiro e depois inicie o ciclo de inseminação ou FIV.

Hoje recebi este informativo e achei interessante divulgar. Talvez possa ser útil para as moradoras de SP e região, se não, para algum conhecido. O atendimento não se limita às mulheres, mas para qualquer pessoa que deseja iniciar uma reeducação alimentar. 

Com o objetivo de oferecer orientação de dieta adequada e individualizada a pacientes, o Núcleo de Assistência Nutricional da Universidade São Judas está com as inscrições abertas para os atendimentos: Dietoterápico Ambulatorial e Reeducação Alimentar. As consultas gratuitas são destinadas a crianças, adolescentes, adultos e idosos. Os interessados podem fazer inscrição para triagem deste serviço de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h, pelo fone (11) 2799-1844. Mais informações através do site  www.usjt.br

O Atendimento Dietoterápico Ambulatorial é destinado à pacientes portadores de doenças que necessitam de dietas especiais, como hipertensão, gastrite, diabetes, obesidade, entre outras. A Reeducação Alimentar é aberta para todos os interessados em aprender a realizar melhores escolhas alimentares e substituições inteligentes.

Desenvolvido por docentes e alunos do curso de nutrição, a assistência nutricional vem sendo realizada desde 1999, e de acordo com a coordenadora do curso, Profa. Dra Elizabeth Egashira, a “Clínica do Curso de Nutrição possibilita a articulação entre a assistência à comunidade e o ensino, favorecendo a promoção, manutenção e recuperação da saúde da comunidade assistida”. 

Serviços:
Atendimento Dietoterápico Ambulatorial e Reeducação Alimentar

Local: Universidade São Judas: R. Taquari, 546 - Mooca - próximo à estação Bresser-Mooca do metrô
Horário: Segunda a sexta, das 14h às 18h
Fone: (11) 2799-1844